Empresário bolsonarista em depoimento confirma tentativa de explodir caminhão próximo ao aeroporto internacional de Brasília. Uma ação golpista cujo objetivo seria instaurar o Estado de Sítio, que justificasse intervenção militar das forças armadas.
segunda-feira 26 de dezembro de 2022 | Edição do dia
George Washington de Oliveira Sousa é empresário, dono de uma empresa de vestuário no Pará, e está há dias em frente ao quartel general em Brasília junto a outros apoiadores participando dos atos golpistas após a derrota eleitoral de Bolsonaro.
Segundo apurações da investigação divulgadas pela Polícia Federal, o empresário chegou a investir mais de 160 mil reais em armamento, entre fuzis e artefatos explosivos. Apesar de possuir licença, a posse do armamento encontrada em seu apartamento é considerada ilegal.
George após ser preso confessou em depoimento que causar uma explosão no Aeroporto seria uma manifestação política, preparada entre os apoiadores de Bolsonaro acampados em frente ao QG, cujo objetivo era criar condições para impor um estado de Sítio no país, e viabilizasse a intervenção militar antes da posse de Lula no próximo dia 01/01 em Brasília.
O artefato explosivo chegou a ser colocado num caminhão de combustível próximo ao aeroporto. Segundo as apurações, a explosão só não ocorreu por uma falha técnica no dispositivo que foi acionado, porém não explodiu. O motorista do caminhão percebeu a bomba instalada e o esquadrão antibombas foi chamado. A ação golpista poderia causar uma tragédia, segundo o delegado do caso, se atingisse os aviões próximos ao local que possuíam até 200 passageiros embarcados.
Essa ação é mais uma das realizadas para chamar atenção às manifestações dos apoiadores do bolsonarismo ao redor do país. São tentativas e ameaças de criar uma instabilidade política maior para a posse de Lula marcada para o próximo dia 01/01. Ao mesmo tempo, demonstram como a extrema direita não foi derrotada após as eleições, e permanece sendo uma força social capaz de ter relevância no regime. Somente através da mobilização independente da classe trabalhadora em aliança com os setores mais oprimidos, é capaz de derrotar efetivamente o bolsonarismo e a extrema-direita.
A política de conciliação de classes e da frente ampla de Lula e do PT, alimenta ilusões institucionais que só aumentam cada vez mais o fortalecimento da extrema direita e são incapazes de oferecer uma verdadeira resistência ao bolsonarismo. As centrais sindicais, os sindicatos e os movimentos sociais precisam convocar um plano de luta imediatamente contra os ataques, as reformas e as ações golpistas da extrema direita.
Fonte: Folha de São Paulo; Carta Capital e Correio Braziliense
