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Bolsonarismo em Pernambuco | Atos e ataques da extrema direita continuam: é preciso que a CUT e CTB rompam com sua paralisia

No último dia 15, data da proclamação da República, bolsonaristas que seguem acampados em frente ao Comando Militar do Nordeste fizeram um ato com conteúdo golpista. Desde que acabaram as eleições alguns manifestantes acampam naquela região.

Renato ShakurEstudante de ciências sociais da UFPE e doutorando em história da UFF

quinta-feira 17 de novembro de 2022 | 21:15

Em Pernambuco houve um amplo rechaço a Bolsonaro nas urnas, com Lula vencendo em 2º turno com uma grande vantagem. Isso demonstra que a maioria dos trabalhadores e do povo pernambucano rechaçam esses atos e manifestações pró-golpe que acontecem no estado e que reúne poucos manifestantes.

Ainda que sejam poucos, essas manifestações e atos na porta do Comando Militar do Nordeste pedindo intervenção federal demonstram que a extrema direita é de fato um força regional que vai seguir sendo um fator na política pernambucana. Desde já temos que nos enfrentar nas ruas contra esse setor reacionário que segue questionando o resultado eleitoral e no dia da proclamação da República organizou novo ato onde manifestantes levantavam cartazes com frases como "S.O.S Forças Armadas, livre o Brasil do comunismo" e "Xandão, ditador".

Está mais que claro que a extrema direita não será derrotada com a frente ampla representada agora no governo de transição dirigido por Alckmin, precisamos nos organizar nas ruas com atos, greves e paralisações sem aliança com a direita. Durante os bloqueios golpistas vimos trabalhadores, moradores de comunidades vizinhas e torcidas organizadas confiarem nas suas próprias forças para acabar com os bloqueios nas estradas. Só com uma luta dos trabalhadores, independente do novo governo eleito nacionalmente e que conseguiremos vencer a extrema direita.

Mas o fato é que esse setor bolsonarista pernambucano mais radicalizado segue mostrando seus dentes, tendo inclusive atacado com pichações nazistas o Centro de formação Paulo Freire do MST em Caruaru. Casos como esses merecem todo o repúdio da esquerda, mas também uma resposta a altura através de nossa organização. Por isso é necessário que as centrais sindicais dirigidas pela CUT e CTB rompam com sua paralisia e organizem assembleias para os trabalhadores se organizarem desde as bases sua luta contra esses ataques e a continuidade dos atos golpistas. As centrais não podem seguir o caminho que veio trilhando ao longo do governo Bolsonaro, sem organizar uma luta séria contra esse governo de extrema direita. É preciso dar um passo à frente em nossa organização e exigir um plano de luta consequente que coloque contra a parede essa extrema direita golpista em Pernambuco.

Viemos debatendo aqui com a esquerda a necessidade de levantarmos um programa independente e anticapitalista para que os trabalhadores e o povo pobre no estado. Mas também a necessidade de não alentar frente à vanguarda que a saída é a conciliação de classe, criando uma profunda ilusão de que será nos juntando com nossos inimigos de classe que conseguiremos dar uma saída aos problemas estruturais de Pernambuco. Ao contrário, para vencermos o bolsonarismo, a direita e as oligarquias em nosso estado é necessário que nos organizemos em nossos locais de trabalho e estudos para nos enfrentarmos contra a extrema direita nas ruas.




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