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Palestina livre | Entrevista com veteranos israelenses choca com confissões de atrocidades contra palestinos na Nakba

Em entrevista para o documentário Tantura (2022), ex-soldados sionistas contam aos risos como foram cometidos assassinatos em massa, estupros e outras violências durante a invasão que criou o Estado de Israel, conhecida como Nakba, entre 1947 e 1949, que matou 15 mil palestinos e obrigou ao exílio 80% de sua população.

segunda-feira 12 de dezembro de 2022 | Edição do dia
Expulsão de civis de Tantura, Palestina, 1948.

Ano que vem se completarão 75 anos da Nakba, que representa o início do ilegítimo Estado de Israel com o início da expulsão dos palestinos de sua terra. Com a criação artificial do Estado de Israel em maio de 1948, apoiada tanto pelo imperialismo quanto por Stalin, milícias sionistas iniciaram uma invasão militar no território do antigo mandato britânico da palestina, atacando suas principais cidades e destruindo aproximadamente 530 vilarejos. Mais de 700 mil árabes palestinos, de acordo com os números oficiais, foram expulsos de seu território ou fugiram em exílio, o que representa aproximadamente 80% da população palestina da época. Cerca de 15.000 palestinos foram mortos em uma série de atrocidades e massacres.

Recentemente circularam nas redes sociais trechos retirados do documentário ‘Tantura’, transmitido pelo canal israelense Hot8. Tantura foi uma das vilas palestinas massacradas durante a Nakba por milícias sionistas. No vídeo, ex-soldados israelenses riem enquanto relembram assassinatos em massa e todo tipo de violências cometidas em nome da ideologia de extrema-direita que criou Israel com o roubo e o sangue dos palestinos.

Relatos nauseantes do início de um massacre que continua até hoje. Israel e os colonos sionistas, com a benção dos imperialismos norte-americano e europeus, seguem bombardeando Gaza, mantendo uma política de apartheid interna e avançando no roubo de colheitas, imóveis e territórios palestinos. Um Estado fundado sobre a exploração do trabalho e a limpeza étnica da Palestina, e que entra em uma nova ofensiva reacionária com o retorno de Netanyahu ao poder ao lado da extrema-direita.

De lá para cá, a violência sionista segue viva. Porém, a atual onda de violência estatal e paraestatal racista que atravessa Israel não se dá sem resposta. Nos últimos anos igualmente tem crescido a solidariedade internacional e o espírito de luta da juventude palestina. Há 35 anos da primeira Intifada, a revolta que durou 5 anos contra a ocupação israelense a partir de 87, este é o grande temor de Netanyahu e do sionismo, que dão carta branca para a violência e aplaudem os recorrentes assassinatos à luz do dia. Este ano, não bastasse o que já vinha até aqui de apartheid social, Israel passou a oficializar uma série de restrições discriminantes contra qualquer pessoa que viaje ao seu território para visitar um palestino.

Não haverá paz no oriente médio enquanto existir o Estado sionista de Israel, não sendo alternativas o reacionário fundamentalismo islâmico do Hamas, que usa a população de Gaza como escudo, e a colaboração traidora das direções palestinas, como o Fatah, que não vem capitalizando politicamente diante da nova onda de revolta da juventude.

Ao passo que o Bolsonarismo e a extrema-direita internacional vêm tomando Israel como um bastião de seu mais abjeto reacionarismo assassino, a luta do povo palestino no século XXI se levanta como uma bandeira de luta internacional de todos os explorados e oprimidos, principalmente entre os povos árabes, como mostraram os torcedores e jogadores marroquinos nesta Copa, que levantaram a bandeira palestina e cantaram hinos de solidariedade no Catar.

Destruir as bases do Estado sionista de Israel não significa uma solução de dois Estados ou levar adiante uma política antissemita de extermínio dos judeus, como os sionistas sempre buscam colocar quando há qualquer crítica à sua política colonialista, esta sim genocida. Mas avançar na perspectiva de instaurar, através dos métodos da luta de classes, uma Palestina operária e socialista, que garanta o direito de retorno de todos os refugiados, e onde árabes e judeus possam voltar a conviver em paz, como o era antes de sua fundação.




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