×

Rumo ao 24J | A esquerda precisa romper com a adaptação às direções sindicais e apostar na organização dos trabalhadores

PSOL, PSTU, PCB, UP e PCO precisam romper com a política de adaptação às direções burocráticas instaladas nos nossos sindicatos. Precisamos construir uma saída independente para nossa classe, abrindo caminho para a construção de uma greve geral e um plano de lutas para derrubar Bolsonaro, Mourão e os ataques pelas mãos dos trabalhadores, juventude e o povo oprimido.

quarta-feira 21 de julho de 2021 | Edição do dia

Foto: Stefano Figalo/Brasil de Fato

Estamos mais uma vez frente a próxima data de manifestação nas ruas contra Bolsonaro e seu governo, mas seguimos até agora sem um plano de lutas efetivo que possa golpear de fato esse governo e buscar por mais, como derrotar também Mourão, os militares e a direita, junto com todos os seus ataques contra nós trabalhadores, juventude e povo pobre.

As centrais sindicais - como CUT (PT) e CTB (PCdoB) - e a UNE seguem controlando a agenda das manifestações e com uma política de não radicalização ou plano de lutas. Desviam a força daqueles que lutam por um basta nessa crise capitalista que não é nossa - mas que estamos pagando todos os dias - para esperanças eleitorais ou confiança em um processo de impeachment que parece distante de efetivação na Câmara e no Senado.

Veja aqui: Rumo ao 24J - O que estão fazendo as direções das centrais sindicais? Plano de luta unificado já.

Toda a esquerda - PSOL, PSTU, PCB, UP e PCO - precisa romper de uma vez por todas com a política de adaptação às direções burocráticas instaladas nos nossos sindicatos de trabalhadores e de estudantes. O PSOL precisa colocar suas cadeiras parlamentares em prol da auto-organização da nossa classe e denunciar - junto à toda esquerda - a posição das centrais sindicais, ao invés de seguir se adaptando às políticas do PT, que busca alianças com a direita que também articulou o golpe institucional de 2016 e passou todos os ataques contra nós, junto a Temer e depois Bolsonaro.

A política de Frente Ampla que esses partidos de esquerda seguem - com Lula encabeçando as intenções de voto para 2022 - não responde até o final com os nossos interesses como classe, exatamente porque se aliar com a direita ou às velhas instituições, como Congresso e STF, rebaixa o que podemos conquistar com a nossa luta. Por mais que a direita por trás desse teatro da CPI covid tente lavar suas mãos, esta também é culpada pela destruição dos nossos direitos e tem descarregado, junto a Bolsonaro, Mourão e os militares, essa crise econômica, sanitária e social, nas nossas costas. Não podemos confiar em nenhuma aliança com qualquer ala desse regime.

Veja também: Unidade de ação com a direita?

Nossa classe pode, por meio dos nossos métodos de luta, mostrar nas ruas e em cada local de estudo e trabalho a sua capacidade de auto-organização por uma saída que seja nossa, sem alianças com a direita neoliberal, defensores dos ataques contra nós.

Através da construção de um Comitê Nacional anti-burocrático, podemos batalhar para agitar nas categorias de base das centrais sindicais, como CUT e CTB, a política por uma greve geral, impulsionando para que os trabalhadores se vejam como sujeito transformador e pressionem seus sindicatos a saírem dessa paralisia. A CSP-Conlutas (PSTU) e as Intersindicais, que já dirigem diversos sindicatos pelo país, podem cumprir esse papel de serem também um exemplo de luta para toda nossa classe, organizando desde já assembleias de base nas categorias que atuam, pela construção de um grande dia de paralisação nacional.

Pela via da construção de assembleias de base, com direito a voz e voto, podemos levantar uma greve geral que atinja os capitalistas e seu Estado que funciona como seu balcão de negócios contra nossas vidas.

É preciso combatermos todo tipo de ceticismo na nossa classe e colocarmos as nossas forças, cadeiras parlamentares e localização na direção de sindicatos e movimentos sociais, pela construção de uma greve geral e um plano de lutas para derrubar Bolsonaro, Mourão e todos os ataques, pelas mãos dos trabalhadores, da juventude e do povo oprimido.

E ainda, a unidade da nossa classe pode também abrir um caminho na luta de classes que aprofunde uma saída independente, por uma política que mude não só os jogadores, mas também as regras do jogo, impondo por meio da nossa mobilização uma nova Constituinte que seja livre e soberana, dissolvendo as velhas instituições que serviram ao golpe institucional e deram base para todos os ataques.

Leia também: Editorial MRT - 3 propostas para a classe trabalhadora enfrentar a crise política no Brasil.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias