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Extrema-direita | Bolsonaro em Belém ataca direito ao aborto e comemora "guerra às drogas", que assassina povo negro

Em ato de camanha nesta quinta-feira, 22, em Belém, Bolsonaro com todo seu reacionarismo reafirmou a sua cruzada contra as mulheres e o direito ao aborto e a legalização das drogas, buscando conquistar mais votos em setores conservadores.

Jojo de Paulaestudante de Design da UFRN e militante da Faísca

quinta-feira 22 de setembro de 2022 | Edição do dia

Foto: G1

Segundo informações do G1, Bolsonaro afirmou: "O Estado pode ser laico, mas o presidente é cristão. E nós, diferentemente do outro candidato, nós defendemos a vida desde a sua concepção. Nós dizemos ’não’ ao aborto. Nós dizemos ’não’ à ideologia de gênero. Nós dizemos ’não’ à legalização das drogas", reafirmando o seu discurso reacionário.

A cruzada anti-aborto no país de Bolsonaro, que defendeu a gravidez fruto de estupro de criança de 11 anos em Santa Catarina, de Damares e militares, e desse Estado e judiciário machista, é responsável pela morte de milhares de mulheres que recorreram ao aborto clandestino, estima-se que apenas no Brasil ocorram 1 milhão de abortos ao ano, sendo 250 milhões, ou seja, um quarto destes procedimentos realizados de forma voluntária mas ilegal e que têm complicações que levam as mulheres a procurar um hospital durante o processo. O que faz com que o aborto seja hoje a quarta maior causa de morte materna no país.

Em junho, quando ficou público o caso da criança de apenas 11 anos que teve seu direito à interrupção da gestação negado pela juíza de Santa Catarina Joana Ribeiro Zimmer, Bolsonaro vomitou misoginia ao seus correligionários em Brasília, afirmando que "Quem quer impor uma ditadura no Brasil não sou eu. É quem não quer a liberdade de expressão, é quem vai controlar a mídia, é quem diz que vai valorizar o MST, é quem diz que esse caso da menina grávida de sete meses tem que abortar", distorcendo e negando qualquer direito às mulheres (neste caso uma criança!) por decidirem sobre seus próprios corpos.

Bolsonaro busca reforçar seus ataques ao Lula para os setores mais conservadores, com a reafirmação do discurso anti-aborto, se apoiando no fundamentalismo cristão.

Bolsonaro também discursa contra a legalização das drogas para defender a guerra às drogas, uma política racista, assassina e sanguinária, responsável pela morte de negros e negras que habitam os espaços mais reprimidos onde o Estado se faz presente unicamente através da repressão policial, que já vitimou a menina Alice Pamplona da Silva, no ano revéillon de 2021, assim como Ágata Félix, João Pedro, Emilly e Rebeca em Duque de Caxias, assim como tantos outros. Bolsonaro e a extrema-direita comemoraram a chacina de manguinho e da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, onde a campanha de Cláudio Castro está banhada de sangue negro. Neste ano também completou 10 anos do massacre do Pinheirinhos, pela Polícia Militar de São Paulo de Geraldo Alckmin, que mostra o caminho que a conciliação de classes reserva para a juventude negra.

Por isso, também não podemos confiar nos setores que hoje querem se colocar como "democráticos", como o Congresso e o STF. Eles estão junto a Bolsonaro para aplicar os ataques, como estava expresso na carta do dia 11 de agosto da FIESP, que dizia defender a democracia justamente para não desestabilizar o regime político que aprovou a reforma trabalhista e garantiu a chamada "flexibilização do trabalho". O STF articulou o golpe institucional de 2016, prendeu e proscreveu Lula em 2018, e mantém um terço dos presos sem julgamento, atacando a vida do povo negro.

É necessário enfrentar o regime e derrotar Bolsonaro, a extrema-direita, as reformas e todos os ataques, confiando somente na força da mobilização da nossa classe, por isso é preciso levantar que igreja e estado são assuntos separados, defendendo a educação sexual nas escolas e a distribuição de contraceptivos de forma gratuita. Também defendemos a legalização da maconha, com a produção, fiscalização, controle de qualidade e distribuição estatizadas sob controle operário e popular, bem como o uso medicinal, religioso e recreativo. Em defesa da autodeterminação de cada um sobre seus próprios corpos e suas consciências. Pelo fim das operações policiais que matam a juventude negra e pobre e destroem famílias inteiras em nome da “guerra às drogas” e o encarceramento em massa. Nessa batalha é fundamental organizar a força das mulheres, negros, LGBTs, indígenas e a juventude juntos a classe trabalhadora para superar as burocracias sindicais, exigindo que os sindicatos e centrais sindicais, como a CUT e a CTB, construam em cada local de estudo e trabalho.

É preciso também dizer que, nos 13 anos de governos do PT, de Lula e Dilma, rifaram o direito das mulheres, não legalizaram o aborto seguro e gratuito, além de ter fortalecido a bancada evangélica ao colocar na residência da comissão dos direitos humanos e minorias o pastor reacionário Marcos Feliciano, assim como ter lançado a “carta ao povo de deus” para a camanha eleitoral de 2010, e em 2008, durante o governo Lula e de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro que foram criadas as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), um projeto falido que seguiu reprimindo a juventude e trabalhadores negros nas favelas. Hoje, Lula também afirma que não irá revogar a reforma trabalhista, um dos ataques mais profundos à classe trabalhadora desde o golpe institucional de 2016, que ataca inclusive as mães gestantes e a juventude negra.

É nesse sentido que colocamos as candidaturas do MRT, no Polo Socialista e Revolucionário, para batalhar por uma saída de independência de classe, sem alianças com a direita e os patrões.




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