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Opinião | Com Trajano no governo, Lula reafirma que não revogará reformas

Recriando o Conselhão, entidade governamental que foi marca dos governos petistas, Lula retoma a relação institucional com a 11ª pessoa mais rica do Brasil. Defensora das reformas e até da Lava Jato, a dona da Magazine Luiza que fala em inclusão e direitos é parte da falsa “burguesia progressista” que o petismo tenta criar.

Calvin de OliveiraEstudante de Geografia da UFF - Niterói

segunda-feira 6 de março de 2023 | Edição do dia

Marcado por um momento histórico completamente diferente do que foram seus dois primeiros governos, “Lula III” como é chamado na mídia burguesa, retoma sua entidade que é marca do projeto petista de conciliação de classes e de institucionalização da luta dos trabalhadores, das mulheres, dos negros, dos lgbt’s e do povo pobre. Ou seja, o Conselhão, como é chamado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, reúne empresários e “lideranças sindicais” para debater sobre o cenário do país.

Não poderia ser diferente, anunciar Luiza Trajano, como uma das empresárias que participará do conselho. Lula em 2020 foi quem escreveu sua nota biográfica para a revista Times, quando a empresária participou da lista de pessoas mais influentes do mundo. Mas será que, como escreve Lula, a dona da Magazine Luiza é realmente uma pessoa que busca a inclusão?

Leia também: Lula, Luiza Trajano e o mito da burguesia progressista

Como já comentamos em artigo exposto acima, Luiza Trajano é diferente de seus pares burgueses como o Véio da Havan ou aqueles que bancaram as tentativas golpistas do 8J e os acampamentos bolsonaristas. Mas de fundo a questão é, será possível uma burguesia progressista? Ou o que há de progressista nisso?

A mulher mais rica do país, tem em seu histórico apoios fundamentais a situação de crise que passa o país hoje e a carestia de vida que es trabalhadores passam. Sobre a Lava-Jato, a empresária comentou que foi “inevitável” para o país, além de ter apoiado a reforma trabalhista, da previdência e do Ensino Médio. Além de sua empresa ter denúncias de excessivas jornadas de trabalho. Em 2020, assinou documento em favor das vacinas, enquanto declarava que deixassem o governo[Bolsonaro] trabalhar. Em entrevista para jornal alemão, elogiou Paulo Guedes e falou que é muito a favor de privatizações.

Saiba mais: Magazine Luiza legaliza escravidão: contrato de pouco mais de 4 reais a hora conforme denúncias nas redes sociais

O significado de uma figura desse porte para o governo Lula - sendo que não é a primeira vez que o PT busca Trajano. Outro exemplo, que em suas entidades de base, a empresária já foi chamada até para o congresso da UBES(União Brasileira de Estudantes Secundaristas). É que, se frente a reforma do Ensino Médio, o governo se recusa a revogar, frente a reforma trabalhista, Alckmin em campanha falava em “revisar alguns pontos”, colocar uma fiel defensora das reformas e privatizações no Conselhão cumpre dois papéis, um de reafirmar para a burguesia brasileira que está disposto a manter a obra essencial do golpe institucional e ao voltar o “Conselhão” que seu “governo está em disputa” e pode manter conversas com distintos setores da sociedade, enquanto na realidade mantém um pacto burguês.

Contra figuras como Luiza Trajano, mas também seus pares como João Paulo Lehmann e toda a burguesia brasileira e internacional que mantém esse regime, das reformas neoliberais do golpe institucional, da terceirização e do trabalho precários, da dupla/tripla jornada de trabalho que afeta principalmente as mulheres. As feministas socialistas do Pão e Rosas, longe da perspectiva liberal, nesse 8 de março defendem: É necessário colocar de pé a força das mulheres trabalhadores independente do governo e do Estado capitalista!

Veja também: [Entrevista] Revolucionar o mundo e transformar a vida: Mulheres, revolução e socialismo




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