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Pandora Papers | R$16,6 bi em dívidas de brasileiros com nome no Pandora Papers pagaria auxílio para 4 milhões de famílias

Somada as dívidas com a União de todos os brasileiros com contas offshores vazadas pelo Pandora Papers, o resultado é o valor de R$ 16,6 bilhões, suficiente para pagar o novo programa de auxílio do governo para mais de 4,6 milhões de famílias.

segunda-feira 4 de outubro de 2021 | Edição do dia

O escândalo do Pandora Papers mostrou os dados de bilionários, políticos, celebridades que utilizam as offshores, empresas sediadas em paraísos fiscais, para fugir do pagamento de impostos. Entre eles estão nomes como políticos do alto escalão: Paulo Guedes, ministro da economia, Roberto Campos Neto, presidente do BC; empresários milionários, como: Rubens Menin, da MRV, Flavio Rocha, das lojas Riachuelo, os irmãos Eduardo e Fernando Parrillo, donos da Prevent Senior. Além, é claro, de Luciano Hang.

Saiba mais: Prevent Senior, MRV e Riachuelo: veja patrimônio milionário de empresários em offshores

Alguns dos nomes dessa lista com contas milionárias no exterior, são os mesmos que possuem dívidas com a União em relação ao pagamento de tributos. Segundo levantamento do jornal Metrópoles, o total somado pela dívida de todos os brasileiros com nome no Pandora Papers e com dívida com a União equivale à R$ 16,6 bilhões.

Para se ter ideia dessa quantia, o orçamento anunciado pelo governo Bolsonaro para o custeio do Auxílio Brasil em 2022 será de R$ 34,7 bilhões. Ou seja, se os burgueses com contas milionárias no exterior pagassem suas dívidas, seria possível expandir o orçamento do auxílio destinado às famílias na extrema pobreza em aproximadamente 50%, beneficiando um total de 4,6 milhões de famílias com o valor de 300 reais por 1 ano.

Dentre esses devedores estão desde o empresário Eike Batista e o inventário do ex-deputado José Janene, estrela do Mensalão e morto em 2010, até desconhecidos do público em geral, mas que figuraram em esquemas de corrupção sob investigação da Polícia Federal.

Veja alguns dos nomes dessa lista:

Eike Batista

O empresário que chegou a ser a pessoa mais rica do Brasil tem hoje débito de R$ 3,8 bilhões inscrito na Dívida Ativa. O nome dele está ligado a duas offshores, a Farcrest Investment e a Green Caritas Trust.

Claudio Rossi Zampini

O empresário Claudio Rossi Zampini possui negócios de ramos diversos em São Paulo, como a CRZ Telecomunicações e a Flamingo Táxi Aéreo. Zampini aparece direta ou indiretamente no quadro social de nove companhias. Ele também possui débitos somados de R$ 1,3 bilhão inscritos na Dívida Ativa da União, referentes a inscrições entre 2014 e 2019.

Corina de Almeida Leite

Dona da Cia Agropecuária Monte Alegre, especializada em confinamento de gado e com diversos prêmios internacionais, e sócia da Adecoagro, empresa de Luxemburgo que é uma das maiores em atuação no agronegócio do Centro-Oeste, a empresária Corina de Almeida Leite tem R$ 27,4 milhões inscritos na Dívida Ativa da União. Corina mantém uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas desde 2006, a Etiel Societé Anonyme, que, segundo um documento do Pandora Papers, detinha US$ 500 mil em ações da Adecoagro em 2016.

Alberto Davi Matone

Um dos usos comuns para offshores é a compra de imóveis. Foi o que fez Alberto Davi Matone, fundador do Banco Matone, vendido para a J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Baptista, em 2011 e mais tarde transformado no banco Original. Com dívidas com a União que totalizam R$ 92,8 milhões, Matone criou em janeiro de 2013 a Northbush Associates, cujo único ativo é uma mansão em Coral Gables, cidade na Flórida, comprada por US$ 1,8 milhão em junho de 2014.




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