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Moro golpista | Como fez na Lava Jato para defender os interesses capitalistas, Moro se filia ao Podemos de olho em 2022

Agora, com discurso crítico ao governo federal, Sérgio Moro se filia em partido reacionário do centrão e base de Bolsonaro. Mas seu histórico chama atenção de quais são seus objetivos: ator central do golpe institucional de 2016, da prisão de Lula e eleições manipuladas de 2018, da vista grossa aos casos de corrupção de Bolsonaro enquanto seu ministro, com ligação com o governo dos EUA. Está claro que Moro age para proteger o lucro dos empresários, como fez em cada um desses episódios.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

quinta-feira 11 de novembro de 2021 | Edição do dia

Foto: ADRIANO MACHADO (REUTERS)

Nesta quarta-feira, 10, foi anunciada a filiação do ex-ministro da justiça de Bolsonaro e ex-juiz protagonista da operação Lava Jato, Sérgio Moro, no Podemos. Sua entrada neste partido fisiológico que é aliado do bolsonarismo no momento de aplicar as reformas neoliberais e ataques contra a classe trabalhadora, indica que está de olho nas eleições de 2022, ainda que sem ter sido declarado como candidato a presidente pelo Podemos.

Em meio ao cenário da burguesia brasileira, empresários capitalistas e a grande mídia discutindo as possibilidades de busca de uma terceira via para as eleições de 2022, é importante ver o que significa essa sua movimentação de filiação ao Podemos.

Apesar de ter se filiado e agora começar com discursos políticos mais abertamente, Moro está na política desde 2016, quando foi um dos atores centrais do regime do golpe institucional que abriu caminho a uma avalanche de ataques à classe trabalhadora em nome de salvar o lucro e interesses dos capitalistas em meio à crise econômica brasileira e mundial que vinha se agravando naquele momento.

Leia mais: Veja alguns dos absurdos e mentiras mais odiosos ditos por Moro em seu discurso visando 2022

A mediação e intervenção de Moro enquanto juiz, demonstrou toda a força que o poder judiciário foi adquirindo no Brasil ao longo dos últimos anos, com superpoderes que permite que promotores e juízes eleitos por ninguém decidam e manipulem os rumos de eleições ao prender candidatos favoritos como Lula em 2018, quando ficou claro o grau de parcialidade de Moro nas conversas vazadas pelo The Intercept.

Enquanto ex-ministro da justiça do governo Bolsonaro, também ficou evidente que Moro age de forma parcial e de acordo com seus interesses, ao fazer vista grossa aos escândalos de corrupção de Bolsonaro e sua família, apesar de agora fazer discursos de oposição e crítica ao governo federal.

Todo seu histórico, entretanto, vai deixando mais claro como sua ação parcial na Lava Jato, suaformação no departamento de estado dos Estados Unidos, suas decisões parciais enquanto juiz, estão a serviço de defender o lucro dos capitalistas, das grandes empresas e bancos, protegendo o pagamento da dívida pública que destina milhões de reais de dinheiro público aos bolsos de poucos banqueiros imperialistas.

Já são cinco anos do golpe institucional que abriu caminho para que ataques ainda mais fortes e brutais do que o PT já vinha realizando na presidência fossem implementados. A obra econômica e social do golpe de 2016, arquitetado e executado por diversos atores que hoje encontram seu lugar no regime político, incluindo Moro, deixou marcas importantes no país. No Brasil de Bolsonaro e Mourão, com diversas reformas aprovadas, Lei do Teto de Gastos, privatizações de importantes empresas estatais, corte e flexibilização de direitos trabalhistas, as consequência dos ataques capitalistas durante a pandemia cobraram um preço ainda mais alto pra classe trabalhadora: desemprego, inflação, milhares de mortes e fome.

Não podemos confiar e acreditar nas falsas promessas de atores do regime que hoje se colocam contra Bolsonaro e se pintam como parte desta “terceira via” rumo às eleições de 2022. É preciso confiar nas forças da classe trabalhadora organizada em cada local de trabalho, unificando todas as categorias, sem alianças com nossos inimigos, e sim com todos aqueles que sofrem com as duras mazelas desta sociedade: as mulheres, negros, indígenas, LGBTs, a juventude.




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