Segundo informações que constam no ofício do advogado-geral da União, José Levi Mello Júnior, encaminhado ao STF neste domingo (17), o Ministério da Saúde sabia da escassez de oxigênio em Manaus, com seis dias de antecedência com riqueza de detalhe e ainda assim tardou a tomar medidas.
segunda-feira 18 de janeiro de 2021 | Edição do dia
Foto : Márcio James/Amazônia Real
Diante da caótica situação de Manaus onde os trabalhadores da saúde precisaram ventilar manualmente os pacientes e escolher àqueles que terão acesso a oxigênio está sendo investigado pelo Supremo Tribunal regional a responsabilidade do governo Federal pela morte de dezenas de pessoas.
Conforme a Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF nos dias 3 e 4 de janeiro, nas reuniões do secretariado já haviam sinalizado a possibilidade de colapso no sistema de saúde em Manaus, com o conhecimento do Ministério da Saúde (MS) desde a última semana de dezembro de 2020.
Além disso, a própria fornecedora do oxigênio hospitalar, a White Martins, em ofício encaminhado para o governo do Amazonas, e também para o MS, já havia sinalizado que a demanda superava e muito a quantidade que a Secretaria Estadual de Saúde "o imprevisto aumento da demanda ocorrido nos últimos dias agravou consideravelmente a situação de forma abrupta". Essa demanda superava e muito a quantidade contratada pela Secretaria Estadual de Saúde.
Na sexta (15), o ministro Ricardo Lewandowski determinou que o governo federal forneça oxigênio aos hospitais da capital do Amazonas e deu 48 horas para a apresentação de um plano de enfrentamento à situação de emergência.
A AGU ainda informou que, diante da calamidade no Estado, devido a falta de oxigênio, o governo brasileiro buscou a ajuda de três países para tentar garantir o transporte do insumo até o Amazonas: Estados Unidos, Chile e Israel. Apesar dos três países serem governados por políticos de direita ou extrema direita, próximos ao campo político de Bolsonaro, nenhuma ajuda se materializou.