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Debates com a esquerda brasileira sobre a Guerra na Ucrânia

Vitória Camargo

Debates com a esquerda brasileira sobre a Guerra na Ucrânia

Vitória Camargo

Há mais de três semanas da invasão reacionária de Putin na Ucrânia, que fez eclodir uma guerra que atualiza, do ponto de vista da época histórica, o significado de crises, guerras e revoluções na etapa imperialista analisada por Lênin, já são quase três milhões de refugiados, além de várias mortes de civis e destruição nesse país, com racismo escancarado nas fronteiras. Por sua vez, os Estados Unidos e potências europeias membros da OTAN vêm enviando armas para a Ucrânia, em apoio ao regime de Zelensky, após anos de expansionismo no Leste europeu, com imenso histórico de bombardeios e opressão. A OTAN está aprofundando terríveis sanções econômicas contra a Rússia com impactos significativos na economia internacional e na geopolítica do petróleo, além de uma onda de demissões para os trabalhadores russos. Utilizando a guerra como desculpa, a Alemanha se rearma a níveis históricos, investindo 100 bilhões de euros adicionais ao orçamento militar, que superam 2% do PIB em gastos militares para a OTAN, e prontificando programas armamentistas da Suécia à Austrália

Tudo isso apenas confirma que quem está pagando e pagará ainda mais por essa guerra reacionária são as massas trabalhadoras do mundo. Não há nenhum bando progressista no conflito. Entretanto, a esquerda brasileira tem se dividido quanto à sua adaptação, com apoio tímido ou aberto, a algum dos lados, sem uma perspectiva clara de independência de classe. Queremos, neste artigo, debater com suas posições. Para isso, retomamos o método de Trótski para analisar situações internacionais, que combina a análise da economia, da relação entre os Estados e da luta de classes, com centralidade para esta última. Isso porque não pertence ao marxismo revolucionário o “campismo”, que postula a análise das relações interestatais por fora da luta de classes, uma visão típica também da Guerra Fria, segundo a qual haveria um “campo”, junto aos Estados, ao qual se alinhar, ignorando a relação entre as classes em seu interior.

O campismo a favor do reacionário Putin

Embora a mídia ocidental faça eco majoritariamente do discurso imperialista dos Estados Unidos e da OTAN, em prol do regime capacho de Zelensky, como se seus interesses fossem pela paz e democracia na Ucrânia quando sempre atuaram na antítese disso no Oriente Médio e em todo o globo, há também uma ala do petismo e da esquerda no Brasil que faz coro com um campismo pró-russo, saudoso da antiga União Soviética. Esta deixou de existir junto ao contexto da Guerra Fria que esses setores resgatam de maneira totalmente anacrônica. Putin encarna as alas mais reacionárias da velha oligarquia stalinista, que se beneficiaram e impulsionaram a restauração capitalista na Rússia. Esse governo autocrático de direita, que já contabiliza milhares de presos contra a guerra em seu país e agora enfrenta greves operárias contra a queda dos salários na Rússia e as demissões massivas, não tem nada de "anti-imperialista", ao contrário do que esses setores querem fazer parecer. Está a serviço de mudar o regime ucraniano, para manter a histórica opressão "grã-russa" sobre esse território, herdada do tsarismo e retomada pela burocracia stalinista. Não à toa, Putin condenou Lênin e os bolcheviques por sua defesa do direito à autodeterminação da Ucrânia, afirmando que esta não seria uma nação.

Entretanto, para parte do petismo e setores da esquerda de tradição stalinista, a invasão militar russa foi somente uma ação defensiva, de proteção russa contra a OTAN, e até mesmo para "proteger" as províncias de Donetsk e Luhansk e sua autodeterminação, uma demagogia escancarada de Putin. Evidentemente, foi uma invasão reativa estrategicamente à expansão da OTAN, mas não uma medida de "autodefesa", como se o imperialismo estivesse na iminência de um ataque, ao contrário do que defendem Breno Altman do Opera Mundi, o PCdoB de Elias Jabbour, a declaração do PCB e o PCO - este último que declara abertamente seu apoio “total” à invasão russa. Também não se trata de "desnazificar", já que nas províncias pró-Rússia também há elementos de extrema direita que Putin alenta. De nenhuma maneira a "auto-defesa" de uma potência capitalista justificaria a invasão destruidora de outro país.

Altman chega a argumentar que "as sanções draconianas estabelecidas pelos Estados Unidos e a União Europeia contra a Rússia são tão ou mais ilegais que o ataque de Moscou a Ucrânia", relativizando brutalmente a ofensiva militar de Putin que resulta em mortes e destruição. A Rússia seria somente uma vítima da guerra. Já o PCB de Jones Manoel e da pré-candidata Sofia Manzano escreve uma declaração que se coloca pela saída da OTAN do Leste Europeu e sua dissolução, demandas elementares evidentemente, mas nada exigem quanto às tropas russas que efetivamente estão bombardeando esse país. Também publicaram uma exigência pela liberdade de ativistas ucranianos, perseguidos pela direita pró-ocidental, uma demanda correta que também escancara o discurso ocidental que atribui autoritarismo unicamente a Putin, mas o PCB defende isso sem dizer uma palavra sobre os presos pelo regime de Putin por lutar contra a guerra. Jabbour é ainda mais descarado e defende que a Rússia tem toda a legitimidade para invadir a Ucrânia.

Essas correntes são representantes de uma concepção típica do stalinismo que reproduz o velho campismo da Guerra Fria, que, contra o imperialismo dos EUA, alia-se a burguesias reacionárias concebendo a arena internacional não do ponto de vista da luta de classes, - da qual Putin é inimigo na Rússia, na Ucrânia e também no Cazaquistão e em Belarus, ajudando a sustentar governos questionados pela mobilização popular - mas concebem o mundo a partir da disputa de interesses entre Estados nacionais, escolhendo lados, como o dos bonapartismos capitalistas da Rússia e China. Torna-se ainda mais chocante essa posição quando vemos que se aproxima justamente de Bolsonaro e também Trump neste momento, com alinhamento da extrema direita aos interesses russos. O campismo pró-Putin termina por embelezar essa guerra reacionária.

A política de Putin facilita o trabalho da OTAN para justificar seu rearmamento e expansionismo no Leste. Assim, enfrentar essa guerra e suas consequências passa por partir de exigir fortemente a retirada das tropas russas com uma política independente da classe trabalhadora internacional. Do contrário, o combate à guerra acaba nas mãos das falácias do imperialismo da OTAN.

A esquerda pró-OTAN

Por sua vez, parte importante das correntes do morenismo e mandelismo brasileiro acabam no campo da OTAN, com posições que estão na antípoda do anti-imperialismo, e que embelezam e apoiam a chamada "resistência do povo ucraniano", esta parte da narrativa hegemônica ocidental, sem levar em conta a classe dirigente desse processo e seus interesses por um regime de subordinação aos Estados Unidos e à União Europeia.

O Secretariado Unificado (SU), auto-proclamado IV Internacional, do qual o MES é seção simpatizante e também faz parte a Insurgência, publicou uma posição, reproduzida pelo MES de Sâmia em seu site, que defende programas como:

"Solidariedade e apoio à resistência armada e desarmada do povo ucraniano. Entrega de armas a pedido do povo ucraniano para combater a invasão russa de seu território. Isto é solidariedade básica com as vítimas da agressão de um adversário muito mais poderoso. (...) Apoio às sanções contra a Rússia, como solicitado pela resistência ucraniana, o que limita a capacidade de Putin de continuar a invasão em curso e sua política de belicismo em geral. Rejeição de quaisquer sanções que atinjam o povo russo com mais força do que o governo e seus oligarcas."

Ou seja, atualmente, isso significa que o SU apóia a política da OTAN de envio de armas à Ucrânia, junto ao regime de direita pró-Ocidente de Zelensky, e as sanções, num modo que seria supostamente "light", mas que, obviamente, beneficiam o imperialismo e fazem a classe trabalhadora internacional pagar pela crise. Os trabalhadores e as camadas pobres são os afetados em primeiro lugar pelas sanções, não a burguesia russa. Essas correntes não querem enfrentar a invasão russa com os métodos da luta de classes, com uma política independente contra o imperialismo da OTAN, mas sim apoiar os métodos do imperialismo contra Putin, adotando assim esse campo anti-operário.

Já o PSTU atualizou sua posição, que mesmo mencionando o combate à OTAN, vem cada vez mais se colocando em seu campo, inclusive criticando essa aliança militar por "fechar os olhos" à intervenção de Putin no Cazaquistão, como se os Estados Unidos e as potências europeias pudessem ter intervindo em prol da classe trabalhadora aí, e conclui:

"É preciso chamar de forma contundente pela derrota militar da Rússia e por armas para o povo ucraniano. E se posicionar também pela saída da Otan do Leste da Europa. Uma vitória militar das massas ucranianas contra as tropas de Putin teria uma ampla repercussão na correlação de forças da luta de classes, em nível internacional. Colocaria Putin, que esmagou qualquer mobilização de oposição, na berlinda. Fortaleceria e inspiraria o movimento de massas. E isso é justamente o que nem Putin, nem os EUA ou a Otan e a UE, querem."

A questão é que, para justificar sua política, o PSTU dissimula uma resistência das "massas ucranianas", como se tivessem um caminho independente de Zelensky e da OTAN. Na realidade, a dita "resistência" está rigorosamente subordinada à disciplina militar do governo Zelensky, agente da OTAN e dos EUA na Ucrânia. Em meio à lei marcial, os trabalhadores ucranianos não estão "em armas", estão confinados nas fábricas militarizadas e em suas casas, no marco de um regime de exceção que busca sufocar qualquer posição independente. Ou seja, o PSTU inventa uma posição "radical" que não é nada mais do que apoiar o armamento que os EUA já confere à "resistência" de seu governo vassalo. E como durante toda a guerra a burguesia sempre busca impor a "paz social" com as forças armadas, como é o caso da Ucrânia, o PSTU depõe suas fichas nessa política. É uma posição campista que confunde a vitória do imperialismo com uma vitória da classe trabalhadora, nada mais distante, na esteira de posições históricas dessa corrente sem qualquer sombra de independência de classe na arena internacional e nacional.

Por sua vez, a CST, a partir de sua organização internacional, a UIT, faz coro com a denúncia de Zelensky quanto às potências ocidentais que "nos deixaram sozinhos". Afirma que "na prática, deixaram a invasão acontecer e aparecem como cúmplices da ação criminosa de Putin. Macron, presidente da França, e o governo dos EUA até ofereceram “ajuda” para as forças ucranianas abandonarem o país, praticamente um chamado à rendição". Qual seria a saída? Maior ingerência e participação imperialista, como quer Zelensky? A questão, como escreve sua organização-irmã na Argentina, a Izquierda Socialista, em resposta ao PTS, partido-irmão do MRT no Brasil, e à FT, nossa organização internacional, é que, em sua análise, trata-se de um “campo militar que luta por uma causa justa”, do ponto de vista ucraniano, como se, sob a direção de Zelensky, estivesse em questão a “libertação nacional” da Ucrânia. Este seria outro tipo de guerra, não a guerra em curso neste momento, marcada por interesses reacionários. Assim, teoriza abertamente pelo apoio a um dos campos no conflito. Além disso, condenam a posição da FT de denunciar o rearmamento imperialista das potências europeias, absorvendo, inclusive, a retórica imperialista de que esse armamento estaria a serviço dos interesses do povo ucraniano. Nesse caso, não somente seguem ignorando os interesses imperialistas na Ucrânia e seu regime pró-Ocidente, como reproduzem sua desculpa que usa a guerra atual para se rearmar e se preparar para choques ainda maiores entre as potências no futuro, em disputa pelo mercado mundial.

A UIT e a LIT, organizações às quais pertencem a CST e o PSTU, também publicaram uma declaração conjunta defendendo a derrota militar da Rússia no conflito. Evidentemente, se a vitória da Rússia seria algo desastroso para a classe trabalhadora ucraniana e internacional, sua derrota por fora de combater o regime de Zelensky e os interesses imperialistas na região terminariam por fortalecer também os imperialismos ocidentais. Assim, essa defesa também faz parecer que o triunfo de um dos bandos dessa guerra reacionária pudesse ser um incentivo à luta de classes e um impulso revolucionário das massas. Não se trata de uma guerra pela libertação nacional da Ucrânia, como semi colônia historicamente oprimida. Nenhum dos bandos defende isso. A única forma é uma política independente da classe trabalhadora no conflito, o que a CST e o PSTU não levanta.

Assim, por essa via, mesmo que algumas dessas correntes se delimitem da OTAN e exijam sua dissolução, na prática, terminam diluídas no campo imperialista, em prol do rearmamento imperialista e de sua participação do conflito, sem uma saída independente contra a invasão de Putin.

Por fim, a stalinista UP se localiza em um ângulo aparentemente "nem com Putin, nem OTAN", mas que, sem partir de enfatizar e agitar o rechaço à invasão russa atual, cede ao campo reacionário de Putin. Ademais, caracterizando ambos como imperialismos, chama uma campanha pelo retorno à paz, que é algo que o MES também faz e é verdadeiramente impossível porque o enfrentamento entre as potências que levou à guerra não pode ser respondido por fora da luta de classes, esta uma saída que também questiona paz capitalista na crise. Também não faz qualquer menção à classe trabalhadora como sujeito de responder a essa crise, porque não encontra lugar nas concepções da UP, pautada pelo velho jogo interestatal, em que essa se corrente se encontra buscando a velha oligarquia de Stálin.

Contra todo pacifismo que está a serviço da burguesia, a paz não pode ser simplesmente restaurada, sem significar o fortalecimento de algum dos bandos em guerra, cuja vitória não significaria voltar ao status anterior, mas seu fortalecimento na arena internacional. Esse pacifismo burguês também encontra porta-vozes nas próprias declarações de Lula, que se alinha à ONU "pela paz", um órgão imperialista que legitima, por exemplo, o Estado de Israel contra a Palestina. Além disso, Lula fala como se nos próprios governos petistas não tivessem enviado tropas a países como Haiti e Congo em nome dos interesses dos Estados Unidos.

A Rússia como potência militar, a etapa imperialista e a questão nacional

Em várias dessas análises, como no caso da UP, do MES e também da Resistência, sustenta-se que a Rússia seria um país imperialista (no caso da Resistência, um "imperialismo emergente"). Ao mesmo tempo em que já explicitamos nossa defesa de uma política independente, contra todo o campismo e pelo rechaço à invasão russa, não concordamos com essa análise da Rússia e consideramos que esse debate vai além de um preciosismo teórico, já que diz respeito também à interpretação leninista da realidade e à preparação dos que se colocam como revolucionários diante da aceleração dos tempos da luta de classes.

A Rússia é, evidentemente, uma potência militar, que herdou a capacidade bélica da ex-União Soviética, um estado operário que se burocratizou e após décadas foi restaurado. Por isso, a Rússia possui bases militares fora do país, o terceiro exército do mundo, arsenal nuclear e, como está deixando claro mais uma vez, após ajudar a sustentar regimes como o de Al-Assad, na Síria, intervém em países semicoloniais. Isso é inegável e reacionário. Entretanto, como escreve Lênin, o imperialismo não é unicamente uma política intervencionista, do ponto de vista militar. Diz respeito a uma etapa do capitalismo, marcada por uma burguesia decadente, e a determinado estágio econômico, de desenvolvimento das forças produtivas que sobrepassam os Estados nacionais. Com ele, está implicado o surgimento do capital financeiro, a formação de monopólios e a expansão de capitais, para explorar a classe trabalhadora de outros países. Desse ponto de vista, a Rússia carrega ainda muitos traços dependentes em sua economia que a separam da categoria de imperialista. Por exemplo, a Rússia não possui nenhum dos 40 maiores monopólios do mundo e, mesmo dentre os 2 mil principais, possui menos monopólios que países atrasados como a Índia. O mesmo em relação aos 50 maiores bancos, entre os quais não figura nenhum russo. A produção industrial russa é menor do que a brasileira e também mexicana.

Tudo isso faz com que a Rússia seja uma potência militar, mas não imperialista. Isso impacta na forma de analisar o lugar da guerra na Ucrânia nessa etapa de crises, guerras e revoluções e o nível do enfrentamento entre os Estados. Em um mundo marcado pela decadência hegemônica dos Estados Unidos, com emergência da China, sem entretanto fazer frente ainda ao principal imperialismo do mundo, a ascensão de novos Estados passa pela preparação de novos enfrentamentos bélicos, cada vez mais abertos, e ainda mais crises e sofrimentos para a classe trabalhadora internacional. Desse ponto de vista, não se trata nem da iminência da terceira guerra mundial (ainda que isso não se pode descartar como horizonte), como algumas correntes sustentam, nem tampouco da harmonização das relações, pelo nível de entrelaçamento das economias. A guerra na Ucrânia é uma atualização da época imperialista e suas premissas.

Ainda mais por isso, a questão nacional, ou seja, as demandas relativas ao direito à auto-determinação dos povos não podem ser resolvidas pelas burguesias reacionárias que constituíram seus mercados oprimindo nações, como é o caso da Rússia contra Ucrânia e vários povos do Leste europeu, como a Chechênia. Por isso, faz-se atual a definição de que somente a classe trabalhadora pode responder à demanda pelo direito à auto-determinação dos povos e deve levantá-lo como um direito democrático incondicional que pode ser motor da luta revolucionária em países coloniais e semicoloniais, hegemonizando outros povos sob seu programa, como a própria Revolução Russa já mostrou e como defendem Lênin e Trótski, em choque inclusive com as próprias deturpações nacionalistas do stalinismo.

Assim, debatemos com várias dessas correntes já citadas que, por fora de postular um sujeito operário claro que enfrente ambos os campos em guerra, partindo do rechaço à invasão russa e enfrentando a política da OTAN e de Zelensky, diluem-se numa reivindicação geral da auto-determinação dos povos. Estamos pelo direito à auto-determinação da Ucrânia, a começar pela região minoritária do Donbass, que fala russo e é oprimida na própria Ucrânia, ao mesmo tempo que contra toda a demagogia de Putin. Mas, justamente pela etapa imperialista que é incapaz de responder à questão nacional, ligamos essa luta à defesa de uma Ucrânia operária e socialista. A independência desse povo não virá das mãos da OTAN nem de Putin, mas da classe trabalhadora munida de uma política independente. A unidade da classe trabalhadora internacional depende de levantar com toda força o direito à auto-determinação dos povos, dirigido contra as burguesias e seus regimes políticos, algo que a esquerda que cede ao campismo é incapaz de fazer.

Logo, a partir da esquerda revolucionária, encorajamos mobilizações em todo o mundo contra a guerra, como em Berlim e Roma, que exijam a retirada das tropas russas da Ucrânia e, ao mesmo tempo, denunciem o papel da OTAN e o rearmamento das potências imperialistas ocidentais. Na Ucrânia, defendemos que a resistência à ocupação russa tome um caminho independente da subordinação à OTAN pregada por Zelensky, assim como, na Rússia, defendemos que a oposição à guerra seja o ponto de partida para um fim revolucionário do governo reacionário de Putin. Essa perspectiva, que não tem sido levantada pela esquerda brasileira, seria o verdadeiro ponto de apoio para a classe trabalhadora internacional contra a invasão russa e o imperialismo, podendo ser um impulso revolucionário às massas. Os tempos estão se acelerando e cobram cada vez mais da esquerda uma política de independência de classe.


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