Tiago Torres, o chavoso da USP, estudantes de Ciências sociais na USP e youtuber marxista, publicou em suas redes sociais que sua foto vinha sendo utilizada em álbum de reconhecimento de suspeitos em processo criminal de sequestro em São Paulo.
quinta-feira 22 de dezembro de 2022 | Edição do dia
Foto: Reprodução/Iconografia da história
A foto foi reconhecida por amigo de Tiago, advogado criminalista, que estudava o inquérito e logo identificou a foto do amigo. "Poderia até ser minha foto lá, porque eles colocam imagens de pessoas que, esteticamente, se assemelham a pessoas da periferia, da quebrada, tem toda essa estigmatização. Por isso, o reconhecimento é falho", disse em entrevista ao G1, Bruno Santana, advogado criminalista.
"Você coloca uma pessoa como um chavoso, cheio de corrente, com a camisa do Flamengo, de boné, um padrão que qualquer acusado de um crime pode ter. E se a vítima fala que foi ele?", questionou Santana.
Chavoso respondeu sobre fato da forma: "Como essas instituições olham para a gente e tratam a gente como suspeito naturalmente. Isso é uma coisa que eu sempre passei nos enquadro da vida, quando a polícia me vê na rua e me para. Agora, isso se manifestou de uma outra forma", relatou.
"É mais uma face desse racismo institucionalizado, desse racismo estrutural, do preconceito com moradores de periferia e de favela de um modo geral, com o preconceito com a nossa forma de se vestir e com os estereótipos que a gente carrega para esse sistema construídos pela mídia", completou.
Nós do MRT e do Esquerda Diário nos solidarizamos Chavoso e denunciamos mais uma vez esse judiciário racista que mantém uma das maiores populações carcerárias do mundo, sendo em sua maioria homens negros e essa policia genocida que sistematicamente assassina a a juventude negra e periférica e que atua, como braço armado do Estado, na repressão contra o conjunto da classe trabalhadora.
Para lutarmos contra o racismo e o conjunto do sistema capitalista que o sustenta, não podemos mantermos ilusões nas instituições burguesas, que perpetuam práticas racistas, machistas e LGBTQIA+fóbicas. Apenas as nossas forças podem abri um caminho para utar contra o fim do racismo e do conjunto das opressões lutando até fim contra o capitalismo.