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Imperialismo do bem? | Espanha: PSOE e PODEMOS apoiam guerra e aprovam envio de tanques para ucrânia desde a OTAN

Após a Polônia solicitar formalmente à Alemanha permissão para o envio de tanques de guerra à Ucrânia, os governos da Espanha e Alemanha se juntam na nefasta ação de rearme imperialista que provavelmente será seguida pelos EUA.

quinta-feira 26 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Na Espanha governam os supostos socialistas do PSOE junto à coligação de esquerda Unidas Podemos (parte dos partidos neorreformistas que possuem cara nova com a velha política, e que no Brasil tem o PSOL como expressão semelhante). O militarismo deste reacionário governo que se autoproclama "o mais progressista da história" parece não parar de promover atrocidades contra a classe trabalhadora.

A ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, disse à EFE que seu governo está disposto tanto a enviar tanques Leopard para a Ucrânia quanto a treinar os militares ucranianos em seu uso: "A Espanha está disposta, em coordenação com nossos aliados, a discutir tudo o que for preciso”, referindo-se ao envio dos tanques de guerra Leopards, treinamento militar as forças ucranianas e ajudar na sua conservação e manutenção. A decisão final será tomada, segundo Robles, em coordenação com os Estados Unidos e demais aliados. Na Alemanha, de onde partiu a permissão para a OTAN enviar seus tanques, dos tanques, quem dirige o governo é uma aliança de partidos supostamente de centro-esquerda (Partido Social-Democrata da Alemanha [SPD], Partido Verde e Partido Democrático Liveral). Deste, chama atenção o SPD, que reivindica o legado traidor da 2a Internacional que assassinou Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht por se colocarem contra a guerra imperialista e levantar o grito: Ao militarismo: nenhum homem, nenhum centavo!

A espiral de escalada na guerra com a Rússia está girando como nunca antes desde o início da invasão reacionária de Putin. Com cada uma dessas etapas de escalada, o futuro envio de soldados da OTAN para a Ucrânia também se torna mais provável. Estas são medidas que representam um verdadeiro salto na ingerência e instrumentalização do conflito por parte do imperialismo europeu e norte-americano, no quadro da luta reacionária que travam com o regime reacionário de Putin.

Esta guerra reacionária já resultou em milhares de mortos, destruiu cidades e deslocou milhões na Ucrânia. Muito além das fronteiras da Ucrânia, a guerra também está tendo consequências devastadoras para as economias da Europa e de muitos países, causando fome e inflação paga pelos trabalhadores. Esta nova escalada da guerra do imperialismo alemão, da UE e da OTAN só pode agravar a situação.

O fato de a guerra não acabar se deve aos belicistas de Moscou, assim como aos de Washington, Paris e Berlim. Desde o início, os países da OTAN não representaram os interesses da democracia e dos direitos humanos nesta guerra, como reivindicaram quando ocuparam o Afeganistão, mas sim seus próprios interesses capitalistas parasitários. Uma Ucrânia que saia da guerra com a ajuda da OTAN estará sob os ditames da OTAN, da UE, do Banco Mundial e do FMI. Portanto, a OTAN não está de forma alguma ajudando a Ucrânia a se tornar independente.

O cansaço da guerra tem sido comum na Rússia há algum tempo, especialmente desde que a guerra de Putin não teve sucesso e muitos trabalhadores russos perderam suas vidas. A fadiga da guerra também emerge de uma pesquisa para fins internos do Kremlin em dezembro passado. Apenas um quarto dos entrevistados na Rússia apoia a continuação da guerra. Esta também pode ser uma razão pela qual Putin recentemente falou sobre um cessar-fogo durante o Natal.

A paz entre os povos não virá por si só. Tampouco será decidido pela diplomacia burguesa e pela política de alianças, como imaginam partes do Partido de Esquerda, inclusive parte dos que se reivindicam socialistas.. Estados capitalistas e blocos de estados são, em última análise, apenas cooperativas de espoliação. Eles não podem ter uma paz duradoura entre si, como mostra o renovado combate entre os EUA e a China sobre Taiwan. As leis da competição capitalista colocam a guerra como uma necessidade para sua manutenção.

A paz deve ser conquistada pela classe trabalhadora, em ambos os lados, na Rússia e no Ocidente. São necessárias mobilizações em grande escala contra a guerra . Os sindicatos devem convocar uma greve em todos os lugares, pelo fim da guerra e de todas as ações hostis, como vendas de armas e sanções. Tais ações coordenadas por sindicatos e esquerdistas também devem ser dirigidas contra a política de rearmamento como um todo. Seu farol foi o “ponto de virada” do ano de 2022, com o qual o imperialismo europeu descartou oficialmente seu “pacifismo” hipócrita. Mais armamento significará mais guerras, morte e destruição em todo o mundo. Como em todas as guerras em que a Alemanha já esteve envolvida. E mais rearmamento também trará cortes nos serviços sociais, educacionais e de saúde, onde o dinheiro já está faltando com urgência.

A ação da classe trabalhadora encerrou a Primeira Guerra Mundial, com greves e a derrubada de governos capitalistas a partir da Rússia com uma revolução socialista bem-sucedida. O caminho agora deve ser aberto para tal perspectiva com as primeiras ações sindicais coordenadas, por exemplo através de greves em fábricas de armamentos, com a defesa da conversão da indústria armamentista em indústria civil, e com ações de bloqueio contra a entrega de armas.

O único caminho continua sendo uma mobilização independente contra a invasão russa e a crescente ingerência do imperialismo europeu e norte-americano. Paralisar esta decisão e reverter todas as anteriores só será possível desenvolvendo um forte movimento contra a agenda imperialista desses governos supostamente “progressistas”, que compartilham 100% das posições com a direita e a extrema direita quando se trata da espoliação capitalista.

Trechos traduzidos dos textos "El gobierno de PSOE y Unidas Podemos se suman al envío de tanques a Ucrania"; e, "NATO-Leoparden rollen: Streik gegen den Krieg auf allen Seiten!".




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