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Demagogia | Bolsonaro faz campanha eleitoral em cartão do Auxílio Brasil

Com alteração de laioute do cartão, Bolsonaro buscou vincular Auxílio Brasil a sua campanha. O presidente que sequer queria pagar o Auxílio Emergencial, agora de forma demagógica busca capitalizar com o programa de transferência direta de renda, enquanto segue promovendo o desemprego, a precarização dos postos de trabalho, com diminuição da renda e aumento da inflação.

quarta-feira 12 de outubro de 2022 | Edição do dia

De estampa verde escura, a partir de abril desse ano, o cartão para acesso ao Auxílio Brasil passou a ilustrar a bandeira nacional, símbolo da campanha de Jair Bolsonaro. Desde a mudança de nome, Bolsonaro busca capitalizar eleitoralmete com o programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família.

Inicialmente, mesmo após a rebatização do programa, o cartão manteve a identidade visual verde escura de antes. Porém, em 5 de abril, ofício do Ministério da Cidadania para a Caixa Econômica Federal, apontou a interferência direta da Presidência para a mudança do laioute do cartão: "Comunico novo leiaute de cartão do PAB [Programa Auxílio Brasil], definido pela Presidência da República, em anexo".

Desde então a produção e distribuição do cartão sofreu uma guinada, em apenas três meses, foram entregues 6,6 milhões de novos cartões, um recorde. É o dobro do número de cartões do Bolsa Família distribuídos ao longo dos 34 meses em que o programa ficou sob gestão de Bolsonaro, segundo dados recebidos pela Lei de Acesso à Informação — 3,3 milhões de unidades.

Bolsonaro vem incetivando a identificação da bandeira com a sua campanha: "A bandeira está conosco e vamos continuar com ela. Eu faço um pedido agora, até as eleições: quem puder, compra uma bandeira e bota na porta de casa. Bote uma bandeirinha do Brasil no seu carro, para mostrar que você ama sua pátria e que você tem lado."

A demagogia de Bolsonaro fica evidente quando retomamos o fato de que nem sequer o Auxílio Emergencial foi iniciativa dele, que junto ao seu ministro ultraneoliberal sempre criticou a necessidade de programas de transferência direta de renda. Porém, com a ajuda na sua popularidade pelos programas, tratou de repaginar o Bolsa Família. Enquanto isso, Bolsonaro e Guedes seguiram aprovando ataques econômicos aos trabalhadores, arrochando as condições de vida da classe trabalhadora, precarizando os empregos, aumentando a informalidade, diminuindo a renda e aumentando a inflação.

Para acabar com a fome e o desemprego no país, não bastam esses programas de transferência de renda, é necessário um programa da classe trabalhadora em resposta a crise econômica, um programa que defenda o ajuste salarial de acordo com a inflação, a divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados, a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.




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