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CRISE NO AMAZONAS | Colapso da Saúde em Manaus foi agravado pela gestão de Pazuello e do Exército

O ofício que indicava a urgência e a profundidade do problema no Estado do Amazonas foi enviado ao então ministro Pazuello e ao comandante militar da Amazônia, general Theophilo Oliveira, e assinado pelo governador Wilson Lima, aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No ofício, enviado em 9 de janeiro, o governador do Amazonas os avisa formalmente sobre a “iminência de esgotamento” de oxigênio para a “necessidade de resguardar a vida dos pacientes”.

quarta-feira 9 de junho de 2021 | Edição do dia

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O ofício que indicava a urgência e a profundidade do problema no Estado do Amazonas foi enviado ao então ministro Eduardo Pazuello e ao comandante militar da Amazônia, general Theophilo Oliveira, e assinado pelo governador Wilson Lima, aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No ofício, enviado em 9 de janeiro, o governador do Amazonas os avisa formalmente sobre a “iminência de esgotamento” de oxigênio para a “necessidade de resguardar a vida dos pacientes”. O documento diz que a White Martins, fornecedora do oxigênio em Manaus, teria 500 cilindros disponíveis em Guarulhos prontos para transporte aéreo urgente às 16h do dia seguinte, 10 de janeiro. Desse montante, o Ministério da Saúde teria ajudado a transportar apenas 350 cilindros, de acordo com informações enviadas pela White Martins à reportagem da grande mídia.

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No mesmo dia 9, estavam disponíveis 23 tanques criogênicos móveis de oxigênio líquido no aeroporto de Guarulhos para serem transportados a Manaus pela Força Aérea Brasileira, mas os primeiros seis tanques foram enviados apenas no dia 13. Ainda não há registros em documentos do Ministério da Saúde enviados ao STF nem em material divulgado pelas Forças Armadas antes do colapso sobre o transporte dos outros 150 cilindros de oxigênio a partir de Guarulhos ou dos tanques disponíveis no aeroporto. No dia 12 de janeiro, um novo ofício foi remetido a Pazuello informando que o consumo havia mais que triplicado. O governo do Amazonas pediu que fossem enviadas microusinas e geradores de oxigênio. Também não há registros desse tipo de transporte antes do colapso, no dia 14.

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Em depoimento no dia 19 de maio, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Pazuello disse que só tomou conhecimento do risco da falta de oxigênio na noite do dia 10 de janeiro, em reunião com o governador e o secretário de Saúde do Amazonas. Mas Pazuello já havia recebido uma ligação do secretário no dia 7. Os senadores confrontaram o general na CPI, que admitiu a conversa, porém disse que não foi avisado sobre a iminência de colapso.

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