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FORA BOLSONARO, MOURÃO E MILITARES | A força nas ruas não pode ser combustível para campanha eleitoral! Paralisação nacional já

Em diversas cidades do país, as ruas foram tomadas por dezenas de milhares manifestando seu repúdio a Bolsonaro e seu governo de extrema-direita, no sábado, 19 de Junho. Para que tomemos essa luta em nossas mãos, não podemos permitir a canalização da nossa raiva contra o governo em campanha eleitoral para Lula 2022. É necessário exigir um dia de paralisação nacional unificada de trabalhadores e estudantes.

segunda-feira 21 de junho de 2021 | Edição do dia

Foto: Ricardo Stuckert

Neste 19 de Junho, dezenas de milhares de brasileiros, especialmente jovens estudantes, nas capitais do país, e dezenas do interior, participaram de marchas e protestos contra Bolsonaro e seu governo de extrema direita. Protestos marcaram novamente presença da importante força que havia se expressado no dia 29 de maio.

Diante dessa força que se demonstrou nas ruas, é urgente que nos organizemos por cada local de trabalho e de estudo, para multiplicar nossa potência, contra o negacionismo do governo e sua marca de meio milhão de mortos por covid, responsabilidade de Bolsonaro e também dos governadores, como João Doria (PSDB-SP), afinal em nenhum momento da pandemia garantiram o direito a uma quarentena racional, espremendo milhões de brasileiros em ônibus lotados para chegar ao trabalho. E também aumentar nossa capacidade de combate contra os ataques, o corte orçamentário de Bolsonaro e do Congresso golpista que ameaça fechar universidades públicas, a Reforma Administrativa, a privatização da Eletrobrás que vai aumentar ainda mais a conta de luz de milhares de famílias que já padecem na pobreza pelo aumento de 33% da cesta básica.

Vivemos hoje sob a uma crise econômica aprofundada pela pandemia do coronavírus, que só conseguiremos dar uma resposta se fizermos com que os capitalistas paguem por ela, afinal foram eles mesmos que a criaram, mas a descarregam em nossas costas em forma dos ataques. Para começar, precisamos de um dia de Paralisação Nacional unificada de trabalhadores e estudantes, construído em cada local de trabalho e estudo, com assembleias de base, para atingir diretamente o bolso dos patrões, que lucram através de nosso trabalho, precarizam nossos estudos. Durante toda a pandemia, trabalhamos para que eles continuassem mantendo seus bolsos cheios de dinheiro, enquanto nós pagamos as suas e as nossas contas de luz extremamente altas, vivemos o apagão no Amapá, por causa da crise energética derivada da privatização, vivemos a terceira onda antecipada em Manaus por nossos recursos serem roubados, ocorrendo inclusive a absurda falta de oxigênio nos hospitais.

Veja também: Preta Parks no 19J: "Queremos uma paralisação nacional unificada de um dia de toda a classe"

A força nas ruas não pode ser combustível para campanha eleitoral para quem se propõe a gerir essa crise a partir dos resultados das urnas em 2022. Nós, trabalhadores, estudantes, precisamos tomar a luta em nossas mãos e atropelar as direções burocráticas ligadas ao PT e ao PCdoB que só querem utilizá-la com objetivo eleitoral para eleger Lula em 2022. Lula negocia com quem nos ataca, fazendo reuniões para costurar alianças com Sarney, Fernando Henrique Cardoso e outros. Desde que foi reabilitado para concorrer às eleições, depois de ter sido preso arbitrariamente pelo Judiciário golpista em 2018, sinaliza para os militares e perdoa os golpistas, diz que encaminhará a privatização da Caixa, porque quer se integrar ao regime político desdobrado do golpe institucional de 2016 e governar o país em prol dos ataques.

Por isso, precisamos exigir que a CUT, a CTB (centrais sindicais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade estudantil dirigida pela UJS (juventude do PCdoB), pela Juventude do PT e pelo Levante Popular da Juventude, organizem a luta e não dividam as pautas e as forças dos trabalhadores e dos estudantes, como fizeram primeiramente convocando manifestações separadas entre os dias 26 e 29 de Maio, e depois nos dias 18 e 19 de Junho. A estratégia do petismo desemboca na formação de uma suposta Frente Ampla contra Bolsonaro, que aceita os capitalistas e golpistas que nos atacam nela. E vemos isso acontecer com a migração de Marcelo Freixo do PSOL para o PSB, partido que votou favorável ao impeachment de Dilma em 2016 e que cegou trabalhadores no Recife com bala de borracha nas manifestações do dia 29 de maio, avançando na política frente-amplista que já defendia dentro do PSOL. E também com a migração de Flávio Dino, governador do Maranhão, do PCdoB para o PSB, mostrando que para esses políticos não basta somente o PCdoB fazer parte do governo repressor de Paulo Câmara (PSB) no Pernambuco, e que é preciso garantir as possibilidades de aliança com o PT para as eleições de Lula em 2022.

E é nesse sentido que fazemos um chamado às organizações de esquerda, como PSOL, PSTU, UP e PCB, que dirigem diversos Diretórios Centrais de Estudantes (DCEs) de universidades públicas, aos movimentos sociais, a dar exemplo e apostar na força dos trabalhadores e estudantes, uma luta que precisa ser por Fora Bolsonaro, Mourão e militares. Basta de confiar no teatro da CPI da Covid com esperanças falsas de que possa desgastar Bolsonaro para a saída institucional do impeachment. Bolsonaro sai, e Mourão fica? General Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente militar que comemora o golpe militar de 64, que disse que os mortos nas mãos da polícia em Jacarezinho no Rio de Janeiro eram “tudo bandido”. Organizados, podemos derrotar Bolsonaro e o conjunto do regime político do golpe. Precisamos de um plano de luta e uma paralisação nacional para enfrentar os ataques, contra as intenções das direções burocráticas, pois aceitar o desvio eleitoralista da nossa luta só pode levar à derrota.

É preciso questionar o conjunto das instituições deste regime do golpe lutando por uma nova Constituinte Livre e Soberana, imposta pela mobilização, que possa revogar todos os ataques em curso e a obra econômica do golpe, porque não basta mudar os jogadores, que o fazem para se integrar e assentar profundamente o regime, é necessário modificar na íntegra as regras do jogo. Um combate que travamos com a perspectiva de que os trabalhadores, tendo consigo mulheres, negros, LGBTs, o povo pobre, lutem por um governo de ruptura com o capitalismo.




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