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DIREITO À MORADIA | Após ameaça de despejo para dezenas de famílias, moradores protestam por moradia em Recife

Moradores da comunidade Sítio Santa Francisca, que se localiza em terreno do governo federal, receberam uma notificação para saírem da área, em plena pandemia do covid-19. Sem ter para onde ir, as pessoas fecharam uma via exigindo uma solução para a situação das famílias

sexta-feira 12 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Everaldo Silva/TV Globo

Às 7h desta sexta-feira (12), a Avenida Recife no bairro Ibura, zona sul de Recife foi fechada por moradores que estão sob ameaças de despejo por parte do governo da união, dona do lote onde moravam cerca de 200 famílias a mais de 30 anos, sendo que dessas, mais de 50 ainda permanecem lá. Esta é a segunda vez que os moradores se mobilizam para reivindicar solução para a sua situação, com outra manifestação no início de fevereiro.

A prefeitura divulgou em nota que recebeu representantes da comunidade, mas que não podem agir na solução requerida pelos moradores, pois o terreno é da união e foi concedida a empresa Transnordestina.

O terreno está sob responsabilidade da Ferrovia Transnordestina Logística, empresa controlada pela CSN (companhia siderúrgica nacional), companhia que foi privatizada em 1993 e está presente em diversos estados do Brasil e em outros países. A CSN, empresa que inclusive é listada nas bolsas de valores de São Paulo (BM&fBovespa) e de Nova York (NYSE), terminou o terceiro trimestre de 2020 com nada mais nada menos do que um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão.

A empresa privada, que recebeu 6,8 bilhões em verbas do governo Bolsonaro, é a responsável por mover a ação na justiça que ameaça a vida de todas as famílias, pressionando por vias judiciais para usar o terreno, fazendo com que a vida de centenas de pessoas esteja em risco pela exposição e desassistência em meio à pandemia do COVID-19. O fato se mostra mais um reflexo da política do governo Bolsonaro, que, em nome de conceder as benesses estatais ao empresariado para que lucrem cada vez mais, em detrimento da vida da população, permite com que os capitalistas retirem as casas, as condições e até mesmo o direito de proteger a saúde e a vida das pessoas, para faturarem acima de tudo.

Juntamente com o sistema judiciário, instância de poder que serve apenas a proteção da propriedade privada, os burgueses colocam sob desespero famílias que já estavam no local muito antes do terreno ser concessionado e que possuem direito legítimo à moradia digna.

Todo apoio à luta por moradia digna no Recife, que as famílias tenham o seu direito respeitado e sua vida preservada em uma situação de crise sanitária. A vida do povo não pode perecer para que os capitalistas lucrem, pelo contrário, que os capitalistas paguem pela crise.




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