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Centrão | Aliança entre Lula e Lira avança com manobra na Câmara e preservação do orçamento secreto

O até pouco tempo bolsonarista Arthur Lira reuniu-se neste domingo com deputados do PT para avançar nos pactos entre a chapa Lula-Alckmin e o centrão, em especial para a aceleração da tramitação da PEC da Transição na Câmara.

Mateus CastorCientista Social (USP), professor e estudante de História

segunda-feira 12 de dezembro de 2022 | Edição do dia

O presidente da Câmara e até então bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) realizou uma manobra legislativa para acelerar a PEC de Transição, que foi incorporada à outra proposta tornando desnecessário a passagem do texto por comissões. A previsão é que a PEC, chave para o início do governo de Lula-Alckmin, seja analisada diretamente pelo plenário da Câmara na quarta-feira (14).

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Segundo a Folha, participaram de uma reunião no domingo (11) os deputados do PT Reginaldo Lopes (PT-MG) e José Guimarães (PT-CE), entre outros petistas. Os conchavos entre o futuro governo e o centrão avançaram nas últimas semanas nas duas casas. Em paralelo à reunião com Lira, o relator da PEC de Transição no Senado, o mdbista Marcelo Castro (MDB-PI), reuniu-se com Lula, Haddad, Alckmin, e outras figuras do governo eleito.

Longe da demagogia que Lula realizou durante a campanha contra o orçamento secreto, as articulações entre governo eleito e centrão demonstram que o novo congresso, ainda mais reacionário do que o de 2018, terá seus privilégios preservados e uma parcela de controle sob o novo orçamento.

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Preservando a reforma da previdência, trabalhista e prometendo respeito à responsabilidade fiscal, a chapa Lula-Alckmin busca nessas últimas semanas da transição garantir acordos com o legislativo para que seja possível a implementação de promessas eleitorais como o auxílio, o aumento do salário mínimo e a retomada de programas sociais.

A moeda de troca para os oligarcas modernos do centrão vem sendo a preservação e institucionalização do orçamento secreto, a garantia do controle de ministérios e cargos em estatais, da mesma forma que um controle de determinada parcela das verbas inclusas na PEC de Transição.

Não apenas o centrão, mas atores fundamentais do regime político, como o STF, vem trabalhando em consonância com o governo eleito para que determinadas promessas eleitorais sejam cumpridas, tendo por objetivo a pacificação do país e preservação das reformas e privatizações que foram parte do pacote de ataques com o golpe institucional de 2016 e do governo Bolsonaro.




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