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Itália | A extrema direita liderada pela admiradora de Mussolini, Giorgia Meloni, ganha as eleições

Neste domingo (25), a aliança liderada pelo partido de extrema-direita Fratelli d’Italia de Georgia Meloni, venceu as eleições legislativas com 44.1% dos votos. 100 anos após a ascensão de Mussolini no poder, a itália volta a ter uma chefe de governo com raízes no facismo. A aliança que aglutina os setores mais reacionário e conservadores do país, como o Forza Italia - partido de Silvio Berlusconi - além do partido Liga de Matteo Salvini.

segunda-feira 26 de setembro de 2022 | Edição do dia

Da esquerda. Matteo Salvina, da Liga; Silvio Berlusconi, da Forza Itália; Giorgia Meloni, da Fratelli d’Italia. Foto: Gregorio Borgia/AP

A votação que além de marcar os 26% do partido da admiradora de Mussolini, também mostrou a queda dos votos da Liga de Matteo, que passou de 34% nas últimas eleições europeias para 9% nesta, enquanto o partido do conservadir Berlusconi surpreendentemente se manteve com 8,3%.

Eleições marcadas pela volta após 100 anos de uma liderança abertamente alinhada com fascismo e com todos os ataques à população mais oprimida. Meloni se apresenta como mulher, mãe e cristã, além de carregar o lema “Deus, pátria e família” é contra os direitos LGBTQIA+, contra o aborto e imigração.

Em eleições marcadas pelo forte descontentamento da população, que levou a mais de 30% da população não irem votar, número superior ao da última eleição. O Partido Democrata de centro-esquerda obteve cerca de 19% dos votos. Enquanto o populista Movimento 5 Estrelas (M5E) do ex-Primeiro Ministro Giuseppe Conte conseguiram cerca de 17% dos votos. Todos estes partidos, de centro-esquerda e de direita - exceto Fratelli d’Italia - tinham levado o banqueiro Mario Draghi ao poder. Um governo que finalmente entrou em colapso em julho deste ano.

Com a alta rejeição ao governo de Mario Draghi, a aliança de extrema-direita liderada por Meloni encontrou espaço para eleger desde 1945 a maior bancada na Europa. Como Giacomo Turci - editor da La Voce delle Lotte - declarou, "a aposta vencedora de Fratelli d’Italia foi reivindicar abertamente um perfil católico-nacionalista em clara oposição ao governo Draghi. Assim, parte do descontentamento social levou ao apoio a este partido".

Além de adotar um discurso mais pró-Otan, pois também é fundamental para a burguesia nacional da Itália se manter aliada a União Europeia, fundamentalmente por causa da sua necessidade de financiar a dívida pública, quem em dezembro do ano passado chegava a ser 150% do PIB nacional, somando 2,6 trilhões de euros.

Fica claro nas eleições Italiana que as medidas do governo Draghi só favorecem a consolidação da direita. E nos mostra mais uma vez que a única saída para a classe trabalhadora se enfrentar com as mazelas do capitalismo e com a reacionária extrema-direita é a auto-organização da nossa classe.




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