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Eleições | Candidatos do MRT em SP comentam debate a governador e repudiam o peso da direita

Neste domingo, ocorreu o primeiro debate para governadores de São Paulo. Confira as declarações dos pré-candidatos do MRT sobre o debate.

terça-feira 9 de agosto de 2022 | Edição do dia

Neste domingo, ocorreu o primeiro debate para governador de São Paulo. Foram convidados os candidatos de Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Vinícius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT), sendo mais um vez excluídos candidatos da esquerda como Altino (PSTU), Gabriel Colombo (PCB) e Carolina Vigliar (UP), conforme denunciou a pré-candidata a deputada estadual Maíra Machado:

O debate já iniciou colocando em pauta a questão da segurança pública, tema em que os candidatos demonstraram todo o seu reacionarismo, defendendo mais repressão policial, como denuncia o pré-candidato Marcelo Pablito:

O tema da educação também foi bastante colocado em pauta desde o início. Tarcísio de Freitas reafirmou a continuidade das reformas e ataques de Temer e Bolsonaro à educação. Haddad, por sua vez, não se firmou como uma oposição contundente a isso: não prometeu a revogação de nenhuma das reformas e nem a revogação do teto dos gastos. medidas como essas só seriam conquistadas com a luta organizada dos professores e estudantes, porém a CUT, que dirige grandes sindicatos como a APEOESP de professores do estado, não organiza nenhum plano de lutas para isso, aposta em uma saída meramente eleitoral.

A palavra “empreendedorismo” foi repetida incansavelmente durante todo o debate, como resposta mágica para todos os temas, como este da educação. Além dele, os candidatos defenderam também uma saída “empreendedora” para resolver a questão da violência de gênero. Aliás, o debate mostrou que a direita tem buscado se digladiar para conseguir disputar o eleitorado feminino. Porém nenhum dos candidatos tocou em nenhum tema que mude estruturalmente a situação das mulheres na sociedade capitalista: imersas no desemprego, nos trabalhos precarizados e na dupla ou até tripla jornada de trabalho, assim como ninguem defendeu um direito elementar para as mulheres, como o direito ao aborto legal, seguro e gratuito, uma questão de saúde pública já que milhares de mulheres pobres morrem todo ano em decorrência dos abortos clandestinos.

No tema da saúde, Rodrigo Garcia buscou defender o indefensável: que durante os governos tucanos a saúde do estado estava melhor, entretanto a pandemia apenas escancarou a debilidade do sistema de saúde pública do estado, que vem sendo cada vez mais privatizado.

No tema privatizações, nenhum dos candidatos deixou de defender esse ataque, que precariza os serviços para a população e também os empregos dos funcionários das empresas privatizadas. Haddad, por mais que tenha se colocado contrário à privatização da Sabesp, defendeu as parcerias público-privadas e a abertura de capital das estatais, que são também formas de privatização.

No tema emprego, reinou o debate do “empreendedorismo”, como se cada um pudesse ser seu próprio patrão, criar seu próprio negócio e competir com os gigantes monopólios empresariais, como se isso fosse uma alternativa ao desemprego.

Um grande ausente no debate foram as lutas dos trabalhadores e do povo por moradia, terra e contra as opressões, lutas essenciais para barrar os ataques da extrema-direita (que não será derrotada apenas com eleições), e que precisam ser organizadas desde a base pelas grandes centrais sindicais, como CUT e CTB. Mesmo candidatos como Haddad, que afirma estar no campo da luta contra a extrema-direita, modera totalmente seu discurso e abandona pautas caras à classe trabalhadora, como a revogação das reformas e privatizações, em prol de manter alianças petistas com o empresariado e com políticos burgueses como Alckmin. As pré-candidaturas de Maíra Machado e Marcello Pablito, pelo contrário, vem defendendo um programa pela revogação integral das reformas, através de um plano de lutas com greves e manifestações sem os banqueiros, a FIESP e políticos burgueses. Um programa de independência de classe, para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.




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