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A luta por moradia estudantil no Campus Litoral precisa ser de toda a UFRGS

Desde as 9h da última sexta-feira (10), os estudantes do Campus Litoral Norte da UFRGS, em Tramandaí, estão ocupando a extinta Côlonia de Férias da universidade, exigindo a construção de uma Casa do Estudante. Essa demanda é histórica e têm sido constantemente negligenciada, o que se aprofundou com a reitoria interventora bolsonarista de Bulhões e Pranke, que agora persegue e criminaliza, junto da polícia militar e do Ministério Público, a mobilização justa dos estudantes que ocupam o prédio. Contra a perseguição e por um espaço de moradia digna para o estudantes do CLN, é preciso massificar essa luta, tornando-a uma batalha de toda a UFRGS!

sábado 11 de março de 2023 | 23:33

Em 2022, ignorando a exigência por uma Casa do Estudantes no Campus Litoral Norte e seguindo sua Reforma Administrativa autoritária, o interventor escolhido a dedo por Bolsonaro, Carlos André Bulhões, entregou o espaço da antiga Colônia de Férias para servir como sede do Centro de Inovação da PROIR (Pró-reitoria de Inovação e Relações Institucionais). Essa pró-reitoria é um órgão cujo único objetivo é aumentar a entrada da iniciativa privada na UFRGS, colocando nossa universidade ainda mais a serviço dos lucros privados dos grandes capitalistas tanto do RS, mas também a nível internacional. Essa medida vêm sendo contestada há mais de um ano pela comunidade universitária do CLN, que nesta sexta-feira (10) ocupou o prédio exigindo que a reitoria negocie a construção de uma moradia estudantil.

Leia mais em: Qual o papel da PROIR de Bulhões e Geraldo Jotz na intervenção de Bolsonaro na UFRGS?

Por sua vez, a reitoria acionou a justiça pedindo a reintegração de posse imediata do prédio, cortando água e luz do espaço e chegando ao absurdo de processar uma militante da UJC e integrante da gestão do DCE UFRGS, Juliana Guerra, e o professor Felipe José Comunello, do Campus Litoral, ameaçando-os de prisão caso tivessem algum envolvimento com a ocupação, sendo essa uma clara demonstração de perseguição ao Movimento Estudantil. A reitoria lançou mão inclusive dos aparatos de repressão do Estado, como a Brigada Militar que na sexta-feira cercou o Campus Centro da UFRGS, em Porto Alegre, em meio a protestos dos estudantes, e que hoje está a postos na frente do CLN esperando para desocupar o prédio. Tudo isso acontece enquanto a vice-reitora, Patrícia Pranke, demagogicamente diz não ser responsável pelo pedido de reintegração, sendo que até mesmo o major do 8º Batalhão da Polícia Militar já confirmou que o pedido foi feito pela reitoria. A comunidade universitária de conjunto não pode aceitar esse tipo de perseguição que remonta aos tempos ditatorias e que está a serviço de calar a voz dos estudantes, professores e trabalhadores da UFRGS. É preciso por de pé uma campanha contra a repressão em conjunto com toda a comunidade da UFRGS, parlamentares, partidos, entidades sindicais e estudantis!

A situação de negligência e precarização dos estudantes do CLN é reflexo direto da crise orçamentária da UFRGS, fruto de quase 10 anos de cortes nas universidades, desde o governo Dilma, aprofundados com o golpe de Temer e os cortes bilionários de Bolsonaro, cortes que são primeiro descarregados sob as costas dos setores mais precários da universidade, como os estudantes pobres e cotistas e os trabalhadores terceirizados. Mas o fato é que essa situação faz parte de um verdadeiro projeto de universidade que sirva cada vez mais às elites, onde não há espaço para os filhos da classe trabalhadora. Um projeto que têm a cara do Teto de Gastos, levado a frente pela reitoria interventora de Bulhões e Pranke, expresso nos cortes de bolsas, nas demissões dos terceirizados, na precarização dos Restaurantes Universitários e que está em consonância com as reformas antioperárias, como a Reforma Trabalhista e da Previdência, que hoje o governo Lula-Alckmin já diz que não irá revogar.

Para se enfrentar com esse projeto, contra a reitoria interventora e arrancar uma moradia digna no Campus Litoral Norte, é preciso acreditar apenas na força dos estudantes aliados com os trabalhadores de dentro e de fora da universidade, sem nenhuma confiança e independente da reitoria e do governo. Toda a comunidade universitária da UFRGS deve tomar essa luta para si, e nisso as entidades estudantis da universidade, como os CAs e o DCE, podem cumprir um papel fundamental, chamando assembleias em cada curso e instituto para pensar medidas de apoio a luta pela Casa do Estudante no CLN, uma luta que precisa estar também ligada com o combate por mais verba par as universidades, o que só pode acontecer com a revogação do Teto de Gastos, da reversão dos cortes e das reformas. Tal movimento precisa ser o mais democrático possível, incluindo ao máximo a comunidade acadêmico como passo fundamental de massificar, com os estudantes a frente sendo sujeitos da luta e decidindo seus rumos.

Uma mobilização como essa pode avançar em garantir um acúmulo de forças capaz de derrubar a reitoria interventora e impor um verdadeiro questionamento à estrutura de poder autoritária da universidade, assim como arrancar outras demandas como o reajuste das bolsas e condições dignas de permanência estudantil. O futuro dessa luta dos estudantes depende da massificação da mobilização, por isso é crucial que os CAs e o DCE impulsionem a organização estudantil pela base.

Nós da Juventude Faísca chamamos a todes para cercar de apoio ativo essa luta!




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