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QUEIMADAS | 2º ano do governo Bolsonaro tem número recorde de desmatamento em 12 anos

O desmatamento na Amazônia ja supera em 180% o teto proposto pela Política Nacional sobre Mudança do Clima.

terça-feira 1º de dezembro de 2020 | Edição do dia

Segundo pesquisas realizadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), o desmatamento na Amazônia em 2020 bate recorde em relação aos últimos 12 anos. São 11.088 km² de área atingida por queimadas. A área é 70% maior do que a média registrada entre 2009 e 2018.

A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNCM) aponta um teto de desmatamento de 3.925 km² ao ano, 180% menor do que a área devastada que atingimos nesse ano sob o governo Bolsonaro.

Frente a esse dado, o Observatório do Clima, uma rede de 37 entidades da sociedade civil brasileira formada com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro, aponta o governo federal e toda a gestão de Jair Bolsonaro como responsáveis pela catástrofe ambiental.

Em nota, a entidade afirma: "Omissão criminosa em não gastar o dinheiro que existe para a fiscalização e as políticas ambientais, difamação a quem produz conhecimento técnico e científico e uma tentativa improvisada de militarizar a floresta. Tudo isso foi visto nos últimos 22 meses", diz o texto.

A entidade faz um alerta: "O Brasil deve ser o único grande emissor de gases de efeito estufa a ter aumento em suas emissões no ano em que a economia global parou por conta da pandemia." Ainda completa que os números evidenciados cumprem “um projeto bem-sucedido de aniquilação da capacidade do Estado Brasileiro e dos órgãos de fiscalização de cuidar de nossas florestas e combater o crime na Amazônia. É o preço da “passagem da boiada”. Desde sempre, quando o desmatamento sobe, a gente fica se perguntando o que deu errado nas tentativas de controle do crime ambiental. Desta vez, a gente sabe que a alta aconteceu porque deu tudo certo para o governo”.

Veja mais: Graças à política Bolsonarista de passar a boiada, desmatamento na Amazônia cresce 50%.

A política de Bolsonaro que se evidencia na emblemática frase de Ricardo Salles, sobre “passar a boiada”, se utiliza da pandemia e das centenas de milhares de mortes por covid-19 para destruir nosso meio ambiente e governar para os interesses dos empresários e do imperialismo.

Só nos últimos tempos Bolsonaro afrouxou a fiscalização ambiental para favorecer o comércio externo, ao mesmo tempo em que o presidente do Ibama, Eduardo Bim, nomeado por Ricardo Salles, facilitou a circulação de madeira ilegal. Enquanto isso, Bolsonaro com todo seu negacionismo afirma que não há “sequer um hectare de selva devastada”, acompanhado por diversos setores do seu governo, como o General Heleno, que chegou a dizer que as queimadas da Amazônia são apenas “uma fogueirinha”.
Essa política de destruição dos nossos biomas não se limita apenas à extrema-direita. O chamado bonapartismo institucional, principalmente o Centrão, se beneficia com essa política para favorecer o agronegócio e os grandes empresários.

A luta pelo meio ambiente precisa ser uma luta anticapitalista. Bolsonaro, seus ministros e diversos setores do regime do golpe trabalham para endossar e favorecer os grandes ruralistas, enquanto destroem nossas florestas. É preciso articular uma luta em defesa do meio ambiente e contra Bolsonaro e sua política obscurantista, com mulheres, negros, trabalhadores e povos tradicionais que sofrem diariamente com essa política genocida.




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