Uma explosão de liberdade tomou conta do Brasil. Mas se o canto de Cazuza, então vocalista da banda de rock Barão Vermelho, anunciava que o dia nasceu feliz, ainda havia muita tristeza no ar e várias décadas de luta pela frente.
A verdade é que a luta de classes sempre condiciona a memória histórica.
Para reunirmos as forças revolucionárias da poesia, ou seja, a artilharia simbólica necessária para realizarmos a oposição frente aos padrões culturais da classe dominante, precisamos mergulhar nas formas de rebeldia dos negros brasileiros.
Sempre quando a cultura é tragada por furacões políticos e pelas tempestades sociais, é comum encontrarmos dentro da esquerda aqueles que defendem um único veredito: a arte deve tomar partido, deve ser tendenciosa, popular, comprometida (...)
Este texto é um experimento histórico-literário que propõe uma reflexão crítica.
Publicado originalmente em 6 de agosto de 2015, resgatamos hoje no suplemento de arte e cultura Carcará este texto de Afonso Machado sobre a figura marcante do gatinho utilizado pela Liberdade e Luta em seus panfletos e agitações durante a ditadura (...)
O objetivo aqui é pensar a origem da luta de classes na aurora das civilizações, as raízes de um gigantesco drama que chega até nós.
Se a poesia não se deixa prender por nenhuma regra literária, a escrita de Marx implode os limites entre as áreas do conhecimento para se chegar a uma crítica radical da história.
O capitalismo é aquele velho predador que apresenta-se como jovem, belo e eterno. É um sistema que necessariamente precisa manipular a percepção estética da coletividade para por preço em tudo, se bobear até mesmo no ar em que respiramos. Não importa se o capitalista veste o terno das democracias (...)
Quando o filme King Kong estreou em 1933, os espectadores americanos sabiam que aquela monstruosa alegoria da depressão econômica não cessaria de rugir tão cedo sobre a cidade de Nova York.
As vivências estéticas que nos cercam existem para fazer da imagem não um conflito com a realidade, mas uma tentativa de integração total das populações nos parâmetros ideológicos do capitalismo.
México, agosto de 1940. Leon Trótski foi brutalmente assassinado por um agente stalinista. Este crime, no entanto, não representa um capítulo final: a luta revolucionária sempre abre novos parágrafos na história.
O que está em questão é o necessário olhar dialético, a capacidade crítica de perceber numa imagem as contradições de uma época e como suas energias políticas atuam sobre outras épocas.
As relações do surrealismo com a Revolução Permanente
A evidência de que Karl Marx foi um dos maiores escritores do século XIX, leva-nos a considerar a dimensão estética do materialismo histórico menos a partir dos esparsos comentários do autor sobre arte e literatura, e mais de acordo com a maneira como ele expressa o seu pensamento. Existem (...)
Cruzamentos entre a literatura de Malraux e Trotski sobre a história da Revolução chinesa.
“Se, para o desenvolvimento das forças produtivas materiais, cabe à revolução erigir um regime socialista de plano centralizado, para a criação intelectual ela deve, já desde o começo, estabelecer e assegurar um regime anarquista de liberdade (...)
De Carcará do Show de Opinião à Käthe Kollwitz, Mário Pedrosa defende uma arte que sirva como arma social do proletariado. Aqui buscamos traçar paralelos entre essas discussões sobre arte e cultura a partir de uma perspectiva revolucionária, parte da herança do trotskismo no (...)
Uma boa parte do proletariado que sangra diariamente e desconhece a cor vermelha da sua bandeira histórica, possui uma lembrança reprimida: a palavra “revolução” não o larga, como uma espécie de eco que se comunica com ele através de muitas vozes do passado. Este eco adquire contornos mais precisos (...)
Esse texto faz parte da série Experimentos Surrealistas de Afonso Machado.