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Contra o calote e os ataques de Garcia e do metrô, único caminho é retomar a mobilização

Fernanda PeluciDiretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

quinta-feira 22 de setembro de 2022 | Edição do dia

Depois do acordo firmado no TRT durante a campanha salarial em maio deste ano, onde a empresa se comprometia a pagar as progressões salariais atrasadas de 2020 em agosto deste ano, o Metrô rompeu o acordo, manteve o calote que vêm impondo há 2 anos, deixando de pagar a progressão (step) para centenas de funcionários que tinham o direito de receber. A categoria deu uma resposta imediata, retirando o uniforme, usando adesivo e colete, mostrando que não aceitariam esse desrespeito da empresa com a categoria.

Diante da intransigência do Metrô e do governo na audiência do TRT e da própria conivência da justiça com essa postura, nós do Movimento Nossa Classe defendemos a realização de uma greve dia 13/9, como colocamos aqui. Defendemos essa posição na última assembleia da categoria, dia 12, junto aos companheiros do Alternativa Metroviária e outros setores a favor greve, como única forma de garantir nossos direitos, e essa proposta teve uma expressiva votação de 37% da categoria. Veja defesa de Guarnieri, operador de trem da Linha 1 Azul:

Infelizmente, os coordenadores do sindicato Fajardo (PCdoB-CTB) e Camila Lisboa (Resistência-Chega de Sufoco) defenderam contra a realização da greve, o que nós do Movimento Nossa Classe apontamos como um grande erro, o que se comprovou nestes dez dias, dificultando a mobilização.

Dizendo que "precisávamos mobilizar mais", a proposta desse setor contra a greve também se justificava na alegação de que nossa mobilização seria supostamente usada eleitoralmente pelo candidato ao governo de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para se fortalecer desgastando o também candidato e atual governador de SP, Rodrigo Garcia (PSDB). Por trás desse argumento está uma posição que retira da luta dos trabalhadores, para entregar na mão de Haddad e da política de conciliação de classes do PT, o papel de enfrentar e derrotar o bolsonarismo representado por Tarcísio de Freitas, e o tucanato representado por Garcia.

A greve poderia ter barrado o calote e quem se fortaleceria seriam os trabalhadores e a nossa própria luta contra a privatização, as terceirizações e os ataques, em defesa de um transporte público e de qualidade para a população. E assim ter enfrentado e enfraquecido o bolsonarismo e toda a direita, e os ataques contra nossa classe. Eram o governo tucano de Garcia e o próprio Metrô que estavam encurralados, justamente porque são alvo de inúmeras denúncias nas mídias frente o grave acidente ocorrido há algumas semanas, do qual foram responsáveis, que foi a queda de uma pessoa com deficiência visual na via na estação Trianon, escancarando o resultado de anos de precarização do transporte que levou a uma enorme falta de funcionários. Além de serem responsáveis por quererem tirar os operadores dos trens do monotrilho e insistir na realização de testes para tal, que levaram à colisão de um trem no pátio da L3 vermelha, e estarem planejando substituir os funcionários nas estações por PMs.

O Metrô já deixou claro em seu comunicado oficial na sexta-feira, dia 16, que não irá mais negociar esse tema, com uma postura totalmente intransigente.
Nós do movimento Nossa Classe chamamos os setores que defenderam contra a greve, em primeiro lugar a Resistência-Chega de Sufoco, a rever essa posição, e chamamos a unidade de toda a diretoria e de toda a vanguarda apostando na mobilização contra o calote do Metrô e do governo Rodrigo Garcia, contra toda a política de privatização e terceirização que já atingem diversas áreas, contra o acúmulo de funções e a falta de funcionários, unificando todas as áreas para uma luta consequente, organizando um plano de lutas que retome a construção de uma greve, para que possamos lutar juntos e resistir ao desmonte da empresa e ao calote.




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