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Artistas reagem e Frota "declina" nomeação na transição de Lula

Após receber amplíssimo apoio eleitoral dos artistas e trabalhadores da cultura, altamente atacados pelo golpista Temer e sobretudo pelo governo de Bolsonaro, o governo de transição de Lula e Alckmin anunciou essa semana a entrada de Alexandre Frota na equipe da Cultura. Tal medida foi rechaçada por artistas e intelectuais que lembraram ataques do reacionário ex-bolsonarista aos artistas, em particular o caso de Wagner Schwartz que teve que sair do país devido às ameaças das hordas reacionárias inflamadas por Frota e Bolsonaro. Frente a isso Frota "declinou do convite".

Lina HamdanMestranda em Artes Visuais na UFMG

sexta-feira 25 de novembro de 2022 | Edição do dia

Imagem: Bolsonaro é carregado nos ombros por Alexandre Frota em 2018

Após convocar liberais privatistas para a economia e empresários financiadores do Novo Ensino Médio para a Educação, a transição de governo de frente ampla de Lula chamou para a equipe da Cultura a colaboração do reacionário Alexandre Frota (PROS). Logo do anúncio, houve grande rechaço à nomeação, que fortalece a direita conservadora que odeia as mulheres, os artistas, intelectuais e trabalhadores da cultura.

Não por menos. Os trabalhadores da arte vieram sofrendo penosos ataques desde o golpe de 2016 que veio para aprofundar a precarização e a uberização do trabalho e da educação, e para isso precisou buscar destruir a cultura, tirar dinheiro do setor, como forma de reduzir o papel de propulsão de pensamento crítico em setores de massas. O símbolo do ataque golpista à cultura talvez seja o Museu Nacional em chamas que fazia um tenebroso abre-alas ao que seria o governo Bolsonaro.

Pode te interessar: CULTURA NO GOVERNO BOLSONARO

Apoiador do Escola sem Partido e do impeachment golpista de 2016, Alexandre Frota teve seu nome sugerido para a pasta da cultura pela primeira vez pela boca de Bolsonaro, que pretendia conceder um cargo ao fisiculturista como forma de agradecer por sua reacionária campanha eleitoral que atiçava os bolsonaristas contra artistas.

Bolsonaro empossado em 2019 descarregou sua metralhadora de ataques à educação, à pesquisa etc., começando por extinguir o Ministério da Cultura. Na Secretaria Especial da Cultura nomeou uma horda de ultrarreacionários. Frota não foi convidado. Seja por rancor ou outros motivos, Frota abandonou o barco bolsonarista e viu a Frente Ampla de Lula e Alckmin de braços abertos para sua contribuição na campanha eleitoral, por agora vestir a roupa da "defesa da democracia". Sim, o Frota que perseguiu e estimulou a censura artística.

Lula perdoa os golpistas de 2016 que abriram o caminho para o fortalecimento do bolsonarismo que segue firme nas instituições do regime (Congresso, Governadores, etc.), o que evidencia como, após anos de construção reacionária sem uma resposta contundente da classe trabalhadora unificada com o movimento de indígenas, mulheres etc. através da luta, greves e mobilizações (caminho que o PT sempre rejeitou e conteve), o bolsonarismo só vai ser derrotado pela organização dos explorados e oprimidos de forma independente dos setores empresariais e conciliatórios que buscam descarregar a crise em nossas costas.

Mas se Lula perdoa, muitos artistas não. A nomeação do deputado, que já admitiu ao vivo e em tom de piada ter estuprado uma mãe de santo, foi rechaçada nas redes com a atriz Drica Moraes chegando a comentar: "viramos oposição novamente".

Drica Moraes em comentário de postagem da Antropóloga Lilia Schwarcz sobre Alexandre Frota.

Dentre as reações, destacou-se a do artista visual Wagner Schwartz que publicou denuncia em suas redes do ataque sofrido por Alexandre Frota em 2017 quando realizava uma performance no MAM-SP.

"NADA aconteceu com Alexandre Frota. Ele não teve que responder por seu ato. Não se desculpou publicamente. Eu, no entanto, tive que sair do Brasil no final de 2017 pra não morrer. Morte de corpo, porque a morte do meu trabalho pode ter acontecido". - Wagner Schartz

Uma carta rejeitando a nomeação de Frota teria sido assinada por diversos artistas e trabalhadores da área cultural, segundo colunista da globo, Lauro Jardim. Devido à pressão, mas sem que o PT e Lula voltassem atrás no convocação (em nome de minimizar ruídos em seus acordos amplíssimos), o deputado do PROS "declinou do convite".

Veja outras reações de artistas, intelectuais e trabalhadores da arte e da cultura à nomeação de Alexandre Frota:

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Apoiador do Escola sem Partido e do impeachment golpista de 2016, Alexandre Frota teve seu nome sugerido para a pasta da cultura pela primeira vez pela boca de Bolsonaro, que pretendia conceder um cargo ao fisiculturista como forma de agradecer por sua reacionária campanha eleitoral que atiçava os bolsonaristas contra artistas.

Bolsonaro empossado em 2019 descarregou sua metralhadora de ataques à educação, à pesquisa etc., começando por extinguir o Ministério da Cultura. Na Secretaria Especial da Cultura nomeou uma horda de ultrarreacionários. Frota não foi convidado. Seja por rancor ou outros motivos, Frota abandonou o barco bolsonarista e viu a Frente Ampla de Lula e Alckmin de braços abertos para sua contribuição na campanha eleitoral, por agora vestir a roupa da "defesa da democracia". Sim, o Frota que perseguiu e estimulou a censura artística.

Lula perdoa os golpistas de 2016 que abriram o caminho para o fortalecimento do bolsonarismo que segue firme nas instituições do regime (Congresso, Governadores, etc.), o que evidencia como, após anos de construção reacionária sem uma resposta contundente da classe trabalhadora unificada com o movimento de indígenas, mulheres etc. através da luta, greves e mobilizações (caminho que o PT sempre rejeitou e conteve), o bolsonarismo só vai ser derrotado pela organização dos explorados e oprimidos de forma independente dos setores empresariais e conciliatórios que buscam descarregar a crise em nossas costas.

Mas se Lula perdoa, muitos artistas não. A nomeação do deputado, que já admitiu ao vivo e em tom de piada ter estuprado uma mãe de santo, foi rechaçada nas redes com a atriz Drica Moraes chegando a comentar: "viramos oposição novamente".

Drica Moraes em comentário de postagem da Antropóloga Lilia Schwarcz sobre Alexandre Frota.

Dentre as reações, destacou-se a do artista visual Wagner Schwartz que publicou denuncia em suas redes do ataque sofrido por Alexandre Frota em 2017 quando realizava uma performance no MAM-SP.

"NADA aconteceu com Alexandre Frota. Ele não teve que responder por seu ato. Não se desculpou publicamente. Eu, no entanto, tive que sair do Brasil no final de 2017 pra não morrer. Morte de corpo, porque a morte do meu trabalho pode ter acontecido". - Wagner Schartz

Uma carta rejeitando a nomeação de Frota foi assinada por diversos artistas e trabalhadores da área cultural. Devido à pressão, mas sem que o PT e Lula voltassem atrás no convocação em nome dos seus acordos amplíssimos, o deputado do PROS "declinou" o convite.

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