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Espírito Santo | 5 motivos para não votar em Carlos Manato para o governo do Espírito Santo

Veja aqui alguns dos muitos motivos para não votar no reacionário Carlos Manato, representante da extrema direita capixaba.

terça-feira 25 de outubro de 2022 | Edição do dia

1. Manato é Bolsonaro e representante da extrema direita

Manato é o representante da extrema direita no Espírito Santo e candidato de Bolsonaro. Defende as mesmas pautas e é apoiado por figuras grotescas da extrema direta, que manifestam um discurso de ódio aos trabalhadores, negros, mulheres e LGBT’s. Para citar alguns: Damares Alves, que defende uma agenda reacionária e conservadora contra as mulheres e LGBT’s, reforçando estereótipos de que meninas usam rosa e meninos usam azul em nome da luta contra a “ideologia de gênero” nas escolas, e sendo uma das principais na luta contra o direito ao aborto e ao próprio corpo, defensora da abstinência sexual como método contraceptivo e responsável por constranger e coagir uma criança de 10 anos, vítima de estupro, a não abortar e, ainda, vazar dados do hospital onde a menina estava; Magno Malta, que tem envolvimento em vários escândalos de corrupção, autor do “Escola Sem Partido” e defensor da redução da maioridade penal; Gilvan da Federal, autor do projeto “Infância sem pornografia”, por meio da chamada “ideologia de gênero”, expressão inventada pela cúpula conservadora e religiosa para se referir aos necessários debates sobre gênero e sexualidade, e responsável por fazer ataques à uma professora de inglês por utilizar em sua aula uma atividade que abordava sobre a questão LGBTQIAP+ e responsável também por atacar e falar que uma vereadora da Câmara Municipal de Vitória estaria utilizando trajes inadequados só por estar com o ombro à mostra.

2. Defensor das reformas, ataques à classe trabalhadora e privatizações

Manato é favorável a uma reforma administrativa, cortando 20% das Secretarias do Estado e dos servidores. Também é favorável à reforma previdenciária e votou favorável ao PL 4330, que aprovou o trabalho terceirizado. Além disso, Manato foi favorável à desestatização da Companhia Docas do Espírito Santo (CODESA), que foi a primeira privatização portuária do país, e também deseja, caso seja eleito, privatizar por completo a Companhia de Gás do Espírito Santo (ES Gás), que é uma empresa de economia mista. Manato também defende a descentralização da saúde, tirando do Sistema Único de Saúde (SUS) para investir no privado, justificando que, assim, diminuiria as filas para atendimento na saúde, quando na verdade esse projeto de privatização só mostra o esforço da extrema direita em querer privatizar tudo e lucrar com nossas vidas, como por exemplo a tentativa do “Projeto de Nação – O Brasil em 2035”, de cobrar pelo atendimento no SUS.
É necessário lutarmos pela revogação imediata de todas as reformas e privatizações desde o golpe de 2016 e a expropriação dos empresários da saúde com a estatização de todo o sistema de saúde sob controle dos trabalhadores, construindo um SUS 100% estatal!

3. Contra a separação das Igrejas e do Estado

Manato defende a cooperação das instituições religiosas com o interesse público e tem como projeto estimular as Igrejas para atuarem na área social como um terceiro setor. Isso reforça como esse regime degradado tem cada vez mais transformado o estado em um balcão de negócios de pastores e empresários da fé, ignorando os profissionais tecnicamente qualificados para atuação na área social, substituindo com parcerias e cúpulas das igrejas regadas a escândalos de corrupção e que se utilizam da religião de milhares de pessoas para fins econômicos e políticos, o que se demonstra na ampliação da bancada da Bíblia nas últimas décadas.

Pode-se perceber também o fortalecimento da Igreja nas decisões do Estado a partir dos compromissos da chapa Lula-Alckmin com a conciliação de classes e a “carta ao povo de Deus”, garantindo não ferir os princípios da Igreja, como a questão do aborto e do casamento homoafetivo, demonstrando o risco de abaixar as pautas de esquerda e como isso fortalece a normalização das posições reacionárias.

Para enfrentar a extrema-direita e Bolsonaro e garantir as pautas em defesa das mulheres, é preciso defender o estado laico e para isso o caminho precisa ser o da luta de classes, exigindo das centrais sindicais que organizem um plano de lutas contra as reformas, contra os ataques conservadores e pelos direitos das mulheres. Essa luta não será construída em aliança com a direita, banqueiros e empresários, que sempre defenderam o atrelamento da Igreja com o Estado. Nosso feminismo socialista precisa se enfrentar com o Estado capitalista de conjunto e todos os setores do regime que atuam contra o direito ao aborto, como é o autoritarismo judiciário.

4. Defende aprofundar a violência policial em nome da “segurança pública”

Manato tem o apoio de militares que defendem o Projeto Político Militar (PPM) e parlamentares armamentistas do Proarmas, que fazem parte da “Bancada dos CACs” – colecionadores de armas de fogo, atiradores esportivos e caçadores. Manato defende como uma das prioridades de seu governo a segurança pública, com o fortalecimento e investimento na polícia como forma de diminuir a violência do Estado, a partir de maior valorização salarial dos policiais e com a criação de uma “Central de Tecnologia de Segurança Pública”, com a utilização de drones, programas cibernéticos de rastreamento e análise criminal. Essa política só reforça a criação de privilégios que buscam dar mais liberdade para a polícia reprimir e colocar em prática seu projeto de exterminação da população negra e pobre, assim como a manutenção do Estado capitalista, a partir da “luta contra às drogas e o tráfico” e opressão à classe trabalhadora em nome da segurança pública.

É preciso lutar pelo fim das operações policiais, pelo fim da impunidade aos policiais e dos tribunais militares, assim como pelo fim da polícia assassina!

5. Envolvimento em esquema de rachadinha

Manato foi deputado federal por quatro mandatos (2003 – 2018). Bolsonarista, se filiou ao PSL em 2018 e depois trocou para a sigla do PL. Já foi do partido Solidariedade e do PDT. Assim como Bolsonaro, Manato defende as pautas da extrema direita por meio da consigna “Deus, pátria, família”, é contra o aborto, a legalização das drogas e a “ideologia de gênero”.

Recentemente, uma ex-funcionária de seu gabinete denunciou um esquema de rachadinha, relatando nunca ter trabalhado e ter sido funcionária fantasma de Manato, entre 2016 e 2017. Ainda denunciou que não recebia o dinheiro, que tudo era passado para seu ex-marido, que sempre atuou diretamente com Manato, e quando questionava recebia como resposta que era “algo que todo mundo fazia, algo normal”.
Com isso, para derrotar o bolsonarismo e figuras como Carlos Manato, é necessário um programa para atacar os lucros dos capitalistas, em combate à extrema-direita junto à direita tradicional, capaz de fato unificar os setores abalados com a crise, invertendo as prioridades e fazendo com que os capitalistas paguem pelo dano causado. Para isso, é imprescindível a revogação das reformas e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, que só nas grandes empresas poderia criar 5 milhões de postos de trabalho. Garantir que os salários sejam reajustados automaticamente com a inflação do custo de vida real da população. E que possamos dividir a jornada de trabalho entre empregados e desempregados para que todos possam trabalhar e não morrer de fome.
Esse é o único programa que pode impor a unidade entre empregados e desempregados, trabalhadores com e sem direitos, e o conjunto dos setores oprimidos, e erguer uma força social para combater a extrema-direita onde ela pode ser derrotada: nas greves, piquetes e manifestações radicalizadas. É urgente que a CUT e a CTB rompam sua paralisia, que deixou os ataques da extrema-direita passarem sem luta, a serviço de apostar tudo na aliança eleitoral com a patronal nas eleições, e construam um plano de luta para começar o embate real contra a extrema-direita, o Centrão e suas reformas.




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