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Paralisação | Bandejão da Unicamp de Limeira amanhece paralisado contra precarização do trabalho

O bandejão da Unicamp Limeira foi paralisado hoje pelos estudantes e trabalhadores terceirizados que reivindicam melhores condições de trabalho e se colocam contra a precarização e terceirização que veio avançando nos últimos meses graças ao papel da reitoria de Tom Zé. É preciso cercar essa luta de solidariedade!

quarta-feira 16 de novembro de 2022 | Edição do dia

Nessa quarta, 16, o restaurante universitário da Unicamp Limeira foi paralisado pelos trabalhadores terceirizados e estudantes da universidade que reivindicam a manutenção de direitos elementares que as trabalhadoras terceirizadas vieram perdendo com a entrada da empresa Soluções, que aprofunda a terceirização do trabalho no bandejão, além de denunciar situações absurdas de precarização e assédio no local de trabalho, o que também atinge a qualidade da alimentação dos estudantes.

Uma das trabalhadoras que está na paralisação disse ao Esquerda Diário:

“A gente só quer nossos direitos, direitos trabalhistas, não queremos briga… o mais absurdo é aplicarem advertência… o ponto facultativo era um dia pra gente descansar, porque a rotina de trabalho é muito grande, a gente trabalha demais, só temos 1 hora de intervalo, e fora isso a gente tem que trabalhar o tempo todo porque a produção não pode parar. É um absurdo eles não assumirem o que foi falado na integração e fazerem a gente trabalhar esse dia…e muita coisa mudou… eles ofereceram $187,00 mas o pessoal da Funcamp pagava $800,00…outro absurdo é não ter ajuda de custo do vale transporte, na entrevista eu perguntei e eles disseram que ia ter ajuda de custo… algumas companheiras minhas de trabalho entregaram atestado médico e infelizmente foi descontado… hora extra fizemos dia 03 e algumas pessoas receberam e outras não… fomos recebida já tendo que trabalhar com trabalho escravo, lavar chão, lavar parede, tem um relatório que diz que temos que lavar até o teto, mas não tem escada e nem corda… e o assédio moral é muito forte, se faltamos no ponto facultativo a gente recebe uma advertência e não sabemos como será daqui pra frente".

A paralisação de hoje no bandejão também é em homenagem a trabalhadora Cleide, terceirizada que morreu durante esse trabalho extenuante, com assédio e precarização que denuncia os trabalhadores. Desde que foi anunciado a mudança de empresa, estudantes estão buscando se mobilizar e criaram um Comitê de luta contra as demissões e a terceirização do trabalho. Gabriel Brisighello, coordenador do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp, o CACH, declarou:

“Nós estudantes realizamos já uma série de atos, manifestações e pula-catraca denunciando que a reitoria buscou aprofundar a terceirização do trabalho com a entrada da empresa Soluções, isso causou demissões, mais precarização do trabalho e da permanência estudantil, o que ficou expresso na morte da trabalhadora Cleide, que segue viva em nossas lutas. A reitoria de Tom Zé lavou suas mãos, chegando a pedir paciência com a empresa, enquanto trabalhadoras perdem suas vidas na universidade. Nós estudantes levantamos um comitê e exigimos a manutenção de todos os trabalhos e direitos e que seja ponto de apoio na nossa luta contra a terceirização, defendendo a efetivação de todas as trabalhadoras sem necessidade de concurso público. Viemos vendo essa precarização do trabalho se aprofundar a nível nacional com o governo Bolsonaro e seus ataques, nossa luta de hoje é também para que os trabalhadores possam estar a frente de responder aos ataques e reformas que viemos sofrendo no país a partir da luta e mobilização e nesse caminho os estudantes devem estar lado a lado. É preciso que todas os centros acadêmicos, DCE, STU, Adunicamp, e demais sindicatos e entidades coloquem toda sua força para cercar as trabalhadoras terceirizadas da Unicamp de solidariedade”.




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