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Ex-ginasta | Daiane dos Santos conta sobre racismo que sofreu: “não queriam usar o mesmo banheiro!”

A ex-ginasta, Daiane dos Santos, contou sobre suas experiências com o racismo ao longo da vida.

segunda-feira 26 de julho de 2021 | Edição do dia

Foto: Reprodução

“Houve situação na seleção, nos clubes, de pessoas que não queriam ficar perto, que não queriam usar o mesmo banheiro! Aquele tipo de coisa que nos faz pensar: opa, voltamos à segregação. Banheiros para brancos e banheiros para pessoas de cor. Teve muito isso dentro da seleção”, conta Daiane.

Em entrevista para a Revista Marie Claire, a ex-ginasta, hoje com 38 anos, contou sobre os casos de racismo absurdos que sofreu ao longo da vida. “Acho que não existe uma pessoa preta que não tenha sofrido racismo na vida. O que acontece é que muitas pessoas não entendem o que estão passando, não sabem diagnosticar. No meu caso, sempre foi tudo muito sutil: um olhar diferente, um tratamento diferente. Uma levantada de voz”.

Leia mais sobre o tema no Ideias de Esquerda. Texto de Ana Carolina de Jesus, para o especial Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha: Pandemia, racismo e capitalismo: as mulheres negras na luta contra a exploração e opressão

Daiane conta também que, pelo fato de ter vindo do sul do país, sofria ainda mais preconceito: E além da questão da raça, tem a questão de vir do sul, de não ser do centro do país, de ter origem humilde. Ou seja: ela é tudo o que a gente não queria aqui”.

A gaúcha fez história em nosso país ao ser a primeira atleta da categoria a conquistar uma medalha de ouro em algum campeonato mundial, entre homens e mulheres. Depois da primeira, Daiane conquistou mais 8 medalhas de ouro. Ela foi a primeira ginasta negra, de todo o mundo, a conquistar uma medalha de ouro.

Além de ser conhecida pelas conquistas históricas e também pelo famigerado duplo twist carpado, Daiane dos Santos fez história novamente ao denunciar o racismo existente em nossa sociedade.

No ano passado, Daiane conta como sofreu forte racismo no Rio Grande do Sul, estado com alto número de pessoas brancas e com uma segregação racial muito grande. "Comecei em um clube de descendência alemã, então houve essas questões de racismo também. "Por que você, dessa cor, está aqui? Por que não vai fazer atletismo? Está muito velha, por que não vai para outro esporte?", contou a ex-ginasta em 2020

- Veja mais em Falando em Marx…: Especial 25 de julho: Luta negra e luta de classes




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