terça-feira 1º de dezembro de 2020 | Edição do dia
A greve dos rodoviários do BRT Rio resultou em uma primeira conquista, depois de ter paralisado os corredores Transoeste, Transcarioca e Transolímpico no dia de ontem. Na virada de um dia para o outro, o Consórcio BRT anunciou o adiantamento de uma das parcelas do pagamento do décimo terceiro.
Ontem, às 13h, os rodoviários paralisaram o BRT denunciando que o Consórcio planejava parcelar o décimo terceiro em 8 vezes, da mesma forma como, aliás, estão fazendo em quase todas empresas país afora.
O consórcio BRT soltou um comunicado afirmando que pagará os 30% restantes da primeira parcela do 13º salário nesta terça-feira, faltando ainda outros 50% do benefício:
Nota do #BRTRio
A fim de evitar novos transtornos aos passageiros, como os registrados na tarde e na noite desta...Publicado por BRT Rio em Segunda-feira, 30 de novembro de 2020
Na nota, o BRT diz que rechaça negociar com os rodoviários que paralisaram ontem, dizendo que seu movimento seria ilegítimo. Mas a verdade é que o pagamento anunciado é uma conquista do movimento de greve.
A paralisação dos trabalhadores do BRT veio logo após trabalhadores rodoviários da empresa Redentor e Futuro também conseguirem fazer suas empresas recuarem nos parcelamentos do benefício através de uma paralisação no domingo, fazendo com que a empresa assumisse o compromisso de que as parcelas fosse todas pagas em dezembro.
As empresas de transporte rodoviário estão implementando uma série de ataques, com parcelamento de salários, sem fazer o depósito do FGTS e do INSS, e, em empresas como a Real, praticando demissões em massa. Movimentos de paralisação como os que estamos vendo, ao mesmo tempo, podem aterrorizar estas empresas, que estão acostumadas com sindicatos pelegos e vendidos. Uma união entre os trabalhadores de todas as empresas é o que poderia barrar todos estes ataques que os rodoviários estão sofrendo: como o parcelamento dos direitos, não pagamento do décimo terceiro, desconto dos dias em que ficam em casa com a redução da frota durante a pandemia, demissões em massa sem pagamento dos direitos, entre muitos outros ataques.