Neste domingo, ocorreu o primeiro debate para governadores de São Paulo. Confira as declarações dos pré-candidatos do MRT sobre o debate.
terça-feira 9 de agosto de 2022 | Edição do dia
Neste domingo, ocorreu o primeiro debate para governador de São Paulo. Foram convidados os candidatos de Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Vinícius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT), sendo mais um vez excluídos candidatos da esquerda como Altino (PSTU), Gabriel Colombo (PCB) e Carolina Vigliar (UP), conforme denunciou a pré-candidata a deputada estadual Maíra Machado:
Começou o #DebateNaBandsp e a esquerda foi excluída. O Polo Socialista Revolucionário, que construímos juntos pela independência de classe não poderá se expressar, só os poderosos podem falar na falida democracia brasileira
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022
O debate já iniciou colocando em pauta a questão da segurança pública, tema em que os candidatos demonstraram todo o seu reacionarismo, defendendo mais repressão policial, como denuncia o pré-candidato Marcelo Pablito:
#DebateNaBandSP
A resposta dos candidatos à crise social criada pelos próprios capitalistas q demitem e ampliam a miséria do povo trabalhador é mais repressão policial. De tanto reprimir, Tarcísio Freitas começou o debate trocando as palavras política por polícia.— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 8, 2022
#DebateNaBandsp 25% de aumento para a polícia assassina e 10% para os professores
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022
O tema da educação também foi bastante colocado em pauta desde o início. Tarcísio de Freitas reafirmou a continuidade das reformas e ataques de Temer e Bolsonaro à educação. Haddad, por sua vez, não se firmou como uma oposição contundente a isso: não prometeu a revogação de nenhuma das reformas e nem a revogação do teto dos gastos. medidas como essas só seriam conquistadas com a luta organizada dos professores e estudantes, porém a CUT, que dirige grandes sindicatos como a APEOESP de professores do estado, não organiza nenhum plano de lutas para isso, aposta em uma saída meramente eleitoral.
Tarcísio de Freitas começou o debate mostrando o que seria sua política pra educação: continuidade das reformas devastadoras do Temer e a política do Bolsonaro contra os professores de caça ideológica, corte de verbas e reforma da previdência#DebateNaBandsp
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022
#DebateBandSP: Muita demagogia, educação reduzida a empreendedorismo, Deus, família e privatizações. Um debate onde nenhuma candidatura de esquerda pode se expressar. Para derrotar Bolsonaro e as reformas é preciso plano de luta e mobilização, sem patrões e banqueiros
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022
Educação: Tarcísio defende as reformas e ataques sintetizados na "Ponte para o futuro" do golpista de Temer e tb do Haddad mais parceria público-privada. Ambos caminhos nos trouxeram à calamidade atual. É urgente revogar a Reforma do EM #debatenabandsp
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022
A palavra “empreendedorismo” foi repetida incansavelmente durante todo o debate, como resposta mágica para todos os temas, como este da educação. Além dele, os candidatos defenderam também uma saída “empreendedora” para resolver a questão da violência de gênero. Aliás, o debate mostrou que a direita tem buscado se digladiar para conseguir disputar o eleitorado feminino. Porém nenhum dos candidatos tocou em nenhum tema que mude estruturalmente a situação das mulheres na sociedade capitalista: imersas no desemprego, nos trabalhos precarizados e na dupla ou até tripla jornada de trabalho, assim como ninguem defendeu um direito elementar para as mulheres, como o direito ao aborto legal, seguro e gratuito, uma questão de saúde pública já que milhares de mulheres pobres morrem todo ano em decorrência dos abortos clandestinos.
De repente a direta misógina se degladiando pelos votos das mulheres, fazendo demagogia enquanto alimentaram o golpe e seus ataques enormes às nossas condições de vida. São os mesmos que querem que a gente siga morrendo aos milhares com o aborto clandestino#DebateNaBandsp
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022
#DebateNaBandSP
Asquerosa a demagogia do bolsonarista Tarcísio de Freitas falando das mulheres que sofreram com a violência e ataques sistemáticos no governo Bolsonaro, Dória e Garcia em SP e tampouco tiveram o direito ao aborto garantido nos governos do PT.— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 8, 2022
A conta não fecha, na mesma frase falam de combate à violência contra mulheres e reforço da polícia e delegacias. A polícia promove mais violência e culpabiliza a vítima. Até o direito ao aborto querem restringir com interrogatório das mulheres em caso de estupro#DebateNaBandsp
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022
No tema da saúde, Rodrigo Garcia buscou defender o indefensável: que durante os governos tucanos a saúde do estado estava melhor, entretanto a pandemia apenas escancarou a debilidade do sistema de saúde pública do estado, que vem sendo cada vez mais privatizado.
Rodrigo Garcia, apadrinhado pelo Doria e o PSDB que há quase 30 anos ataca os servidores, destrói a saúde e a educação, secou a cantareira e hoje tem uma massa de moradores de rua na fome e no frio#DebateNaBandsp
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022
Rodrigo Garcia do PSDB fala de saúde, mas seu partido votou pela pec do teto, fechou e privatizou hospitais. Pra enfrentar os ataques de Bolsonaro e da direita a saúde é preciso um SUS 100% estatal, gerido pelos trabalhadores e controlado pela população! #DebateNaBandSP
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 8, 2022
No tema privatizações, nenhum dos candidatos deixou de defender esse ataque, que precariza os serviços para a população e também os empregos dos funcionários das empresas privatizadas. Haddad, por mais que tenha se colocado contrário à privatização da Sabesp, defendeu as parcerias público-privadas e a abertura de capital das estatais, que são também formas de privatização.
Tarcísio mostra que é um bolsonarista privatista de carteirinha e quer vender até a Sabesp. E Haddad não esconde seu legado de concessões c as PPPs. É preciso reforma urbana radical gerido por trabalhadores e controlado p população para resolver a questão da água! #DebateNaBand
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 8, 2022
No tema emprego, reinou o debate do “empreendedorismo”, como se cada um pudesse ser seu próprio patrão, criar seu próprio negócio e competir com os gigantes monopólios empresariais, como se isso fosse uma alternativa ao desemprego.
E no #DebateNaBandsp até a historinha de ensinar a pescar apareceu. A hipocrisia reina com os políticos burgueses
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 8, 2022
Pra ter emprego é necessário revogar a reforma trabalhista e dividir as horas de trabalho reduzindo p 6 horas, 5 dias na semana, sem redução salarial, numa luta de empregados e desempregados e que os salários aumentem automaticamente de acordo com a inflação! #DebateNaBand
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 8, 2022
Um grande ausente no debate foram as lutas dos trabalhadores e do povo por moradia, terra e contra as opressões, lutas essenciais para barrar os ataques da extrema-direita (que não será derrotada apenas com eleições), e que precisam ser organizadas desde a base pelas grandes centrais sindicais, como CUT e CTB. Mesmo candidatos como Haddad, que afirma estar no campo da luta contra a extrema-direita, modera totalmente seu discurso e abandona pautas caras à classe trabalhadora, como a revogação das reformas e privatizações, em prol de manter alianças petistas com o empresariado e com políticos burgueses como Alckmin. As pré-candidaturas de Maíra Machado e Marcello Pablito, pelo contrário, vem defendendo um programa pela revogação integral das reformas, através de um plano de lutas com greves e manifestações sem os banqueiros, a FIESP e políticos burgueses. Um programa de independência de classe, para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.
#DebateBandSP: Muita demagogia, educação reduzida a empreendedorismo, Deus, família e privatizações. Um debate onde nenhuma candidatura de esquerda pode se expressar. Para derrotar Bolsonaro e as reformas é preciso plano de luta e mobilização, sem patrões e banqueiros
— Maíra Machado (@MairaMRT) August 8, 2022