Ineficiência, prejuízos e corrupção inerentes a empresas estatais, são mentiras contadas para atrair a população em apoiar a nefasta privatização dos Correios, que vai afetar em sua maioria cidades pequenas e periféricas, além de mais de 90 mil trabalhadores que têm seu trabalho agora incerto. Contra a privatização dos Correios, a CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PC do B, têm que organizar um plano de luta contra os ataques!
Calvin de OliveiraEstudante de Geografia da UFF - Niterói
quinta-feira 8 de julho de 2021 | Edição do dia
Foto: Agência Brasil
Os Correios dão prejuízo
Usando um argumento que os Correios dão prejuízo, se utilizando de números de 2012 a 2016, anos em que a crise de 2008 que fechou Lehman Brothers e abalou a inefabilidade do capitalismo. Bem, os fatos são que os Correios deu lucro e dá lucro desde 2019, bilionários por sinal, foram 1,53 bilhão em 2020. Lucram em base, o suor dos trabalhadores dos Correios, ainda que seja uma empresa estatal. A gestão dos Correios não contrata novos ECTistas e vem num processo de precarização do trabalho na empresa. A privatização só visa aprofundar ainda mais isso, com a Amazon interessada, o modelo de trabalho da empresa é ser demitido por sentar em um período de 12 a 14h em pé em seus centros de distribuição.
Não há eficiência
O argumento direitista e bolsonarista que não é eficiência, em na verdade qualquer empresa estatal, cai por terra quando os Correios são responsáveis pela entrega e distribuição do ENEM há 12 anos, distribuindo materiais didáticos. Atuando de Norte a Sul, de Leste a Oeste do Brasil, a empresa chega e por ter obrigação, a lugares que não são lucrativos para Mercado Livre, Loggi, Magalu e Amazon. Na verdade, a chegada da Amazon fez com que quebrasse pequenas empresas de entregas em localidades não lucrativas, deixando à população sem um serviço de entregas já que a Amazon cobra preços abusivos em tais locais. Outro lado, é que de acordo com o TCU, os Correios entregam 97% das entregas no prazo, então ainda que haja problemas - que não se resolvem com a privatização, em escala, é uma empresa eficiente.
Quebra de monopólio é tendência mundial
O Maior exemplo contrário disso é a USPS(United States Postal Service), empresa estatal do imperialismo americano, adorado pela direita e por Bolsonaro. Não é privado e além disso é um dos maiores parceiros comerciais da Amazon nos Estados Unidos. Outro exemplo são os Correios Argentinos que após a crise de 2001 no país entraram em falência e foram reestatizados pelo governo kirchnerista. Empresa de logística estatal garante independência do mercado e do imperialismo em razões que sejam do interesse da população e não necessariamente lucrativas.
A importância de um Correios 100% e sob controle dos trabalhadores
Nós do Esquerda Diário e do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, escrevemos essa nota contra a privatização dos correios, mas também denunciamos diversas vezes a gestão de Floriano Peixoto e de outros presidentes da empresa que tem salários(como no caso do General, maior que de Bolsonaro), enquanto os funcionários dos Correios a um momento da pandemia não recebiam máscaras. Por isso precisamos de um Correios sob controle dos trabalhadores, em que não a casta privilegiada de gerentes aliadas à privatização e a Bolsonaro decidam os rumos da empresa e da logística do país, mas sim aqueles que a fazem todos os dias, a base dos trabalhadores. Desta forma apoiamos o movimento grevista dos ECETistas no ano passado, contra o corte absurdo no acordo coletivo.
Mas a nossa não é só em defesa dos Correios e que ele passe para as mãos dos trabalhadores, é também em defesa da Eletrobras e de todos os ataques feitos pelo governo Bolsonaro e Mourão. Nossa resposta deve ser nas ruas e com os métodos da classe trabalhadora, exigimos que a CUT e a CTB(Centrais Sindicais dirigidas pelo PT e PCdoB) rompam a paralisia que quer fortalecer Lula em 2022 para enfrentar os ataques agora com um plano de luta.
Fontes:
Economia IG
Pedro Doria
Ideias Radicais
BBC Brasil
G1
Governo Brasileiro
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