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Armas para a direita: Bolsonaro zera imposto sobre importação de revolveres e pistolas

Há 1001 dias do assassinato de Marielle pelas mãos de milicianos, Bolsonaro anuncia o fim do imposto sobre importação de revolveres e pistolas para agradar sua base reacionária e armar a elite contra trabalhadores, negros e pobres.

quarta-feira 9 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: reprodução twitter

A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) baixou de 20% para zero o imposto sobre a importação de revolveres e pistolas para o Brasil. A medida foi publicada no Diário Oficial dessa quarta feira (09) e entrará em vigor a partir de 1º de janeiro. Felippe Angeli, gerente de advocacia do Instituto Sou da Paz, afirma que a tendência é um aumento de importação de armamentos em decorrência do fim do imposto.

Somente no primeiro semestre de 2020, as vendas de armas de fogo aumentaram em torno de 200% saltando de 24.663 em 2019, para 73.985 em 2020 de acordo com o Sistema Nacional de Armas da polícia federal.

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Esse aumento é consequência da flexibilização do aceso a armas de fogo por parte do governo federal. Em janeiro de 2019 Bolsonaro assina um decreto flexibilizando a poso de armas de fogo no país. Em abril desse ano, o governo aumentou de 50 para 600 o número de munições que podem ser compradas por cidadão por arma, e também revogou uma portaria do ministério da defesa que instituía medidas de monitoramento de armamentos e munições no país, dificultando assim o rastreamento desse tipo de artefato.

De acordo com dados do SUS, em 2019, 70% dos assassinatos ocorreram por armas de fogo. Especialistas apontam que, os números de assassinatos são diretamente relacionados com a quantidade de armas de fogo disponíveis. Segundo Isabel Seixas de Figueiredo, consultora do fórum Brasileiro de Segurança pública “De um ponto de vista amplo, pesquisas apontam que a cada 1% a mais de armas na população temos um aumento de 2% dos homicídios, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada”.

Com um discurso “democrático” e de “garantia da segurança” da população, o acesso a armas de fogo foi uma bandeira de Bolsonaro em sua campanha eleitoral. Por trás desse discurso “democratizante”, está o fato de que não serão os trabalhadores e os pobres que terão acesso e condições pra adquirir armamentos e sim os empresários e suas seguranças privadas, os Bolsonaristas e extremistas de direita, ou seja, as forças que estão postadas contra os negros e pobres.

Marielle Franco foi uma vítima do aumento da violência de extrema direita fortalecida por Bolsonaro e seus pares. Se o governo age com celeridade no que diz respeito ao acesos as armas para municiar sua base social, é interessadamente negligente com o brutal assassinato da vereadora carioca que foi morta por milicianos provavelmente ligados ao próprio presidente. Junto as milhares de vítimas negras e pobres da violência policial entre elas crianças, que morrem uma por hora no brasil por armas de fogo, esses são fatos que demonstram para que finalidade esse governo de extrema direita quer facilitar o acesso as armas: disciplinar na bala os pobres, negros e os trabalhadores que se levantam contra o estado e os capitalistas.

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