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Aumenta o desgaste entre Bolsonaro e Guedes: presidente ameaça enterrar Renda Brasil

Na terça (15) Bolsonaro anunciou a extinção do programa renda Brasil e a manutenção do Bolsa Família, vetando a desindexação de salários e benefícios que eram a base do pacto federativo que vinha sendo negociado entre a equipe econômica e os estados.

quarta-feira 16 de setembro de 2020 | Edição do dia

Ueslei Marcelino / Reuters
Bolsonaro ficou claramente irritado com a entrevista concedida por Walderly, secretário especial da fazenda e parte esquipe de Paulo Guedes, no último final de semana onde apresentou o congelamento de aposentadorias e benefícios por dois anos como medidas para financiar o programa Renda Brasil.

Apesar dessa entrevista que aparentemente motivou o “enterro” do programa Renda Brasil, a real motivação de Bolsonaro tem ligação direta com o aumento de sua popularidade nos últimos meses, quando sua aprovação subiu nos setores sociais de baixa renda. O governo teme que medidas impopulares propostas pela equipe econômica de Guedes, como o congelamento de benefícios e aposentadorias ou a desindexação desses ao salário mínimo (o que na prática geraria congelamento desses valores), gere um impacto negativo nesse índices de aprovação e possível comprometimento de uma possível reeleição em 2022. Pelo contrário o presidente anunciou "Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final"

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Já circulam na imprensa burguesa que a cabeça de Walderly estaria na mira da caneta de Bolsonaro, o que é apontado por Guedes como uma saída para minimizar o distensionamento do executivo com o ministério da economia segundo a Folha.

As rusgas em torno do financiamento dos programas assistenciais que dariam continuidade ao programa emergencial de renda da pandemia tem motorizado setores tanto de oposição ao ministro Paulo Guedes como a opositores do poder executivo que tem se utilizado das diferentes visões sobre a questão para atacar ambos os lados. O governo, como é de praxe, não lida bem com a utilização, por arte da imprensa e de opositores de ambas as partes, dessas diferenças no jogo político, e esse fato tem jogado mais gasolina nas crises internas do governo onde Guedes vem sendo cada vez mais enfraquecido e tem aumentado os debates sobre a possível queda do ex-superministro.

Saiba mais em:As divergências dentro da convergência dos ataques aos trabalhadores diante da crise




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