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Coordenação Nacional da CSP- Conlutas | Debates na Conlutas em defesa da independência de classe e na luta contra o bolsonarismo e as reformas

O Esquerda Diário realizou a cobertura da reunião da coordenação nacional da CSP- Conlutas nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, realizada no Sindicato dos Metroviários de SP. Acompanhe aqui como foi a plenária final com os principais debates realizados na Central, as resoluções aprovadas e as posições defendidas pelo MRT, que apontam o fortalecimento de uma alternativa de independência de classe para os trabalhadores enfrentarem a força social e política do bolsonarismo e as ilusões do novo governo eleito de frente ampla do PT.

quinta-feira 8 de dezembro de 2022 | Edição do dia

A primeira reunião da CSP-Conlutas após a eleição no mês de novembro expressou, nos diferentes setores que compõem a central, o reconhecimento da necessidade fundamental de da independência política em relação ao governo Lula/Alckmin. A partir do MRT, que nos últimos dias participou da reunião com uma delegação de metroviários, educadores, trabalhadores da USP e de outros locais, consideramos muito importante fortalecer uma política de independência de classe diante o novo momento que se abre na situação política do país.

O bolsonarismo após as eleições segue fortalecido politicamente, enraizado nas instituições do regime, e socialmente, organizando manifestações e ações golpistas, demonstrando que a política de frente ampla liderada pelo PT nas últimas eleições junto a setores golpistas, que aprovaram as principais reformas e ataques contra o conjunto da classe trabalhadora, não enfraquece a extrema direita.

Foi justamente a perspectiva de frente ampla que abriu caminho para o golpe institucional de 2016, análise que defendemos nos debates da Conlutas, e permanece pavimentando o caminho da extrema direita. Agora se aprofunda o aprofundamento dessa política, como se expressou essa semana com o apoio do PT e do PCdoB a candidatura de Arthur Lira para presidência do Congresso Nacional, que representa a forte tendência de continuar a agenda de ataques contra os trabalhadores e os setores mais oprimidos. Liga-se a isso, não somente o apoio das principais centrais a esse novo governo de frente ampla, como o fato de que já declaram abertamente que estão contra revogação das reformas, inclusive a trabalhista, e atuarão no movimento sindical para avalizar a agenda do novo governo, em prol de buscar novas formas de financiamento para manter e aumentar os privilégios da burocracia sindical.

Nesse contexto, a reunião da coordenação nacional da CSP-Conlutas foi um espaço importante de debates que apontaram no sentido em comum de defender uma posição de independência de classe dos trabalhadores.

No Esquerda Diário, ao longo dos últimos dias, expressamos os principais debates feitos pela central e as posições defendidas pela delegação de trabalhadores do MRT e do Movimento Nossa classe. Veja abaixo:

"Contra a invasão russa na Ucrânia é preciso ter independência de Zelensky e da Otan" diz Pablito

"É preciso seguir o exemplo dos trabalhadores chineses da FoxConn e das mulheres iranianas", diz Flávia Telles

"A autodefesa dos trabalhadores precisa ser coletiva ligada à auto-organização e à mobilização" diz Bruno Gilga

MRT defende uma política independente para derrotar o bolsonarismo e as reformas

Diante de todas essas temáticas, a plenária final aprovou uma posição pelo combate ao bolsonarismo com independência de classe e política frente ao novo governo por unanimidade de todos os setores que compõem a CSP-Conlutas. Como expresso na fala de Atenágoras, da Secretaria Executiva Nacional da Conlutas, defendendo o encaminhamento de aprovação de uma posição comum de independência de classe

A partir desse marco em comum, também tiveram diferenças políticas importantes sobre o papel que a CSP-Conlutas pode cumprir hoje na organização dos setores que buscam uma alternativa independente, como expressou a intervenção de Marcello Pablito, trabalhador da USP e militante do MRT, no plenário final

Pablito, além de reforçar as posições defendidas pelo MRT, redobrou a importância das iniciativas e do maior peso que a central precisa dar para agrupar os setores, ativistas e trabalhadores que buscam uma alternativa independente do PT e do novo governo eleito, inclusive para fortalecer essa política contra os setores da esquerda que estão apoiando o novo governo como é o caso do PSOL, que participa atualmente do governo de transição. Debate esse que já tínhamos iniciado com os companheiros do PSTU contra a política de dissolução do Polo Socialista e Revolucionário após as eleições, apontando a necessidade de fortalecê-lo, como expressamos nesta nota publicada no Esquerda Diário

Essa política fortaleceria a central, inclusive para combater a política oportunista de setores como a corrente Resistência do PSOL, junto aos stalinistas do PCB, que articulam junto com a CUT a desfiliação do Andes da CSP-Conlutas, quando a maior necessidade é de organizar a luta dos trabalhadores de forma independente do governo de frente ampla com a burguesia. Além de que é necessário fortalecer a Conlutas partindo de combater as ilusões dos trabalhadores e das massas no novo governo de frente ampla e sua política de conciliação de classes, o que só pode ser feito denunciando seu caráter de aliança com a burguesia e a já anunciada manutenção dos ataques e reformas. Ao passo que as exigências dos setores independentes e combativos, como a nossa central, precisa se dirigir às direções burocráticas das organizações da nossa classe, às centrais sindicais e as direções dos movimentos sociais, cumprindo o papel fundamental de batalhar pela necessidade de um plano de luta, ao mesmo tempo que desmascare a política da burocracia sindical de apoio às reformas e de passivização da luta de classes.
Veja as demais intervenções que tiverem sobre esse tema de debate na plenária final.

Na plenária final também se aprovou por unanimidade uma campanha contra a perseguição aos lutadores, em particular contra o processo contra o companheiro Galo, e pela reintegração de Mancha, denunciando amplamente sua demissão política pela patronal.
Veja também a proposta de resolução defendida pelo Movimento Nossa Classe.




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