×

Legado bolsonarista | Desmatamento na Amazônia é o pior no mês de outubro desde 2015

Relatório do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica que o desmatamento na Amazônia Legal acumulado até outubro é de 904 km², o maior desde a série histórica iniciada em 2015. Esse resultado é fruto do fortalecimento do agronegócio aliado de Bolsonaro.

sexta-feira 11 de novembro de 2022 | Edição do dia

1 / 1

A Amazônia Legal, área que corresponde a 59% do território brasileiro, teve em outubro deste ano um recorde de desmatamento. A série histórica que acompanha o nível de desmatamento é produzida pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e produz sinais para áreas maiores que 3 hectares quando essas áreas têm alteração em sua cobertura, e é produzida desde 2015.

Agora, no último ano do governo Bolsonaro, essa série alcançou 904 km² desde o início do ano até outubro. Esse número já é superior ao do ano de 2021 inteiro. O estado do Pará foi o destaque negativo deste índice, com 435 km² de área desmatada, seguido de Mato Grosso e Amazonas.

Esses números indicam algo que vem se intensificando ao longo dos últimos anos, principalmente com o fortalecimento do agronegócio ligado ao governo de Jair Bolsonaro. Durante sua campanha eleitoral de 2022, Bolsonaro acenou inúmeras vezes ao agronegócio, sua base aliada, que foi parte decisiva do financiamento da campanha do presidente de extrema-direita.

Bolsonaro não poupou esforços em apoiar esse setor, ativando sua base política, como o ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles dizendo que era necessário aproveitar a pandemia que já deixou quase 700 mil mortos no Brasil para “passar a boiada”, atacando todas as leis de proteção ambiental e abrindo espaço para o desmatamento de áreas protegidas e de ocupação indígena para dar lugar ao garimpo e ao agronegócio.

Apesar disso, parte do agronegócio agora se alinha politicamente com o presidente eleito Lula, como Simone Tebet, que foi eleita como senadora em 2014 se aliando ao grande agronegócio. Em declaração, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins de Silva Júnior, disse que a liberdade e a democracia são essenciais para o desenvolvimento da produção rural, e que “precisamos que o governo do País, acima de tudo, proporciona segurança jurídica para o produtor, defendendo-o de invasões de terra, de taxação confiscatória ou desestabilizadora, ou dos excessos da regulação estatal.”

Frente a esse cenário, fica claro como não é possível derrotar o agronegócio e o garimpo que assassinam e desmatam no campo e nas reservas se aliando com a direita de Alckmin e Tebet. Para de fato barrar esse desmatamento recorde é preciso que a classe trabalhadora organizada se inspire em exemplos como o da luta dos indígenas que acamparam em Brasília contra o marco temporal em 2021. Para isso é preciso que as centrais sindicais como a CUT e a CTB convoquem um verdadeiro plano de lutas que possa derrotar o agronegócio para que os capitalistas paguem pela crise.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias