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Unidade operária | 13º Congresso dos Metroviários (SP) aprova defesa da efetivação dos terceirizados sem concurso

Nos últimos dias 9, 10, 11 e 12 de dezembro ocorreu o 13º Congresso dos Metroviários de SP na sede do sindicato.

Fernanda PeluciDiretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

quinta-feira 16 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Foram muitos os debates sobre a situação nacional, os desafios dos trabalhadores em meio à crise econômica, a luta contra o avanço da privatização, da terceirização e contra a retirada de direitos no Metrô de SP.

Um dos mais importantes debates feitos no decorrer destes dias de Congresso foi acerca da terceirização e a posição que os metroviários deveriam ter perante ela, uma vez que perto da metade dos trabalhadores do Metrô de SP hoje são terceirizados, sofrem com empregos precários, baixos salários, e além da ameaça de mais de mil demissões das trabalhadoras terceirizadas, que estão correndo o risco de perderem seus empregos com o anúncio de fechamento das bilheterias do Metrô e da CPTM feitos pelo governo Doria.

Ao longo de todo Congresso este tema foi debatido e na plenária final, no último domingo, foi votada a importante resolução de incorporar na reivindicação dos metroviários efetivos a luta pela efetivação de todas e todos os trabalhadores terceirizados do Metrô de SP, sem a necessidade de concurso público, uma vez que estes trabalhadores terceirizados do Metrô já cumprem as funções que lhe são atribuídas hoje.

A luta contra a terceirização é parte intrínseca da luta contra a privatização dos transportes, e não somente temos que exigir o fim da terceirização no Metrô em si mesma, mas também reivindicar a incorporação destes trabalhadores e trabalhadoras ao quadro de funcionários efetivos, sem concurso público, pois essa é a única forma de acabar com a terceirização sem a demissão de milhares de trabalhadores.

A terceirização do trabalho escraviza, divide e humilha os trabalhadores, se apoia no racismo e no machismo precarizando o trabalho de uma maioria de mulheres negras, e contra essa divisão que fazem entre efetivos e terceirizados, e o avanço da precarização do trabalho e da privatização, somente a defesa do trabalho e emprego digno a estes trabalhadores, com iguais direitos e salários e com a efetivação destes pode apontar a saída pela unidade da classe trabalhadora e fortalecer a luta dos trabalhadores.

Nós, do Movimento Nossa Classe, viemos batalhando para incluir no programa do Sindicato e da categoria a defesa da efetivação dos terceirizados pelo Metrô há mais de dez anos, como parte de nossa batalha por esse programa há décadas. A aprovação dessa bandeira em uma categoria que ocupa uma posição estratégica, da qual depende a circulação de milhões de pessoas por dia, tem uma enorme importância, e é um ponto de apoio na luta contra o corporativismo que o governo e os patrões buscam alimentar na categoria, para separá-la da maioria dos trabalhadores, especialmente dos mais precarizados, e assim dividir a nossa classe, nos enfraquecer, e aumentar a exploração. A burocracia sindical se apoia no corporativismo para se sustentar e defender seus privilégios: não à toa a Chapa 1 (PCdoB/PSB-CTB e PT-CUT), maior força na diretoria do sindicato, defendeu neste congresso, como sempre, contra a aprovação da defesa da efetivação dos terceirizados. Neste congresso nós batalhamos por esse programa em unidade com outras forças da esquerda que na categoria compõem a "Alternativa Sindical de Base" (PSTU, CST-PSOL, LS-PSOL e MES-PSOL) e a "Luta Metroviária" (LSR-PSOL), tanto na plenária como em nossa Tese Unificada. Outras correntes não definiram posição, ou se abstiveram, como a UP, com argumentos em defesa da lei e do concurso público, usados também pela Chapa 1 para defender contra a efetivação. Mas o que realmente vai contra o concurso público não é a defesa da efetivação, e sim a própria terceirização; e a defesa da efetivação é a única forma de lutar contra a terceirização, sem a demissão dos milhares de terceirizadas do Metrô, ou milhões no Brasil, ou seja, com a unidade da nossa classe. E, tendo isso claro, a ampla maioria das delegadas e delegados do congresso aprovou essa posição com 73 votos a favor e 44 contra.

Veja a defesa dos metroviários do Movimento Nossa Classe pela efetivação dos terceirizados

Guarnieri, operador de trem da Linha 1 Azul, defende a proposta, que posteriormente foi aprovada pelo 13° Congresso dos Metroviários, de efetivação dos trabalhadores terceirizados sem concurso público:

Intervenção de Tamiris Carvalho, metroviária da Linha 1 Azul, na mesa de debate de gênero nesta sexta-feira no 13° Congresso dos Metroviários:

Intervenção de Rodrigo Tufão, diretor do Sindicato dos Metroviários de SP pela Chapa Nossa Classe, na mesa sobre a luta contra a privatização no 13° Congresso dos Metroviários:

Camilo, do Alternativa Sindical de Base, defende a proposta, que posteriormente foi aprovada pelo 13° Congresso dos Metroviários, de efetivação dos trabalhadores terceirizados sem concurso público




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