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GREVE NO METRÔ DE SP | Doria e Metrô-SP anunciam calote em salários, e metroviários organizam greve para dia 28

Fernanda PeluciDiretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

Rodrigo Tufãodiretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe

sexta-feira 24 de julho de 2020 | Edição do dia

A direção do Metrô de SP anunciou, no dia 22/07, que cortará em 10% os salários de julho dos seus funcionários.

Os Metroviários que estão trabalhando sendo contaminados desde o início da pandemia já estão mobilizados com greve marcada para dia 28/07, devido a um ataque histórico por parte de Doria, com aval da justiça, aos direitos dos trabalhadores. Implementando corte de benefícios já no último pagamento, anúncio de supressão ou modificação de 28 cláusulas do acordo coletivo e ataque ao plano de saúde dos funcionários, a empresa já tinha declarado guerra à categoria. Agora, João Doria anuncia pelas costas o corte de 10% do salário de julho – dizendo que pagará esse valor "quando tiver caixa", sem sequer dar prazo – dos funcionários que estão trabalhando durante toda a pandemia, arriscando suas vidas e as vidas de suas famílias.

O Metrô afirma que "não tem dinheiro para saudar compromisso financeiro", mas se recusa a pedir subsídio do governo para as linhas estatais, justamente porque isso impõe que o salário limite na empresa seja o salário do governador, de R$ 23 mil. Ou seja, quer cortar os salários dos trabalhadores, afetando principalmente a grande parte dos trabalhadores que ganha perto do piso, cerca de R$ 2 mil, para garantir que a alta chefia da empresa siga recebendo salários gigantescos de R$ 30 mil, R$ 40 mil ou mais. Ao mesmo tempo, o governo do estado repassa mais de R$ 200 milhões em subsídios para os empresários das linhas privatizadas, 4 e 5, e nenhum centavo para o metrô público. Um completo absurdo! A contraproposta que os metroviários aprovaram em assembleia é: fim dos adnutos (cargos comissionados), fim das gratificações por funções e fim dos supersalários, além de subsídio para as linhas do Metrô estatal para garantia do metrô publico e de qualidade para toda a população.

É necessário uma greve forte dos metroviários – trabalhadores que estão cumprindo um serviço essencial na pandemia – para garantir direitos. Os entregadores de apps deram o exemplo no dia 1º de julho, fazendo uma grande paralisação. Agora, vão parar de novo dia 25. Os trabalhadores dos Correios também estão em mobilização contra os duros ataques do governo Bolsonaro. Mais de 35 mil professores do Estado de São Paulo estão sem receber há 4 meses. Na CPTM e na Sabesp o cenário não é diferente: ataques por todos os lados. A CUT e a CTB, maioria na diretoria do Sindicato dos Metroviários de SP e que têm peso também nessas outras categorias, precisam parar de evitar a greve no metrô e nessas outras empresas, parar de dividir a luta desses trabalhadores que estão sofrendo os mesmos ataques e construir a greve e a unidade na luta nessas categorias.

Nós da Chapa 4 - Nossa Classe, minoria na diretoria do sindicato dos metroviários de SP, viemos defendendo a greve desde o dia 1º, em unidade com os entregadores, e defendemos que, agora, mais do que nunca, está provado que a única maneira de defender os nossos direitos é a greve por tempo indeterminado a partir deste dia 28. Seguiremos reivindicando a organização de base, as assembleias democráticas e a unidade de todos os trabalhadores para derrotar a ofensiva burguesa contra nossos direitos. Nossas vidas valem mais que o lucro deles! Nós não permitiremos que descarreguem a crise nas costas de quem é essencial para a vida e combate à COVID-19: os trabalhadores e trabalhadoras. Que os capitalistas paguem pela crise, não nós!




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