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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA USP | É preciso contratações emergenciais para o HU da USP

Na última semana, a luta dos trabalhadores do Hospital Universitário da USP teve uma importante conquista. Foi determinada pela justiça uma liminar que obriga a superintendência do hospital e a reitoria da universidade a liberarem os trabalhadores que são do grupo de risco. Em menos de um mês, dois trabalhadores morreram vítimas da covid-19.

domingo 13 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Imagem: Renato Pizzutto/Veja SP

Na última semana, a luta dos trabalhadores do Hospital Universitário da USP teve uma importante conquista. Foi determinada pela justiça uma liminar que obriga a que a superintendência do hospital e a reitoria da universidade, liberem os trabalhadores que são do grupo de risco. Após a morte em menos de um mês de dois trabalhadores.

Frente a essa vitória, demanda conquistada após uma forte luta travada pelos trabalhadores do hospital desde o início da pandemia, a superintendência do hospital, comandada pelo professor Paulo Margarido, soltou um absurdo comunicado em represália aos trabalhadores, em que coloca que a liberação implica numa redução do quadro de funcionários que irá prejudicar o funcionamento do Hospital.

A mesma superintendência e reitoria que não contratam funcionários efetivos para o Hospital desde muito antes do início da pandemia, colocando a vida de dezenas em risco enquanto já temos 2 trabalhadores mortos por seguirem trabalhando mesmo sendo do grupo de risco.

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O que a superintendência e a reitoria não dizem é que vem há anos sucateando o HU, com políticas absurdas de desmonte e um claro objetivo de impedir que a população pobre possa ter acesso ao hospital. Desde de 2014 não realizam contratação de funcionários efetivos, para além do fato de que realizaram dois programas de demissão voluntária que significaram a saída de mais de 300 funcionários só do HU. Recentemente o hospital recebeu uma verba, fruto da luta dos trabalhadores, estudantes, professores e da população de fora da universidade que deveria ser destinada para contratar mais funcionários, e que foi utilizada para contratos temporários, ultra precários, que finalizaram esse ano ao longo da pandemia. Em 2016, a reitoria fechou o Pronto Socorro Infantil e logo após o Pronto Socorro adulto, para além de manter inativos uma série de leitos do hospital, demonstrando que é uma política de fechamento dos serviços que vem de anos e agora num absurdo cinismo busca com esse discurso colocar a população contra os trabalhadores que apenas querem reivindicar a defesa de suas próprias vidas, ao mesmo tempo que utiliza da pandemia para sucatear o hospital. Tal política ficou evidente desde o início da pandemia, quando os trabalhadores se mobilizaram exigindo condições mínimas de segurança sanitária, contratações emergenciais e liberação do grupo de risco.

Como viemos denunciando pelo Esquerda Diário, já são 2 trabalhadores mortos que eram do grupo de risco. Quantos mais trabalhadores terão de morrer para que a superintendência e a reitoria contratem funcionários suficientes para garantir o funcionamento do hospital e liberem os trabalhadores mais vulneráveis a terem complicações em decorrência do vírus? São vidas de trabalhadores que não voltam mais.

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Como se não bastasse essa situação absurda desde o início da pandemia, a reitoria recentemente propôs um plano de retorno das atividades presenciais para os trabalhadores sem sequer consultar o sindicato e o conjunto dos funcionários.

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É preciso contratações emergenciais de funcionários para o hospital universitário para que este possa ser utilizado pela população de conjunto de forma plena, assim como a manutenção da liberação dos trabalhadores que são grupo de risco e impor que essa decisão se estenda para os trabalhadores terceirizados e temporários do grupo de risco. Basta de trabalhadores mortos!




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