×

Relatos | Enfermeiro em defesa do Piso: "é nosso direito! fomos heróis na pandemia"

Os enfermeiros, enfermeiras e trabalhadores da saúde tem dado exemplo em todo país de luta pelos seus direitos. Lutam pelo Piso contra a demagogia de Bolsonaro e o autoritarismo do STF. Nós do Esquerda Diário e do Movimento Revolucionário de Trabalhadores apoiamos sua luta e coletamos alguns relatos desde o Rio de Janeiro, que ser lido a seguir.

quarta-feira 28 de setembro de 2022 | Edição do dia

“Olha só, nós trabalhamos na pandemia exaustivamente. Nós não deixamos de salvar 1 vida. A emergência superlotada, agora que acabou a pandemia nós somos palhaços. Não vamos dar sossego a eles! Durante esse tempo perdemos mais de 30 colegas para a Covid.” – Trabalhador do Salgado Filho.

Leia também: Cerca de 36 hospitais aderem a greve dos trabalhadores da Ebserh por reajuste salarial

“Na verdade, a gente vive a sobrecarga do hospital, porque o serviço da saúde é composto por uma equipe multidisciplinar, mas quem fica a beira leito do paciente 24h é a enfermagem. Somos uma das categorias que não tem o piso estabelecido, uma carga horária desumana para um piso que não existe. Que foi aprovado, que é lei, e que o STF tirou da gente. Pessoas, famílias que dependem de 2, 3 empregos para poder conseguir um dinheiro digno, para viver, sustentar seus familiares, seus filhos, sem adoecer – porque a gente adoece de cansaço. É o nosso direito! A gente foi herói na pandemia, é herói no dia a dia até hoje, e ainda assim não temos direito ao nosso piso. A lei não está sendo cumprida.” – Trabalhadora do Lourenço Jorge

Acompanhe: 5 pontos para uma posição de independência de classe diante das eleições no Brasil

“Agora a enfermagem acordou, só que a gente precisa de mais. Eu compreendo que o pessoal da rede particular é acuado, eles não estão nas ruas por conta de ameaças. São ameaçados, se tiverem aqui fora são filmados, sofrem coação, punição, perseguição, tudo que imaginar de ruim, ameaçam mandar embora por justa causa, porque alegam que rede privada não pode fazer greve. São as redes mais ricas. A gente que é da rede do SUS, somos mais unidos, brigamos realmente pelo o que é nosso, que é o piso salarial. O diretor do hospital quer trocar a gente de plantão, quer trocar a gente de setor, e a gente briga e vem pra cá, a gente cansou. A gente se respalda por conta do sindicato, o pessoal da rede privada é diferente porque assinam termo de compromisso com o hospital, então fica mais difícil, porque pra ser mandado embora é mais fácil. Nosso vínculo é de contrato, então é diferente, e servidor não é mandado embora, então vem pra rua mesmo. Acho que a enfermagem tá de parabéns. Temos que vir pra rua sim! É o nosso piso, nosso objetivo, nosso direito. Eles querem tirar o nosso direito. Barroso, ele mesmo votou pra aumento do salário dele na mesma noite que suspendeu o nosso! É surreal isso. Nós éramos heróis, e hoje somos um risco para a economia do país.” – Trabalhadora do Carlos Chagas.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias