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INTERVENÇÃO BOLSONARISTA NAS FEDERAIS | Contra o interventor Bulhões na UFRGS: lutemos por uma estatuinte livre e soberana!

Na manhã da última terça-feira (20), ocorreu um ato em frente à reitoria da UFRGS em repúdio aos interventores de Bolsonaro Carlos Bulhões e Patricia Pranke, que tomaram posse da reitoria da UFRGS mesmo após terem ficado em último lugar nas eleições. O ato foi chamado pelo DCE, APG e entidades sindicais ligadas a universidade, de um dia para o outro e sem convocação massiva da comunidade acadêmica, com a intenção de pressionar o Conselho Universitário a votar a destituição do interventor.

Luno P.Professor de Teatro e estudante de História da UFRGS

quarta-feira 21 de abril de 2021 | Edição do dia

Bulhões é a extensão da política elitista, reacionária e autoritária de Bolsonaro dentro da UFRGS, escolhido a dedo para administrar uma brutal agenda de cortes e mais precarização da nossa universidade, avançando mais recentemente em reformas autoritárias como as mudanças nas pró-reitorias. Nós últimos dias viemos vendo um choque de interesses entre o interventor e a burocracia acadêmica, que rejeitou o pacote de reforma administrativa enviada ao CONSUN pela reitoria ao qual os conselheiros deram uma prazo até 13 de abril para que fossem encerradas todas as mudanças impostas por Bulhões, porém essa decisão foi ignorada por Bulhões e até agora permancem as alterações.

Leia mais em: Interventor de Bolsonaro na UFRGS atropela o CONSUN e mantém reestruturação administrativa

Nesse marco, reiteramos nosso total rechaço à intervenção bolsonarista na UFRGS e demais universidades do país, que tem servido para reprimir e descarregar os cortes do governo federal nas costas dos estudantes e dos trabalhadores, em especial terceirizados, da nossa universidade. Atos como o de hoje poderiam servir para ser uma demonstração de força e resistência, que Bolsonaro tenta evitar com suas intervenções, apontando como reposta à intervenção a auto-organização dos estudantes em aliança com os trabalhadores de nossa universidade, mas para isso é preciso mobilizar a partir das bases, de forma massiva e confiando apenas nas forças da juventude e dos trabalhadores, e não se contentando com atos esvaziados e depositando toda a confiança em um órgão burocrático e antidemocrático como o CONSUN. Infelizmente não foi a partir dessa perspectiva que se deu a construção do ato por parte do DCE, APG e entidades sindicais, organizado de um dia para o outro, sem convocação massiva da comunidade acadêmica e das demais entidades de representação estudantil e de trabalhadores.

VEJA: Vídeo da intervenção dos coordenadores do CADI no ato

Apostar num conselho onde não estão representadas as posições e anseios da maioria estudantil e dos trabalhadores da nossa universidade, mas sim de uma casta privilegiada com altos salários e, pior ainda, de empresários (!) que são responsáveis pelo avanço da terceirização e precarização do trabalho. Esse mesmo CONSUN que corrobora com os ataques às cotas, além de, até o momento de ruptura, ter aceitado passivamente os interventores Carlos Bulhões e Patricia Pranke, está longe de ser uma resposta contra a intervenção e os ataques autoritários do governo Bolsonaro em nossas universidades. Mesmo que o CONSUN avance na destituição de Bulhões, o mesmo segue sendo uma entidade de negociação e repercussão dos interesses da reitoria, que vem aplicando cortes de bolsas e suspensão de matrículas, por isso gritamos Fora Bulhões, mas sem um pingo de confiança no Conselho Universitário, confiando apenas em nossa força organizada.

O sentido geral levantado nas falas da oposição de esquerda que compõe o DCE (PSOL, UP e PCB) no ato, de que a destituição de Bulhões pelo CONSUN poderia ser uma resposta contra o autoritarismo de Bolsonaro e as intervenções nas universidades, acaba por deixar intacto o estatuto que rege a universidade e possui regras herdadas da ditadura militar, a exemplo da lista tríplice (que permite intervenções como essa acontecerem novamente), assim como vão no caminho contrário de impulsionar o movimento estudantil como um sujeito que precisa levantar uma resposta contra os ataques.

Veja também: É necessário varrer os resquícios da ditadura da UFRGS e do Brasil

Por isso, contra a intervenção bolsonarista, é preciso levantar a luta por uma estatuinte livre e soberana onde todos os setores da UFRGS tenham representação, inclusive as terceirizadas, com voto universal (1 voto por cabeça), para que possamos decidir os rumos da nossa universidade, enterrando o estatuto atual herdado diretamente da ditadura e batalhando por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, que nesse momento significa uma universidade a serviço de combater a pandemia.

Chamamos a toda a comunidade da UFRGS a batalhar por essa perspectiva, contra a intervenção e os cortes nas universidades, na plenária do dia 29 dia abril.




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