[Dossiê] 20 de Novembro: Faremos Palmares de Novo

Nesse 20 de novembro, trazemos esse material que reúne alguns dos principais resgates históricos, entrevistas, polêmicas e elaboração teórica sobre os mais diferentes assuntos que competem ao tema da questão negra no Brasil. Com a ótica do marxismo revolucionário buscamos elaborar sobre a relação intrínseca entre capitalismo e racismo, retomar o legado de Zumbi dos Palmares e dos processos de luta que escancaram que o negro dócil é um mito e refutar as falsificações históricas da direita e dos capitalistas.

No Brasil escravocrata, marcado hoje por mães que choram nos túmulos dos seus filhos, como o menino Miguel, por uma violência racista brutalizante dos patrões e da polícia, como Genivaldo e o congolês Moïse, marcado por uma ferida que nunca se fechou, como Marielle e mestre Moa do Katendê, por 30 anos de impunidade do banho de sangue do Carandiru, e por tantos ataques e reformas que exploram em especial a população negra, precisamos mais do que nunca retomar o legado de luta dos negros e negras e o marxismo revolucionário para afiar nossas armas contra o racismo e o capitalismo.

Depois de 4 anos de aumento da violência racista e do que chamamos de “choque à direita nas relações raciais”, Bolsonaro sofreu uma derrota eleitoral, mas o bolsonarismo seguirá existindo no país, o que nos coloca o desafio de enfrentar o racismo, a extrema direita a partir do métodos históricos da luta negra e da luta de classes. A classe trabalhadora brasileira, maioria negra, é herdeira legítima do legado de Zumbi, daqueles que nunca negociaram a liberdade e conciliaram com nossos inimigos. Uma lição que segue vigente no país que hoje é governado pela frente ampla de Lula-Alckmin, com apoio do imperialismo norte-americano e do grande capital financeiro, racistas por natureza.

No maior país negro fora da África, 20 de novembro é dia de retomar o legado da luta negra decidida por liberdade para hoje lutar por justiça por nossos mortos, justiça pelo massacre do Carandiru, que nenhum Fleury morra impune, por igualdade salarial entre negros e brancos e homens e mulheres, por redução da jornada de trabalho sem redução salarial, por efetivação dos terceirizados sem necessidade de concurso contra o trabalho precário, pela legalização do aborto que ao ser negado mata em especial as mulheres negras vítimas da clandestinidade, contra a violência policial racista que encarcera e mata a juventude negra. Retomar Zumbi é retomar um legado que em nossa época precisa se chocar com os capitalistas e fazer com que sejam eles que paguem pela crise. Veja algumas das nossas principais elaborações do último período:

Zumbi dos Palmares, o marxismo e a tradição revolucionária - Por Iuri Tonelo

“Controlam nossos corpos para nos sentirmos como uma mercadoria barata” - Por Letícia Parks

Mestre Môa, o filme que passa na nossa cabeça - Por Letícia Parks

“É negro”: classe trabalhadora, racismo e crise capitalista - Por Flávia Telles

A Insurreição Praieira na perspectiva dos trabalhadores livres e escravizados - Por Renato Shakur

Não somos escravas: rainhas quilombolas, guerreiras armadas e grevistas decididas – relatos de mulheres negras na luta por liberdade - Por Letícia Parks

Prefácio do livro “Nós mulheres, o proletariado” - Por Diana Assunção e Letícia Parks

O reggae entre a Jamaica e o Maranhão: o som da luta negra - Por Renato Shakur

Entrevista com Aderivaldo Santana: “O tráfico de escravizados foi um dos mais importantes sistemas de acumulação de capitais” - Por Renato Shakur

Entrevista com Pablo Mattos: “Após a revolução de 1917, o comunismo foi amplamente abraçado por movimentos anticoloniais e anti-imperialistas” - Por Renato Shakur

"A fusão da identidade negra com a classe operária fortalece a luta pelo comunismo", diz Marcello Pablito - Entrevista concedida à Diana Assunção

[Dossiê] 30 anos do massacre do Carandiru: as marcas racistas do Estado brasileiro no país de Bolsonaro - Por Renato Shakur