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Miséria | Após dois anos de pandemia e Bolsonaro, a extrema pobreza bate novos recorde no Brasil

Em pesquisa divulgada hoje (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), referente ao período de 2020-2021, aponta que 11,3 milhões de pessoas passaram para a pobreza e 5,8 milhões atingiram a extrema pobreza no período. Num total 62,5 milhões de pessoas viveram na pobreza durante a pandemia (29,4% da população total - 212,6 milhões), dessas 17,9 milhões viviam em situação de extrema pobreza.

sexta-feira 2 de dezembro de 2022 | Edição do dia

Essa classificação considera pobres as pessoas que vivem com menos de US $5,50 por dia (por volta de 25 reais). A de extrema pobreza é fixada em US $1,90 por dia (por volta de 9 reais).

Alguns recortes da pesquisa referente a região, idade e raça mostram o caráter profundamente e estruturalmente desigual do país. O Nordeste concentrava mais da metade das pessoas extremamente pobres do Brasil (53,2%). A região também reúne 44,8% dos pobres do país, mesmo não sendo a região mais populosa. Um dado assustador é referente às crianças de até 14 anos em situação de pobreza. Esses passaram de 17 para 20,3 milhões (3,3 milhões a mais). Já as crianças de até 14 anos abaixo da linha de extrema pobreza chegou quase 6 milhões (2 milhões que registrado anteriormente). O que chama mais atenção é o racismo, pilar do capitalismo brasileiro, que é expresso diretamente na diferença entre o número de pretos e pardos dos brancos na classificação de pobreza e extrema pobreza. Em 2021, 11% dos pretos e pardos estavam em condição de extrema pobreza no Brasil. Entre os brancos, o número era de 5%, além disso 37,7% dos pretos e pardos viviam em situação de pobreza, o também o dobro do número em relação aos brancos (18,6%).

A relação entre racismo e capitalismo é algo inseparável historicamente. O racismo está diretamente ligado à escravidão moderna, de milhões de homens, mulheres e crianças negras africanas e indígenas. E os governos capitalistas, seja em sua faceta mais racista e nojenta como Bolsonaro, seja nas suas versões “democráticas”, servem para seguir perpetuando essa lógica com o aprofundamento da escravidão assalariada, do trabalho tercerizado, uberizado e informal. A relação entre racismo e capitalismo é algo inseparável historicamente. O racismo é uma arma dos capitalistas que divide nossa classe, avançando com uma exploração ainda maior de alguns setores oprimidos. O bolsonarismo significou enquanto governo a institucionalização do racismo mais explícito que algumas gerações de brasileiros jamais tinham visto na boca de um governante.

Como disse Malcolm X, "não há capitalismo sem racismo", e como nos mostrou a história, é preciso lutar contra o racismo sem confiar nos que demagogicamente falam de democracia enquanto se aliam com aqueles que impõe terror a milhares de negras e negros, como os
políticos burgueses que nunca esconderam suas políticas racistas, Geraldo Alckmin, Simone Tebet, entre outros. E é preciso lembrar que são esses representantes do regime que são responsáveis por massacres como do Carandiru, onde vimos a poucas semanas o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (MDB) morrendo depois de 30 anos de impunidade pelo banho de sangue que promoveu.

Em um Brasil onde permanece a extrema direita e onde se prepara um ano de 2023 de ataques, dizemos que é preciso enfrentar o racismo, o bolsonarismo racista e as reformas independente do novo governo eleito, na luta, exigindo que as grandes centrais sindicais organizem os trabalhadores pela base. Nos apoiamos na enorme presença negra na linha de frente dos principais processos de luta contra os ataques capitalistas e dizemos com toda certeza que somos capazes de transformar o mundo e enterrar o racismo com a força da classe trabalhadora ao lado da juventude, das massas negras, LGBTQIAP+, das mulheres que lutam contra os regimes autoritários e fundamentalistas. Não precisamos dos capitalistas demagogos nem dos empresários que com uma mão selecionam atores negros para a televisão e com a outra selecionam os políticos que vão realizar as novas reformas.




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