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Porto de Felixstowe | Começa nesta segunda-feira a greve no maior porto do Reino Unido

Em meio às contínuas greves que milhares de trabalhadores vêm impulsionando desde segunda-feira, de 21 a 28 de agosto acontecerá uma no porto de Felixstowe, em Suffolk, Inglaterra, um porto pelo qual passam cerca de 48% de todos os contêineres no Reino Unido.

sábado 20 de agosto de 2022 | Edição do dia

Cerca de 2.000 portuários do sindicato Unite no final de julho votaram contra a primeira proposta da empresa (apenas um aumento de 5%, metade da inflação). 82% dos trabalhadores participaram da votação, o resultado foi que 92% deles se pronunciaram a favor da greve. Em 8 de agosto, o sindicato teve que anunciar essa decisão, pois os trabalhadores ainda consideravam insuficientes as ofertas que se queria negociar.

Dessa forma eles iniciarão a greve nessa segunda-feira 2, diante da Felixstowe Dock and Railway Company, de propriedade da CK Hutchison Holding Ltd com sede em Hong Kong, um dos maiores investidores estrangeiros na Grã-Bretanha e dos principais operadores de contêineres do mundo, presente em 52 portos em 26 países. Não é à toa que a empresa Felixstowe teve £ 61 milhões de lucro durante o ano de 2020.

Além disso, os 8 dias de greve não só afetarão a economia do Reino Unido, como também vai significar um problema para o comércio marítimo global, já que é parte da cadeia de exportação para portos maiores como Roterdã, nos Países Baixos, e Hamburgo, na Alemanha, outros dos maiores do norte da Europa.

O Russell Group – que reúne 24 universidades britânicas – realizou um estudo que alertou para o prejuízo de mais de 800 milhões de dólares do comércio com a iminente paralisação de 8 dias, afetando principalmente o fluxo de roupas e dispositivos eletrônicos. Esses dados, por si só, mostram que são as trabalhadoras e os trabalhadores desses setores que podem realmente afetar a cadeia de suprimentos global.

Famílias trabalhadoras não suportam mais inflação crescente

A inflação anual no Reino Unido já ultrapassa 10%. Segundo dados recentes, o índice de preços ao consumidor ficou em 10,1% em julho, o maior em 40 anos. Além disso, o aumento está concentrado em eletricidade, gás, transporte e alimentos, que são bens básicos para a vida de milhares de trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias.

Enquanto as empresas transnacionais tornam seus proprietários bilionários, eles oferecem ajustes e "acordos" totalmente insuficientes que só os beneficiam, como no caso dos empregadores do porto de Felixstowe, onde a última revisão salarial foi feita em 1995.

Na quinta-feira foram 40.000 trabalhadores ferroviários que entraram em greve no Reino Unido, e que irão voltar a paralisar novamente no sábado. Além disso, os funcionários do metrô de Londres entrarão em greve na sexta-feira.

Também 115.000 trabalhadores do Sindicato dos Trabalhadores em Comunicações (CWU) anunciaram 4 dias de luta para 26 e 31 de agosto, e 8 e 9 de setembro. Enquanto para o próximo mês também já foi anunciado pelas enfermeiras da Grã-Bretanha que mais de meio milhão de trabalhadores e trabalhadoras votarão greve na Inglaterra e País de Gales.

Já não se pode mais suportar o nível de inflação e os trabalhadores retomam seus métodos de luta. Muitos dos setores que no Reino Unido têm estado em portos, ferrovias, telecomunicações, greves logísticas, entre outros, são setores que durante anos ou décadas não realizaram greves. Mas hoje torna-se mais claro que, se não for com a luta, a crise continuará a ser paga por eles e suas famílias, e não pelos grandes capitalistas que grotescamente tomam os lucros produzidos pelos trabalhadores.




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