Afonso MachadoCampinas
segunda-feira 4 de novembro de 2019 | Edição do dia
No desfraldar das bandeiras do conservadorismo não encontramos nenhuma surpresa. O que encontramos são as velhas formas que visam a eternização do conteúdo capitalista. É evidente que a dialética materialista não admite a eternidade, logo não é de se admirar que ela apresenta-se como uma ameaça crítica aqueles que elaboram suas formas de expressão a partir do fundamentalismo e do autoritarismo. Para mobilizar as formas “ eternas “ do conservadorismo, são necessários quilos de maquiagem, dezenas de figurinos e inúmeros gestos teatrais.
Como sabemos, o bonapartismo conta com a dissociação entre forma e conteúdo, buscando na estética dos seus ritos cortar os tendões da história. Quais seriam as formas apresentadas pela direita e pela extrema direita no Brasil de hoje?
AS FORMAS CONSERVADORAS:
OS CONTEÚDOS DESTAS FORMAS CONSERVADORAS:
As forças conservadoras podem até tentar mas não conseguem enganar a história por muito tempo. Não é mera questão de opinião afirmar que os conteúdos revolucionários convulsionaram, na trajetória de diferentes civilizações, as formas caducas: aconteceu!As formas defendidas pelos conservadores brasileiros atuais, que expressam a alienação e a brutalidade,metaforizam as velhas relações de produção e os velhos padrões repressivos da cultura dominante. Todavia, é preciso no movimento dialético da história não confundir formas antigas com velharia: a tradição é um campo em disputa, sendo que existem as formas que expressam os combates históricos dos oprimidos.
Não seria possível ao proletário atual combater a classe dominante sem motivações formais, sem estéticas revolucionárias. Mas diferentemente dos conservadores, a esquerda deve encontrar nas lições da história não a mera maquiagem ou o artificial efeito de cena.
Os marxistas fazem uso de tradições revolucionárias em seu movimento dialético, ou seja, as formas do passado inspiram o novo e não reproduzem o velho. A poesia dos trabalhadores é escrita hoje com base no conhecimento das experiências revolucionárias do passado. No caso dos bonapartistas, não é possível falar propriamente em poesia mas numa fraseologia que expressa tão somente o desejo de eternizar a barbárie.
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