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Indígenas Guarani-Kaiowá | 2 indígenas são assassinados em áreas de avanço do agronegócio, no Mato Grosso do Sul

Mais dois indígenas foram assassinados em Mato Grosso do Sul, em decorrência da violência e ganância do agronegócio sob as terras indígenas. Ariane Oliveira Canteiro, do povo guarani kaiowá de apenas 13 anos e o líder indígena Vitorino Sanches também guarani-kaiowá, de 60 anos foram assassinados.

quarta-feira 14 de setembro de 2022 | 15:15

Foto: Rafael de Abreu

Ariane estava desaparecida desde o dia 2 de setembro e foi encontrada morta no último domingo (11) numa fazenda em Dourados no Mato Grosso do Sul. Segundo denúncias, ela recebia ameaças de morte por meio de bilhetes, algo que já vinha ocorrendo há 1 ano. Lideranças, movimentos indígenas e moradores das aldeias Jaguapiru e Bororó protestaram contra a violência e falta de segurança para os povos originários da região, sobretudo, por conta dos fazendeiros da localidade que são responsáveis por vários casos de violência contra essa população.

Vitorino tinha acabado de sofrer um atentado no dia 1º de agosto, quando seu carro foi atingido por pelo menos 10 tiros, deixando-o ferido. Ele foi socorrido na ocasião e conseguiu se recuperar. Mas na última terça-feira (13) ele sofreu outro atentado, dois homens fizeram vários disparos contra ele que apesar de ter sido levado ao Hospital Regional de Amambi não resistiu e acabou falecendo.

Segundo Guasu guarani-kaiowá foram disparados 35 tiros contra Sanches. Em nota a associação Aty Guasu lamentou a morte de seu irmão e denunciou o sistemáticos ataques violentos que a povo guarani kaiowá, segunda maior população indígena do Mato Grosso do Sul:

"Não suportamos mais tanta dor e luto. Precisamos de apoio e proteção. Já são meses de ataques e assassinatos em nossos territórios, pedimos apoio e que esse genocídio contra nossos irmãos e irmãs acabe, estamos cansados de tanta dor e perseguição"

A região do Amambi está em constante tensão desde junho por conta dos conflitos entre a população indígena e a polícia militar que tenta impedir que exerça seu direito sobre suas terras.

Repudiamos os ataques que as populações indígenas pelo Brasil afora vem sofrendo que são na verdade expressão racista e reacionária do agronegócio aliado de Bolsonaro e os militares. O próprio presidente que sempre que pode faz comentários xenófobos e reacionários é parte de permitir o avanço desse setor através da violência de grileiros, fazendeiros e garimpeiros sobre as terras indígenas.

É um absurdo que esses ataques sigam ocorrendo, justamente porque a população indígena do Amambi esteja defendendo o direito à sua terra. Justiça por Ariane! Justiça por Sanches. As centrais sindicais deveriam convocar uma mobilização junto às populações indígenas e movimentos sociais para mostrar na luta não só que o povo guarani-kaiowá tem direito às suas terras, mas também que tem força e disposição pra enfrentar os interesses do agronegócio reacionários e racista deste país.




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