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Extrema direita | Bolsonaro critica o combate ao trabalho escravo e destila homofobia nessa terça-feira (7)

Terça-feira agitada com declarações homofóbicas de Bolsonaro e discurso crítico ao Ministério Público do Trabalho pelo combate ao trabalho escravo no Ceará. O presidente da república ainda criticou as normas regulamentadoras que evitam acidentes de trabalho, segundo ele essas NRs atrapalham a vida do empresariado.

terça-feira 7 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Primeiro no início da manhã com apoiadores Bolsonaro declarou que a linguagem neutra vai “estragando a garotada”, e ainda afirmou que esse uso da linguagem “estimula a molecada a se interessar por essa coisa”. Depois em evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) Bolsonaro voltou com comentário homofóbico dizendo: “Aqui não tem ninguém com idade de ficar ouvindo conversinha quando tinha 14, 15 anos de idade quando estava apaixonado pela coleguinha da escola, ou pelo coleguinha da escola, né, quem for mulher. Se bem que hoje está um vale tudo terrível aí, né? Mas tudo bem”.

Nesse encontro com empresários, além das declarações homofóbicas, Bolsonaro afirmou que as NRs ou normas regulamentadoras, que visam evitar acidentes de trabalho e lesões de exercício repetitivo por exemplo, atrapalham a vida dos empresários e que Rogério Marinho (ministro do Desenvolvimento Regional) “fez um limpa naquilo”. E como se não bastasse Bolsonaro atacou uma operação do MPT do Ceará que multou fazendeiro por expor trabalhadores a trabalho escravo. Na ocasião Bolsonaro afirmou que recebeu uma ligação do tal fazendeiro se queixando da multa:

“Há pouco, um telefonema do interior do Ceará. Um cabra que ligou para alguém da Presidência, passou o telefone para mim: ‘Acabei de ser multado aqui, eu estava com meu pessoal colhendo folha de carnaúba. Chegou o MP do Trabalho e largou meia dúzia de multas em cima de mim (...) Multou por quê? Porque não tenho banheiro químico. Eu estou a 45 graus e obviamente não tenho banheiro químico. O cara vai deixar de colher a folha ali, andar 500 metros, fazer um xixi e voltar? Meteram a caneta no cara. Também uma mesinha feita de forma rústica, com madeira da região, para servir o almoço. Não estava adequada aquela mesa. Também a questão do dormitório, o pessoal dormia em uma barraca. Multa em cima dele”

Esse é o tom do discurso de um legítimo escravocrata para quem o trabalhador tem que se resignar e agradecer por ser explorado em benefício da classe exploradora. Bolsonaro escancara que está do lado dos patrões, empresários e banqueiros capitalistas que descarregam a crise sob as costas da classe trabalhadora. Do lado de cá é preciso organizar a nossa classe exigindo das direções das grandes centrais sindicais e sindicatos, a maior parte filiados à CUT controlada pelo PT e à CTB controlada pelo PCdoB, que saiam da paralisia e organizem um plano de lutas capaz de derrubar Bolsonaro e Mourão e impor por meio da luta uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para colocar os rumos do país nas mãos do povo, uma forma de promover mudanças nas regras do jogo e não apenas nos jogadores. Que sejam os capitalistas que paguem pela crise!




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