Debate para governador do estado do Rio Grande do Sul na rádio Guaíba FM nesta terça-feira foi marcado por mentiras dos dois lados, muito reacionarismo, reivindicação do legado privatista de Leite e mesmo programa de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) que descarrega a crise nas costas dos trabalhadores desde sua origem.
terça-feira 25 de outubro de 2022 | Edição do dia
Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
O debate começou com Eduardo Leite (PSDB) dizendo que Onyx “ataca as privatizações”, em diversos momentos o bolsonarista e reacionário Onyx Lorenzoni (PL) tentou associar Leite com a esquerda petista questionando que cargos ele prometeu para o PT estar lhe prestando apoio no segundo turno. Leite negou ter prometido cargos e o mais provável é que o apoio do PT seja gratuito mesmo, dentro da lógica do mal menor que se tornou o discurso dominante nessas eleições.
Os dois candidatos de direita e extrema direita se debateram em acusações e mentiras diversas. De um lado Onyx dizendo que Leite é a favor da legalização das drogas e do aborto e de outro Leite pressionando para que Onyx se explicasse sobre o crime de caixa 2 e os casos de corrupção em que se envolveu, o que é verdade, mas mentindo ao falar em educação dizendo que colocou o salário dos professores em dia. Todos os professores do estado sabem o quão isso é uma mentira deslavada, pois o governo Leite não repôs os 48,7% do salário defasado desde 2014, ao contrário, destruiu, negociando com a direção do CPERS, o plano de carreira do magistério gaúcho. Leite também aumentou a alíquota dos servidores aposentados e não deu um centavo de reposição salarial às funcionárias de escola.
Leite definitivamente não pode ser visto como um aliado no combate ao bolsonarismo e a extrema direita, sequer visto como um mal menor como faz campanha o PT e alas do PSOL, pois, ao mesmo tempo que Onyx tentava associá-lo ao PT, Leite tentava se aproximar de Paulo Guedes. No último bloco do debate Leite abriu citando um elogio de Paulo Guedes a ele, sobre como ele aderiu bem ao plano de descarregar a crise nas costas dos de baixo por meio do RRF privatizando e aprovando reformas no estado que retiraram direitos dos trabalhadores.
A força da juventude aliada aos trabalhadores pode jogar Onyx Lorenzoni e seu amigo Bibo Nunes na lata do lixo da história. A questão é que Eduardo Leite é nosso inimigo e seu projeto de reformas e privatizações também precisa ser derrotado.
— Valéria Müller (@valeriamullerr) October 25, 2022
Ao final do debate ficou bastante marcante como Onyx não conseguiu responder sobre seu programa fiscal “alternativo”, não respondeu porque não tem outro programa senão exatamente o mesmo de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Contra Onyx e Leite essas eleições não deixam outra alternativa senão a auto organização em cada local de trabalho e estudo bem como a unidade de trabalhadores e juventude para a luta de classes, sem nenhuma ilusão com alianças com nossos inimigos de classe, como faz o PT com Alckmin. É preciso organizar a luta desde já exigindo das grandes centrais sindicais como a CUT e a CTB que mobilizem para a luta contra as reformas e privatizações, contra a lei de teto de gastos bem como contra os cortes na educação e contra o pagamento da fraudulenta dívida pública com a União que obriga à adesão ao RRF, da mesmo forma como mobilizaram para os comícios de Lula que foram mais massivos do que os atos contra os cortes absurdos de Bolsonaro na educação.
O bolsonarista e mafioso Onix jamais será opção, mas Leite abre o último bloco do debate na Guaíba lendo um elogio de, pasmem, Paulo Guedes para ele! Esse é o mal menor do PT e do PSOL?! Não há outra alternativa nessas eleições senão a auto organização para a luta de classes!
— Diego Nunes (@Diego1917Nunes) October 25, 2022
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