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VIAGEM AOS EUA | Dilma coloca país a venda nos EUA

terça-feira 30 de junho de 2015 | 01:27

Nesta segunda-feira, 29, Dilma Rousseff e seus ministros começaram o segundo dia da viagem oficial aos Estados Unidos em reunião com o dono do monopólio de comunicação News Corporation, Rupert Murdoch, que, dentre outros jornais, controla o influente “The Wall Street Journal”. No mesmo dia, o governo brasileiro publicou quatro páginas de propaganda paga no jornal de Murdoch para anunciar o plano de privatizações em portos, aeroportos, ferrovias e rodovias no Brasil.

Em seguida, a comitiva oficial se reuniu com representantes do setor financeiro e com empresários de gigantes americanas, como General Motors (GM), WalMart, General Electric (GE), Coca-Cola, dentre outras. O tom do discurso de Dilma aos banqueiros e empresários foi de defender que o Brasil trabalhará para ter uma “economia mais aberta e competitiva” e para acabar com a burocracia “infernal” que ainda vigora por aqui.

Dando continuidade a sua agenda, a presidenta recebeu Henry Kissinger ex-secretário de Estado dos EUA na década de 1970 que ficou conhecido por articular golpes de estado na América Latina e sustentar ditaduras ao redor do mundo. Sobre o encontro com Kissinger, Dilma declarou a imprensa que se trata de “uma pessoa fantástica” e que a conversa “foi extremamente produtiva, instigante, inspiradora”.
Nesta terça-feira, 30, a comitiva visitará Washington, onde deve se reunir com mais empresários e também com o presidente Barack Obama.

Na noite de domingo, o ministro do desenvolvimento, Armando Monteiro, que também compõe a comitiva, declarou que um possível acordo de livre comércio com os Estados Unidos é uma “aspiração” do governo brasileiro. “O acordo é uma aspiração, é o que se coloca no horizonte” disse ao jornal o Estado de São Paulo. A defesa de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos marca uma mudança em relação a posição anterior do governo do PT, e levada adiante pode representar mais uma capitulação histórica do partido frente a dominação do imperialismo norte-americano na América Latina.

Na linguagem dos economistas, a defesa de uma economia “mais aberta”, como defendeu Dilma, significa na prática menos regras e controle para a circulação de capitais estrangeiros no país. Ou seja, Dilma está afirmando aos empresários norte-americanos que encontrarão cada vez maiores facilidades de obter altos lucros na economia brasileira. Por sua vez, a aprovação de um tratado de livre comércio significará que o comércio entre os dois países se dará, em grande medida, livre de impostos.

O que no discurso da direita, e agora do PT, aparece como grande oportunidade para reativar os investimentos e superar a crise econômica, na verdade servirá apenas para aprofundar a já enorme dependência do capital estrangeiro norte-americano. Enquanto o Brasil irá aumentar a exportação de matérias primas e produtos manufaturados de baixo valor agregado, como carne ou suco de laranja, nossa economia estará escancarada ao capital financeiro especulativo e a produtos industrializados de alto valor agregado. O que poderá ser um duro golpe a uma indústria nacional já bastante debilitada.

Além de privatizações, menos regras ao capital e livre comércio, Dilma sabe que falta aos investidores estrangeiros a garantia de que encontrarão mão-de-obra barata. Por isso, um dos pilares de seu discurso nessa viagem é a defesa do ajuste fiscal, que têm como base fundamental a contenção de gastos sociais e a flexibilização de direitos trabalhista.

Neste sentido, a viagem da presidenta aos EUA vêm se mostrando como parte importante da estratégia do governo do PT para enfrentar a crise econômica que atinge em cheio o país: descarregar a conta da crise sobre os ombros da classe trabalhadora e aumentar a subordinação da economia nacional ao capital estrangeiro, não importa se chinês ou americano. O leilão está aberto.




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