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CRIME DA VALE E SAMARCO | SAMARCO

Após 5 anos do crime ambiental em Mariana, as casas prometidas aos moradores ainda não foram entregues, mesmo com seu prazo prorrogado pela terceira vez pelo Ministério Público de Minas Gerais.

sexta-feira 26 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

No dia 27 de fevereiro, os moradores de Mariana deveriam ter tido suas casas reconstruídas e prontas para recebê-los de volta. No entanto, a Fundação Renova, ONG privada criada para reconstruir casas destruídas pelo mar de lama, que teve o prazo de entrega das casas inicialmente marcado para Março de 2019, ainda não levantou um tijolo sequer em algumas regiões atingidas pelo crime ambiental da Vale e da BHP Billiton, donas da Samarco.

Os moradores das regiões de Mariana relatam que ficam frustrados, mas não surpresos com o descaso. Alguns deles não tiveram sequer o projeto de sua casa finalizado, além de estarem também com as suas indenizações paralisadas. Um dos integrantes da Comissão dos Atingidos pelo rompimento da barragem diz que a Renova não deu uma explicação sequer aos moradores sobre o atraso do reassentamento, muito menos um prazo para a finalização das construções.

Fazendo demagogia com a situação, Ministério Público pede que a Fundação Renova seja extinta e que a Samarco destine 10 bilhões de reais para indenizações por danos morais às pessoas atingidas. No entanto, esse dinheiro é irrisório perto do que a empresa vem crescendo nos últimos anos (tendo em vista que ela continuou expandindo seus lucros desde 2015). Somente no terceiro trimestre de 2020, a Samarco teve um lucro de 15,6 bilhões.

É um absurdo que, com mais de 100 mil atingidos e menos de 10% de indenizados, as empresas e a justiça achem que é possível solucionar o problema do descaso com ínumeras pessoas simplesmente trocando a empresa que reconstrói as casas, ou com uma indenização insuficiente para minimizar os danos irreparáveis causados pelo crime ambiental da Vale e da BHP Billiton.

A cada nova tragédia criminosa, ambiental e humana como essa, que se repete, mais o capitalismo aponta para sua incapacidade de lidar com os males que ele mesmo criou. A ânsia pelo lucro dos empresários destrói nossa natureza, rouba nossas riquezas, e arranca a vida de tudo que é vivo e cruza o caminho do lucro.

A única maneira de cessar esses desastres que se anunciam e garantir todos os direitos dos atingidos pelas barragens, é colocando as mineradoras nas mãos daqueles que conhecem e vivem da mineração: os trabalhadores. É preciso estatizar a Vale e todas as outras empresas envolvidas, arrancando-a das mãos dos empresários, com sua expropriação sem indenização, para enfrentar a atividade predatória da mineração e a contaminação do meio ambiente.




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