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Contra bloqueios | CUT defende confiar nas “instituições” ao invés de organizar a luta contra o bolsonarismo e o golpismo

Centenas de rodovias no país estão sendo bloqueadas por um locaute patronal e golpista que não aceita o resultado eleitoral de derrota de Bolsonaro.

terça-feira 1º de novembro de 2022 | Edição do dia
Foto: imagens de população retirando bloqueio bolsonarista e enxotando golpistas para fora da rodovia / reprodução.

Enquanto isso, trabalhadores e população dão exemplos ao desobstruir os bloqueios golpistas em diversos lugares. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), dirigida pelo PT, lançou uma nota das centrais sindicais conclamando "soluções republicanas", alimentando a confiança nas mesmas instituições que sustentaram Bolsonaro até agora e avalizaram todos os ataques neoliberais, enquanto negam e negando a organização dos trabalhadores pela base para barrar as ações reacionárias do bolsonarismo.

Os bloqueios nas rodovias pela base bolsonarista, é promovido com a ajuda de setores patronais e policiais. Estão chamando atos com conteúdo reacionário para amanhã, quarta (2), para seguir afirmando seu posto de oposição de extrema-direita ao futuro governo Lula. Bolsonaro estava em silêncio até agora para incentivar essas ações reacionárias e criar um clima na sua base de que a "luta não está perdida", num cenário em que o bolsonarismo se fortaleceu no Legislativo e governos estaduais. No domingo, foi utilizado o que podia da máquina pública para ingerir no resultado eleitoral, com a PRF e o Exército impedindo o povo de votar, especialmente os eleitores nordestinos. Esse é o cenário da política em que segue o cenário brutal de fome, desemprego e inflação para a classe trabalhadora, atravessada por ataques nefastos, como as reformas trabalhista e da previdência, aprofundados desde o golpe institucional de 2016 e governo Bolsonaro.

É nessa urgência pela organização da classe trabalhadora que a CUT lança nota complacente das centrais sindicais (junto com CTB, Força Sindical, UGT, NCST e CSB) dizendo: "Conclamamos urgentemente que os governos federal e estaduais, as instituições democráticas, em todas as formas da Lei, adotem todas as providências, e o retorno da normalidade para garantir o respeito à democracia e ao resultado das eleições. É importante destacar que o movimento sindical não aceite provocações e radicalismos e reforçam a importância do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) na busca de soluções republicanas".

Na realidade, a CUT encabeça no movimento de trabalhadores a linha que vem sendo defendida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), de confiar na linha propagada nos jornais da imprensa burguesa, como a Globo, de canalizar a nossa confiança para as instituições reacionárias que articularam esse regime podre, fruto do golpe institucional de 2016, como os governos estaduais, Congresso e STF. Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, chegou a desaprovar publicamente a linha do MTST em desobstruir as vias em claro movimento de se contrapor às iniciativas possíveis de se enfrentarem com o golpismo bolsonarista. CUT e CTB, central sindical dirigida pelo PCdoB, dirigem milhares de sindicatos pelo país, e estão cumprindo o papel de desarticular a força dos trabalhadores.

Isso é o contrário da força que demonstraram os metalúrgicos estaleiros da BrasFels em Angra, que derrubaram um bloqueio da Rio-Santos na noite de segunda aos gritos: "Vamos liberar! Queremos jantar! Trabalhamos o dia todo!".

É urgente que a classe trabalhadora se organize e entre em cena. As centrais sindicais, CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, devem organizar a luta em cada local de trabalho, unificando trabalhadores com a juventude e os setores oprimidos para barrar essas ações reacionárias do bolsonarismo. É esse o caminho, e não confiando no judiciário ou nas alianças com a direita, como faz Lula-Alckmin, que iremos derrotar a extrema direita. É o exemplo dos estaleiros que mostra o caminho necessário para derrotar o bolsonarismo, que seguirá atuando como força social mesmo fora do governo federal, e para impor a revogação de todas as reformas e ataques que impõem o desemprego e a fome.




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