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Violência contra a mulher | Juiz do trabalho de São Paulo é acusado de assédio sexual por dez mulheres

Marcos Scalercio, juiz do trabalho de São Paulo e professor de cursinho preparatório foi acusado de assédio sexual por ao menos dez mulheres. O juiz chegou a agarrar vítimas a força para beijá-las sem seu consentimento, mandou mensagens inapropriadas e de cunho sexual e ainda apareceu nu e se masturbando em ligação via Skype com aluna do cursinho.

segunda-feira 15 de agosto de 2022 | Edição do dia

Imagem: Reprodução / Youtube

Marcos Scalercio, juiz do trabalho de São Paulo e professor de cursinho preparatório para concursos públicos é acusado por ao menos dez mulheres de assédio sexual entre 2014 e 2020. Scarlecio é juiz substituto do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região e professor de direito material e processual do trabalho no Damásio Educacional.

A ONG Me Too Brasil, que recolheu os depoimentos, levou as denúncias ao Conselho Nacional do Ministério Público e, atualmente, são apuradas nas esferas administrativa e criminal pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

Foram denúncias de dez mulheres ao todo: uma funcionária do TRT, uma advogada, uma estagiária de direito, uma professora de direito e seis alunas do cursinho Damásio na época. Três das vítimas acusaram Scalercio de trazê-las ao seu gabinete, agarrá-las com insistência e beija-las a força, dizendo mais tarde que se elas contassem do ocorrido ninguém acreditaria.

As outras sete mulheres relatam também que ele usava as redes sociais para mandar mensagens fazendo perguntas de cunho sexual e com comportamento inapropriado, e depois tratando as alunas mal quando o rejeitavam. No cursinho, mensagens trocadas entre as alunas mostravam que ele era conhecido pela sua abordagem e pelo assédio contra as estudantes. Uma das alunas conta que o juiz ofereceu uma revisão de prova via Skype e, quando ela abriu a câmera, viu que ele estava nu e se masturbando.

A Corregedoria do Tribunal do Trabalho em SP chegou a arquivar duas vezes as acusações, que chegou a analisar o depoimento de três mulheres e concluiu frente às acusações que "não havia provas de que o juiz do trabalho cometeu irregularidades durante o serviço e na vida pessoal", o que não é surpresa já que o autoritarismo judiciário e a lei que serve para garantir os privilégios do judiciário, como o recente aumento de salarial, não serve, na maioria das vezes, para garantir justiça para as mulheres vítimas do mesmo. O CNJ, entretanto, não concordou com o arquivamento da Corregedoria e determinou nova apuração.

Frente a atuação do Estado burguês a favor da impunidade das instituições, é preciso lutar para arrancar justiça para todas as mulheres vítimas de violência de gênero, contra a impunidade que recebem os agressores como o de Mari Ferrer e de tantas outras vítimas, e que só será alcançada por meio da organização dos trabalhadores e das mulheres nas ruas contra os privilégios concedidos pelo Estado capitalista.




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