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7 de setembro | Bolsonaro cinicamente diz que pauta dos atos do 7 de setembro é por liberdade de expressão

Bolsonaro busca com a pauta confusionista de “liberdade de expressão” defender a liberdade da extrema direita golpista de vociferar seus conteúdos antidemocráticos livremente.

segunda-feira 30 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: reprodução redes sociais

"Não podemos admitir um deputado federal preso, não interessa o que ele falou, bem como jornalista preso e presidente de partido preso também. Não justifica isso daí". A declaração foi feita por Bolsonaro a uma rádio de Goiás, a respeito das manifestações convocadas por ele para 7 de setembro, foi feita com o intuito de defender o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) e o presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, presos a mando do STF por darem declarações golpistas contra os poderes constituídos.

A estratégia de Bolsonaro tem sido mudar o tom das declarações, tentando migrar de argumentos abertamente golpistas e antidemocráticos para argumentos que buscam se basear numa suposta defesa da constituição e de valores democráticos subvertendo-os de acordo com seus interesses golpistas.

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Nesse mesmo sentido, declarou também que a defesa do voto impresso será outra pauta central das manifestações. Defendeu a demanda justificando que quem pede o voto impresso e auditável “...não estão pedindo nada além do normal, nada além daquilo que os próprios Poderes da República deveriam atender essas pessoas". Buscando assim camuflar atrás de uma suposta defesa da democracia essa demanda levantada por ele justamente para questionar o sistema eleitoral e dar munição a sua base reacionária chegando a declarar mais de uma vez que ele só perderia nas próximas eleições se houvesse fraude.

Mas seus intentos golpistas e antidemocráticos continuam, mostrando que essa é só mais uma manobra do presidente para ganhar força e popularidade rumo às eleições de 2022 como demonstra a declaração que fez em um culto religioso em Goiânia no último dia 28 onde disse que "não deseja e nem provoca rupturas, mas que tudo tem um limite". Na ocasião, Bolsonaro foi se reunir com líderes evangélicos angariando apoio aos atos do dia 7.

Na mesma viagem a Goiânia, Bolsonaro declarou que a derrota do projeto de lei do marco temporal inviabilizaria o agronegócio no Brasil. O projeto promete tirar das mãos de milhares de comunidades indígenas a posse das terras em que vivem liberando-as ao agronegócio.

O mais novo arroubo autoritário do governo, dessa vez das mãos do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), apoiador do presidente, é o PL antiterrorismo. A própria ONU declarou a respeito do projeto de lei que "Uma definição excessivamente ampla pode contribuir significativamente para a criminalização dos movimentos sociais e das manifestações em geral, pois estes frequentemente têm uma motivação política, ideológica ou social". O projeto de lei ainda prevê a o chamado “excludente de ilicitude" que garante a impunidade do agente público que agiu supostamente em legítima defesa.

Enquanto Bolsonaro busca confundir a população com discursos “democráticos”, seu governo avança nas pautas antidemocráticas e anti populares. Ainda que busque se diferenciar do STF e de toda a oposição burguesa, todos esses atores têm o interesse de atacar os direitos das massas.

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Por isso no 7 de setembro é preciso marchar contra Bolsonaro, Mourão e os militares mas também contra os governadores, prefeitos, o STF e todos aqueles que se dizem oposição ao governo federal mas que se mantém firmes em garantir as reformas e ataques necessários para aumentar os lucros dos capitalistas as custas das massa exploradas.

Editorial MRT: 7 de setembro: enfrentar Bolsonaro, os ataques e a medida ditatorial de Doria nas ruas




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